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O que a SHEA está atualizando nas estratégias para prevenir infecção primária da corrente sanguínea em pacientes com cateter central?

Vale a pena conferir as mais recentes recomendações deste guia sobre prevenção e controle de infecção primária da corrente sanguínea associada a cateter vascular central, que a SHEA fez com as principais entidades de infectologia e controle de infecção. Destacamos:

  • Qual foi a intenção deste documento elaborado pela SHEA?
  • Quais as principais novidades estão sendo inseridas nas recomendações mais recentes?
  • Quais as principais recomendações adicionais foram enfatizadas?
  • Como foi elaborada a revisão do guia?
  • Por que é importante prevenir infecção da corrente sanguínea associada ao cateter central?
  • Quais são os principais fatores de risco para estas infecções?
  • Que outras populações ou procedimentos devem ser monitorados quanto ao risco de infecção da corrente sanguínea num hospital?
  • Quais outros fatores de risco foram citados em pelo menos dois estudos selecionados?
  • Como foram classificadas as estratégias recomendadas para prevenção da infecção da corrente sanguínea associada ao cateter venoso central?
  • Quais são as práticas essenciais para prevenção de IPCS em pacientes com CVC?
  • Quais as principais práticas essenciais antes da inserção do cateter?
  • Quais as principais práticas essenciais durante a inserção do cateter?
  • Quais as principais práticas essenciais após a inserção do cateter?
  • O que não deve ser feito de rotina para prevenção das infecções associadas a cateteres?
  • Como devo monitorar as infecções e adequações às normas profiláticas?
  • Quais as principais estratégias para implementar prevenção de infecção da corrente sanguínea associada ao cateter vascular?

Qual foi a intenção deste documento elaborado pela SHEA?

A intenção deste documento é destacar recomendações práticas em um formato conciso projetado para auxiliar os hospitais nos cuidados intensivos na implementação e priorização de seus esforços de prevenção de infecção da corrente sanguínea associada ao cateter venoso central. 

Quais as principais novidades estão sendo inseridas nas recomendações mais recentes?

Estas são as principais mudanças das estratégias para prevenção das Infecções de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central em Hospitais com unidades de tratamento intensivo:

1.    Preferir a inserção na veia subclávia

  • A veia subclávia é considerada o local preferencial para inserção de cateter venoso central (CVC) na unidade de terapia intensiva para reduzir complicações infecciosas. Anteriormente, a recomendação primária era evitar a veia femoral para acesso. Embora isso permaneça válido, foi substituído por uma recomendação formulada positivamente em relação ao local da subclávia.

2.     Inserção orientada por ultrassonografia

  • A recomendação de usar a orientação por meio do aparelho de ultrassonografia para inserção do cateter é respaldada por melhores evidências do que as disponíveis anteriormente; entretanto, esse procedimento pode comprometer a observação rigorosa da técnica estéril.

3.     Curativos impregnados com clorexidina

  • O uso de curativos impregnados por clorexidina passou a ser considerado uma “prática essencial”; no passado, era listado sob abordagens especiais que só deveriam ser empregadas se as taxas de infecção de corrente sanguínea permanecessem altas, apesar da implementação de práticas básicas.

4.     Troca do acesso periférico a cada 7 dias

  • A substituição de rotina dos equipos usados durante a infusão de medicamentos, que não sejam para hemoderivados ou formulações lipídicas podem ser utilizados em intervalos de até 7 dias. Anteriormente, esse intervalo não era superior a 4 dias.

Quais as principais recomendações adicionais foram enfatizadas?

1.     Pomada antimicrobiana em hemodiálise

  • Pomada antimicrobiana para o local do cateter, que é voltada para a população de pacientes em hemodiálise, foi deslocado a “práticas adicionais” dado o foco em uma população específica.

2.     Tampas com antissépticos

  • Apesar de atualmente ser apoiado por evidências de alto nível, tampas contendo antissépticos continuam sendo uma “prática adicional” por não serem considerados superiores à desinfecção manual, e nem uma prática essencial.

3.     Existência de equipes infusionais

  • A importância das equipes de infusionais foi destacada em “práticas adicionais” (anteriormente consideradas não resolvido).

4.     Fixação do cateter

  • A fixação sem sutura de cateteres não foi discutida na versão anterior desta seção. 

