fbpx
Instituto CCIH+ : Parceria permanente entre você e os melhores professores na sua área de atuação
CCIH-LOGO-NOVA

Do COVID-19 à Candida auris: os novos inimigos do controle de infecção hospitalar

COVID-19, Candida auris e novas arboviroses: essas não são ameaças distantes, mas realidades que já pressionam hospitais e testam diariamente a resiliência das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). A pandemia mostrou que a preparação não pode ser episódica: cada novo patógeno expõe falhas estruturais, sobrecarrega UTIs e amplia o risco de infecções relacionadas à assistência à saúde.

Este artigo analisa criticamente as ameaças emergentes e reemergentes — da resistência antimicrobiana à expansão do vírus Oropouche — e mostra como a CCIH deve evoluir de “caçadora de surtos” para gestora de risco contínuo, integrando vigilância ativa, protocolos adaptativos e resiliência sistêmica.

Seção 1: Introdução – A Próxima Ameaça Já Está Entre Nós? A Inevitabilidade da Emergência Infecciosa

A emergência de doenças infecciosas não é uma sucessão de eventos isolados e imprevisíveis, mas um processo contínuo, dinâmico e, em nossa era, acelerado. A pandemia de COVID-19 não foi um ponto de inflexão, mas sim a manifestação mais dramática de uma realidade subjacente: a interação humana com um mundo microbiano em constante evolução, em um planeta ecologicamente pressionado e socialmente hiperconectado, garante que novas ameaças surjam com regularidade implacável (Ref. 1). Este artigo propõe uma análise crítica e atualizada das ameaças infecciosas emergentes e reemergentes, utilizando como ponto de partida o capítulo “Emerging and Reemerging Infectious Disease Threats” (Ref. 1), uma síntese robusta do conhecimento pré-pandêmico. O objetivo é contextualizar seus achados fundamentais à luz da experiência transformadora da COVID-19 e da complexa realidade epidemiológica brasileira.

A premissa central é que a preparação para a próxima pandemia ou surto epidêmico não é mais uma opção, mas uma competência essencial e permanente para a segurança do paciente e a resiliência de todo o sistema de saúde (Ref. 7). A mentalidade reativa de “resposta a surtos”, que caracterizou a saúde pública por décadas, mostrou-se inadequada para enfrentar uma crise prolongada, evolutiva e sistêmica como a da COVID-19 (Ref. 8, Ref. 11). O profissional de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) deve, portanto, transcender o papel de “caçador de surtos” para se tornar um gestor de risco contínuo, onde os períodos intercrises não são de calmaria, mas de preparação ativa, vigilância intensificada e fortalecimento de sistemas. A próxima ameaça não é um evento futuro distante; é uma probabilidade constante que deve ser integrada ao planejamento estratégico e à prática diária de cada instituição de saúde.

Seção 2: O Achado Central – A Inexorável Dança Coevolutiva em um Mundo Hiperconectado

O principal achado do documento base é a identificação do motor primário das ameaças infecciosas: a convergência da rápida evolução microbiana com um conjunto de fatores antropogênicos que favorecem a disseminação de patógenos (Ref. 1). Essa “dança coevolutiva” é impulsionada pela capacidade inerente dos micróbios de superar defesas, explorar comportamentos humanos e iludir esforços de controle. Fatores como o aumento das viagens aéreas, a urbanização desordenada, a globalização da cadeia de alimentos, as alterações climáticas que expandem habitats de vetores e os movimentos populacionais criam um cenário ideal para que um evento zoonótico em uma localidade remota se transforme em uma crise de saúde global em questão de semanas (Ref. 1).

O surto de Ebola na África Ocidental (2014-2016) é um exemplo paradigmático. Anteriormente, os surtos de Ebola ocorriam em áreas rurais e eram geograficamente contidos. No entanto, naquele evento, o vírus se disseminou de uma aldeia rural para as capitais densamente povoadas da Guiné, Libéria e Serra Leoa. Subsequentemente, viajantes infectados levaram a doença para megacidades como Lagos, na Nigéria, e para outros continentes, incluindo os Estados Unidos (Ref. 1). Este episódio demonstrou uma verdade fundamental da epidemiologia moderna: a velocidade da conectividade global superou a velocidade da resposta de saúde pública tradicional. O período de incubação da maioria das doenças infecciosas é significativamente maior do que o tempo necessário para viajar entre quaisquer dois pontos do globo.

Isso torna o conceito de “fronteiras sanitárias” obsoleto e a contenção na fonte, embora seja a única estratégia verdadeiramente eficaz, uma meta extremamente desafiadora. Para a prática da CCIH, a implicação é direta e profunda: qualquer paciente, independentemente de sua origem ou história de viagem aparente, pode ser o “paciente zero” de uma nova ameaça. Este reconhecimento exige que a triagem, a vigilância sindrômica e a aplicação rigorosa das precauções padrão sejam universais e robustas, não medidas ativadas apenas durante uma emergência de saúde pública declarada. A segurança de um hospital em São Paulo está intrinsecamente ligada à eficácia da vigilância epidemiológica em Kinshasa, Hanói ou qualquer outro epicentro potencial de emergência viral.

Seção 3: A Importância Estratégica do Tema – Da Saúde Global à Segurança do Leito de UTI

A discussão sobre doenças emergentes transcende a esfera da saúde pública global e aterrissa diretamente na realidade micro do ambiente hospitalar, impactando cada aspecto da prática de CCIH. Uma nova ameaça infecciosa funciona como um “teste de estresse” sistêmico, que não apenas introduz um novo desafio, mas também revela e amplifica as fragilidades preexistentes nos sistemas de saúde e nos programas de controle de infecção (Ref. 6, Ref. 7).

A pandemia de COVID-19 foi a maior demonstração desse fenômeno. Ela não criou a escassez de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), mas expôs a vulnerabilidade crítica das cadeias de suprimentos globais baseadas no modelo just-in-time (Ref. 8). A superlotação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) não causou a resistência antimicrobiana (RAM), mas acelerou drasticamente a pressão seletiva através do uso massivo e, por vezes, indiscriminado de antibióticos de amplo espectro e corticoides em pacientes críticos, criando um ambiente ecológico ideal para a seleção e disseminação de patógenos multirresistentes, como Candida auris (Ref. 4).

O impacto direto na CCIH é multifacetado:

  • Sobrecarga da Vigilância: A necessidade de rastrear um novo patógeno se soma à vigilância contínua das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) tradicionais (Ref. 7).
  • Gestão de Recursos Críticos: A