Como foi elaborada a revisão do guia?

A SHEA (Sponsored Guidelines and Expert Guidance Documents) recrutou 3 especialistas em prevenção de infecções de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central para liderar o painel de membros que representam as organizações parceiras do Compêndio: SHEA, a Infectious Diseases Society of America (IDSA), a Association for Professionals in Infection Control and Epidemiology (APIC), a American Hospital Association (AHA) e The Joint Commission, bem como representação pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

A SHEA utilizou um bibliotecário e um médico consultor, que trabalhou com cada painel para desenvolver uma estratégia para a pesquisa abrangente. Os resumos dos artigos foram revisados ​​pelos membros do painel de forma duplo-cega usando o software de gerenciamento de resumos, Covidence (Melbourne, Austrália), e posteriormente revisados ​​como texto completo. O grupo de autores principais do compêndio votou para atualizar as atuais descobertas da literatura e o bibliotecário reexecutou a pesquisa para atualizá-la para agosto de 2021.

Por que é importante prevenir infecção da corrente sanguínea associada ao cateter central?

Estes são os principais problemas relacionados a infecção hospitalar de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central:

  1. Maior tempo de internação hospitalar.
  2. Aumento dos custos hospitalares. Os custos variáveis ​​ajustados para pacientes com

infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central foram de US$ 32.000 (dólares americanos de 2010) a mais em média do que para pacientes sem infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central.

  1. Aumento da morbidade e mortalidade.

Quais são os principais fatores de risco para estas infecções?

  1. Os pacientes em risco de infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC) são:
  2. População de Unidade de Terapia Intensiva (UTI): O risco é alto. As razões para isso incluem a inserção frequente de múltiplos cateteres, o uso de tipos específicos de cateteres que são quase exclusivamente inseridos em pacientes de UTI e associados ao risco substancial (por exemplo, cateteres de artéria pulmonar com introdutores de cateter); e o fato de que os cateteres são frequentemente colocados em situações de emergência, acessados ​​repetidamente todos os dias e muitas vezes necessários por longos períodos.
  3. População fora da UTI: Embora o foco principal de atenção nos últimos 20 anos tenha sido o ambiente da UTI, a maior parte destas infecções ocorre em unidades fora da UTI ou em pacientes ambulatoriais.

Que outras populações ou procedimentos devem ser monitorados quanto ao risco de infecção da corrente sanguínea num hospital?

Os esforços de prevenção e controle de infecção devem incluir outras populações vulneráveis, como pacientes em hemodiálise, pacientes cirúrgicos e pacientes oncológicos.

Além de cateteres venosos centrais, cateteres periféricos de curta permanência, cateteres venosos centrais de inserção periférica (PICC), cateteres de linha média e cateteres arteriais periféricos também apresentam risco de infecção.

Quais outros fatores de risco foram citados em pelo menos dois estudos selecionados?

Os seguintes fatores também foram citados:

  1. Internação prolongada antes da instalação do cateter.
  2. Duração prolongada do cateter.
  3. Colonização microbiana intensa no local de inserção do cateter.
  4. Colonização microbiana intensa do hub do cateter, além de cateteres com múltiplos lúmens.
  5. Vários cateteres.
  6. Neutropenia.
  7. Índice de massa corporal (IMC) > 40.
  8. Prematuridade (ou seja, idade gestacional precoce).
  9. Redução da proporção enfermeiro-paciente na UTI.
  10. Nutrição parenteral.
  11. Baixo padrão de cuidados com os cateteres (por exemplo, manipulação excessiva do cateter).
  12. Transfusão de hemoderivados (em crianças).

Como foram classificadas as estratégias recomendadas para prevenção da infecção da corrente sanguínea associada ao cateter venoso central?

As recomendações, a seguir, são categorizadas como (1) práticas essenciais que devem ser adotadas por todos os hospitais de cuidados intensivos ou (2) abordagens adicionais que podem ser consideradas em locais e/ou populações dentro dos hospitais quando as infecções de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC) não são controladas pelo uso de práticas essenciais.

As práticas essenciais incluem recomendações nas quais o potencial de afetar o risco infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC) supera claramente o potencial de efeitos indesejáveis. Abordagens adicionais incluem recomendações nas quais as intervenções, provavelmente, reduzem o risco de infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC), mas há preocupação com os riscos de resultados indesejáveis, recomendações para as quais a qualidade da evidência é baixa, recomendações nas quais a relação custo-benefício pode ser alta ou recomendações em que as evidências suportam o impacto da intervenção em locais selecionados (por exemplo, durante surtos) ou para populações de pacientes selecionadas.

Quais são as práticas essenciais para prevenção de IPCS em pacientes com CVC?

Algumas das seguintes medidas foram combinadas em um “pacote de prevenção” = bundle que se concentram na inserção do cateter. Numerosos estudos documentaram que o uso de tais pacotes é eficaz, sustentável e custo-efetivo em adultos e crianças. Os pacotes têm maior probabilidade de sucesso se implementados em uma cultura de segurança do paciente previamente estabelecida e seu sucesso depende da adesão a medidas individuais. No entanto, os dados sugerem que nem todos os componentes dos pacotes podem ser necessários para alcançar um efeito sobre as taxas infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC).

Quais as principais práticas essenciais antes da inserção do cateter?

  1. Fornecer acesso fácil a uma lista de indicações baseadas em evidências para uso de CVC a fim de minimizar a inserção desnecessária de CVC (Qualidade de Evidência: BAIXA).
  2. Exigir educação e avaliação da competência dos profissionais de saúde envolvidos na inserção, cuidado e manutenção do CVC sobre prevenção de infecção de corrente sanguínea (Qualidade de Evidência: MODERADA).
  3. Incluir indicações para uso de cateter, inserção e manutenção apropriadas, para o risco de infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC) e estratégias gerais de prevenção de infecção.
  4. Certificar-se de que todos os profissionais de saúde envolvidos na inserção e manutenção do cateter concluam um programa educacional sobre práticas essenciais para prevenir infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC) antes de desempenhar suas funções. O retreinamento periódico com avaliação da competência pode ser benéfico.
  5. Avaliar periodicamente o conhecimento dos profissionais da saúde e a adesão às medidas preventivas.
  6. Exigir que todos os profissionais de saúde que inserem um CVC passem por um processo de credenciamento (conforme estabelecido pela instituição de saúde individual) para garantir sua competência antes de inserir um CVC de forma independente e técnica asséptica para acessar e manter o CVC posteriormente.
  7. Reeducar os profissionais de saúde quando a Instituição mudar os componentes do sistema de infusão, que exijam uma mudança na prática (por exemplo, quando acontece a mudança do conector sem agulha de uma instituição, isto irá requer uma mudança na prática clínica da enfermagem).
  8. Treinar a equipe por meio de simulação realística para inserção e manutenção adequada do cateter, se disponível.
  9. Banho nos pacientes de UTI maiores que 2 meses de idade com substâncias compostas por clorexidina diariamente (Qualidade da Evidência: ALTA).
  10. Em locais de cuidados intensivos de longa permanência, o banho deve ser diário com clorexidina podendo ser considerado como uma medida preventiva.
  11. O papel do banho com clorexidina em pacientes não internados em UTI permanece obscuro.
  12. A segurança e a eficácia do uso rotineiro do banho com clorexidina em bebês menores de 2 meses de idade pós-natal permanecem obscuras.
  13. O uso generalizado de clorexidina pode estar associado com diminuição da suscetibilidade à clorexidina, embora a relevância clínica desse achado não esteja bem definida.

Quais as principais práticas essenciais durante a inserção do cateter?

  1. Em ambientes de UTI e não UTI, a instituição deve ter um protocolo bem implantado, como uma lista de verificação, para garantir a adesão às práticas de prevenção de infecção no momento da inserção do CVC (Qualidade da Evidência: MODERADA).
    1. Garantir e documentar a adesão à técnica asséptica
      1. As listas de verificação são sugeridas para garantir práticas de inserção ideais. Se usados, a documentação deve ser feita por outra pessoa que não seja quem está inserido o cateter.
      2. A observação da inserção do CVC deve ser feita por uma enfermeira, médico ou outro profissional de saúde que tenha recebido educação apropriada. O profissional da saúde deve ter poderes para interromper o procedimento se forem observadas violações na técnica asséptica.
    2. Realizar higiene das mãos antes da inserção ou manipulação do cateter (Qualidade da Evidência: MODERADA).
      1. Usar um produto sem água à base de álcool ou água e sabão.
        1. O uso de luvas não impede a higienização das mãos.
      2. O local da veia subclávia é o preferido para reduzir complicações infecciosas quando o cateter é colocado na UTI (Qualidade de Evidência: ALTO).
        1. No cenário não UTI, o risco de infecção entre os diferentes locais permanece obscuro. É importante ressaltar que em cenários como as emergências a escolha do local de acesso, pode ser e mais factível.
        2. Em crianças e lactentes, o cateterismo da veia femoral pode ser considerado se os locais da parte superior do corpo forem contraindicados.
        3. Existe controvérsia sobre as complicações infecciosas e não infecciosas associadas aos diferentes locais de acesso dos CVCs de curto prazo. O risco e o benefício de diferentes locais de inserção devem ser considerados individualmente em relação a complicações infecciosas e não infecciosas. Aos pacientes em hemodiálise o sítio subclávio deve ser evitado pelo risco de estenose.
        4. Não usar cateteres venosos centrais de inserção periférica (PICC) como estratégia para reduzir o risco de infecção de corrente sanguínea. O risco de infecção com PICC em pacientes hospitalizados se aproxima ao de outros CVCs. No entanto, a maioria das infecções de corrente sanguínea por PICC ocorre em ambientes fora da UTI.
        5. Os cateteres de linha média estão sendo cada vez mais usados como uma alternativa aos CVCs para acesso vascular de curto prazo.
      3. Usar “kit do cateter” com tudo incluído (Qualidade da Evidência: MODERADA).
        1. O “kit do cateter” deve conter todos os componentes necessários para inserção do cateter de forma asséptica e devem estar disponíveis de fácil acesso em todas as unidades onde os CVCs podem ser inseridos.
      4. Utilizar o ultrassom para inserção do cateter (Qualidade de Evidência: ALTA).
        1. Cateterismo das veias jugular interna e femoral devem ser guiados por ultrassom. Está prática reduz o risco de complicações não infecciosas associadas à colocação de CVC, o não uso do ultrassom pode levar a uma violação da técnica asséptica.
      5. Não está claro se a inserção da veia subclávia guiada por ultrassom reduz o risco de complicações infecciosas.
      6. Usar precauções máximas de barreira estéril durante a inserção do CVC (Qualidade da Evidência: MODERADA).
        1. Use precauções máximas de barreira estéril:
          1. Máscara, gorro, capote estéril e luvas estéreis devem ser usados ​​por todos os profissionais de saúde envolvidos no procedimento de inserção do cateter.
          2. O paciente deve ser coberto com um grande campo estéril (“corpo inteiro”) durante a inserção do cateter.
        2. Essas medidas também devem ser seguidas ao trocar um cateter por um fio-guia.
      7. Usar antisséptico de clorexidina alcoólica para preparação da pele (Qualidade da Evidência: ALTA).
        1. Antes da inserção do cateter, aplicar uma solução alcoólica de clorexidina

a 2% no local de inserção. A solução antisséptica deve secar antes de fazer a punção da pele. A clorexidina alcoólica para antissepsia da pele para prevenir infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC) em pacientes de UTI neonato deve ser usada quando os benefícios são considerados superiores ao risco potencial.

Quais as principais práticas essenciais após a inserção do cateter?

  1. Garantir a proporção adequada de enfermeiro-paciente e limitar os enfermeiros que não fazendo parte da UTI (Qualidade da Evidência: ALTA).
  2. Usar curativos contendo clorexidina para CVCs em pacientes com mais de 2 meses de idade (Qualidade da Evidência: ALTA).
    1. Não está claro se há benefício adicional com o uso de um curativo contendo clorexidina, se o banho com a clorexidina acontece diariamente.
    2. Para cateteres de longa permanência (por exemplo, cateteres de hemodiálise), não está claro se o uso de um curativo de clorexidina reduz o risco de complicações infecciosas.
    3. Para crianças com menos de 2 meses de idade, o uso de curativos de clorexidina permanece incerto, particularmente em bebês muito prematuros ou com baixo peso ao nascer.
  3. Para CVCs não tunelizados em adultos e crianças, trocar os curativos transparentes e realizar o cuidado do local com um antisséptico à base de clorexidina, pelo menos a cada 7 dias ou imediatamente na presença de sujidade, solto ou úmido. Trocar os curativos de gaze a cada 2 dias ou antes se o curativo estiver sujo, solto ou úmido (Qualidade da Evidência: MODERADA).
    1. Mudanças de curativos menos frequentes em pacientes de UTI Neonatal ou com alto risco de complicações graves.
    2. Se houver sangramento excessivo ou drenagem no local de saída do cateter, indica-se o usa de curativos com gaze ao invés de curativos transparentes até que a drenagem se resolva.
  4. Fazer a desinfecção dos hubs do cateter, conectores sem agulha e portas de injeção antes de acessar o cateter (Qualidade da Evidência: MODERADA).
    1. Antes de acessar os hubs do cateter, conectores sem agulha ou portas de injeção, aplicar vigorosa fricção mecânica com uma preparação alcoólica de clorexidina ou álcool a 70%. A clorexidina alcoólica pode ter atividade residual adicional em comparação com o álcool para esse fim e, portanto, é preferida.
    2. Aplicar fricção mecânica por no mínimo 5 segundos para reduzir a contaminação. Não está claro se esta duração da desinfecção pode ser generalizada para conectores sem agulha, o que não foi testado nestes estudos.
    3. Monitorar a conformidade da desinfecção dos hubs, aproximadamente metade desses componentes do cateter está colonizada.
  5. Remover os cateteres não essenciais (Qualidade da Evidência: MODERADA).
    1. Avaliar a necessidade de acesso intravascular contínuo diariamente durante os rounds multidisciplinares. Remover os cateteres não necessários para o cuidado do paciente.
    2. Auditorias para determinar se os CVCs são removidos rotineiramente após o uso pretendido podem ser úteis.
  6. A substituição de rotina dos kits para administração sangue, hemoderivados ou formulações lipídicas não utilizados podem ser realizadas em intervalos de até 7 dias (Qualidade da Evidência: ALTA).
    1. A substituição ideal dos kits para administração de sangue, hemoderivados ou formulações lipídicas usados de forma ​​intermitentemente não está resolvida.
  7. Realizar vigilância para infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC) em ambientes de UTI e não UTI (Qualidade de Evidência: ALTA).
    1. Medir a incidência específica da unidade de infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC) (por exemplo, infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC) por 1.000 dias de cateter) e reportar os dados regularmente às unidades, liderança médica e de enfermagem e administradores hospitalares que supervisionam as unidades.
    2. Comparar a incidência de infecção de corrente sanguínea associada ao cateter venoso central (CVC) com dados históricos das unidades individualmente e com taxas nacionais.
    3. Auditar conforme necessário para minimizar a variação na confiabilidade interobservador.

O que não deve ser feito de rotina para prevenção das infecções associadas a cateteres?

  1. Não usar profilaxia antimicrobiana para inserção de cateter de curto prazo ou tunelizado ou enquanto os cateteres estiverem in situ (Qualidade da Evidência: ALTA).
    1. Profilaxia antimicrobiana sistêmica não é recomendada.
  2. Não substituir rotineiramente os CVCs ou cateteres arteriais (Qualidade da Evidência: ALTA). A substituição de cateter de rotina não é recomendada

Como devo monitorar as infecções e adequações às normas profiláticas?

Essas medidas de desempenho destinam-se a apoiar os esforços internos de melhoria da qualidade do hospital e não atendem necessariamente às necessidades de relatórios externos.

As medidas de processo e resultado sugeridas aqui são derivadas de diretrizes publicadas, de outras literaturas relevantes e da opinião de especialistas. De relatórios de medidas de processo e resultado, das lideranças hospitalares sênior, lideranças de enfermagem e de médicos que cuidam de pacientes em risco de infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC).

Medidas do processo

  1. Conformidade com as diretrizes de inserção do CVC conforme documentado nas listas de verificação da inserção.
    1. Avaliar a conformidade, de acordo com a lista de verificação em todos os ambientes hospitalares, onde os CVCs foram inseridos (por exemplo, UTIs, pronto-socorro, sala de cirurgia, radiologia, unidades gerais de atendimento ao paciente) e designar profissionais de saúde familiarizados com CVCs para essa tarefa.
    2. Documentar a conformidade usando a lista de verificação de inserção, se foram seguidas as etapas do procedimento e identificar as lacunas que devem ser mitigadas. O Institute for Healthcare Improvement (IHI) fornece um exemplo de lista de verificação de cateter central.
    3. Documentar todos os procedimentos de inserção do CVC com relação a conformidade na higiene das mãos, uso de precauções máximas de barreira estéril e uso de antissepsia cutânea à base de clorexidina do local de inserção:
      1. Numerador: Número de inserções de CVC que documentaram o uso de todas as 3 intervenções (higienização das mãos, precauções de barreira máxima e uso de antisséptico cutâneo à base de clorexidina) realizadas no momento da inserção do CVC.
      2. Denominador: Número de todas as inserções de CVC. Multiplique por 100 para que a medida seja expressa como percentagem.
    4. Conformidade da avaliação diária quanto à necessidade de acesso continuado do CVC.
      1. Medir a porcentagem de pacientes com CVC onde há documentação da avaliação diária:
        1. Numerador: Número de pacientes com CVC que possuem documentação de avaliação diária.
        2. Denominador: Número de pacientes com CVC.
  • Multiplique por 100 para que a medida seja expressa como

percentagem.

  1. Realizar simulação realística para manutenção de cateter como alternativa para avaliar as competências da equipe de profissionais da saúde.
    1. Numerador: Número de profissionais da saúde relacionados nos cuidados durante a infusão de medicamentos.
    2. Denominador: Número de profissionais da saúde que realizam a a técnica administração de medicamentos.
  • Multiplique por 100 para que a medida seja expressa como

percentagem.

  1. A utilização do dispositivo pode ser avaliada ao longo do tempo para detecção de qualquer mudança. A utilização pode ser comparada ao nível do hospital e da unidade. Ele fornece um substituto para o risco de exposição do paciente. A taxa de utilização padronizada é uma medida do NHSN que leva em consideração fatores de nível de instalação e localização que podem afetar o uso do dispositivo.
    1. Dias do dispositivo observados divididos pelos dias do dispositivo previstos.

Quais as principais estratégias para implementar prevenção de infecção da corrente sanguínea associada ao cateter vascular?

A prevenção da infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC) depende da integração das melhores práticas para reduzir o risco de infecção e da incorporação de uma cultura para apoiar a implementação.

Os hospitais devem abordar componentes técnicos e socio-adaptativos para prevenção de infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC), incluindo treinamento formal de profissionais de saúde sobre indicações, inserção e manutenção de dispositivos, além da avaliação regular de competências.

Um exemplo de um modelo amplamente utilizado nos Estados Unidos, conhecido como “Four Es” (ou seja, engajar, educar, executar e avaliar), envolve resumir evidências, identificar barreiras locais à implementação, medir o desempenho e garantir que os pacientes recebam a intervenção de prevenção de infecção abordando conhecimento, pensamento crítico, comportamento e habilidades psicomotoras, bem como atitudes e crenças de todos os membros da equipe de saúde envolvidos com a inserção e cuidado de CVCs. As instituições podem considerar a utilização de ferramentas para engajar a equipe multiprofissional.

1.     Engajar

Historicamente, os esforços têm se concentrado em ter um defensor para apoiar as iniciativas de redução da prevenção de infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC). Os líderes costumam ser muito eficazes nas fases iniciais de adoção, mas seus esforços podem não ser suficientes para a integração de processos e sustentabilidade. – Tutorializar o trabalho e angariar o apoio de grupos de partes interessadas facilita resultados bem-sucedidos e duradouros.

2.     Educar

Os profissionais de saúde, os pacientes e os cuidadores envolvidos no cuidado de um CVC devem ser treinados e competentes, em relação ao seu papel:

  1. Indicações adequadas antes da inserção.
  2. Uso de precauções de barreira completas no momento da inserção.
  3. Avaliação diária da necessidade do dispositivo.

3. Executar

Uma lista de verificação para avaliação da competência padronizada deve ser usada para avaliar e documentar as competências de cada indivíduo para realizar a inserção do CVC e dos procedimentos relacionados aos cuidados e manutenção (por exemplo, trocas de curativos). Além disso, a educação do paciente e/ou família, conforme apropriado, é necessário para todos os procedimentos de cuidados com o CVC, especialmente quando a transferência para um ambiente alternativo (por exemplo, atendimento domiciliar, ambulatório) é planejada. 

4.     Avaliar

A avaliação envolve a medição do processo e do resultado. As equipes multidisciplinares devem estabelecer metas claras e identificar os principais fatores a serem medidos. É importante que os membros da equipe de saúde recebam feedback sobre seu desempenho. O feedback deve incluir comunicação periódica (por exemplo, mensal, trimestral) (por exemplo, mensagens de e-mail, relatórios escritos) dos dados de medição do processo por meio de pôsteres, relatórios ou outras formas de comunicação com gráficos mostrando conformidade cumulativa com as medidas do processo. As diferenças entre as faixas etárias também devem ser consideradas (por exemplo, neonatos, pediatria e adultos). Os dados da linha central podem ser usados ​​para capturar tendências ao longo do tempo. A taxa de utilização padronizada fornece um método para que as unidades do hospital se comparem a outras com características semelhantes. Os eventos de infecção de corrente sanguínea associadas ao cateter venoso central (CVC) são importantes para serem discutidos com os diferentes membros da equipe que cuida do paciente para ter uma compreensão clara das lacunas e formas de mitigá-las no futuro. A alta confiabilidade nos processos são desejáveis (por exemplo, Lean Six Sigma) para melhorar o trabalho em equipe (por exemplo, Team STEPPS).

Fonte: Buetti N, et cols. Strategies to prevent central line-associated bloodstream infections in acute-care hospitals: 2022 Update. Infect Control Hosp Epidemiol. 2022 Apr 19;43(5):1-17.

Link:

https://www.cambridge.org/core/journals/infection-control-and-hospital-epidemiology/article/strategies-to-prevent-central-lineassociated-bloodstream-infections-in-acutecare-hospitals-2022-update/01DC7C8BBEA1F496BC20C6E0EF634E3D

Links relacionados:

https://www.cambridge.org/core/journals/infection-control-and-hospital-epidemiology/article/abs/strategies-to-prevent-central-lineassociated-bloodstream-infections-in-acute-care-hospitals-2014-update/F96E1D9F6D5714AA01EE88193344F7F4

https://shea-online.org/wp-content/uploads/2022/02/2022-Handbook-Update-Approved-Posted.pdf

https://www.ccih.med.br/infeccao-de-corrente-sanguinea-relacionada-ao-uso-de-dispositivos-intra-vasculares/

https://www.ccih.med.br/oms-competencias-essenciais-para-profissionais-de-prevencao-e-controle-de-infeccao-volume-4/

https://www.ccih.med.br/como-fazer-a-prevencao-de-infeccao-da-corrente-sanguinea-hospitalar/

https://www.ccih.med.br/barreiras-contra-adesao-aos-bundles-para-cateteres-centrais-em-uti/

https://www.ccih.med.br/implementacao-de-banho-diario-de-clorexidina-em-unidades-de-terapia-intensiva-para-reducao-de-infeccoes-de-corrente-sanguinea-associadas-a-linha-central/

https://www.ccih.med.br/como-e-por-que-controlar-as-infeccoes-hospitalares/

Sinopse por: Thalita Gomes do Carmo

https://www.instagram.com/profa.thalita_carmo/

Palavras chave / TAGs: infecção primária da corrente sanguínea, cateter vascular central, IPCS, CVC, guia, veia subclávia, prevenção, controle, ultrassonografia, técnica asséptica, evidências científicas, pomada antimicrobiana, hemodiálise, equipes infusionais, curativos impregnados, clorexidina, troca do acesso vascular, tampas com antissépticos, antissépticos, SHEA, IDSA, APIC, Joint Commision, CDC, UTI, PICC, cateter arterial, cateter periférico, cateter de linha média, fatores de risco, ciclo PDCA, higiene das mãos, crianças, lactentes, barreira estéril, paramentação, curativos, hub, vigilância, conformidade, indicadores, Lean six sigma, team STEPPS

 

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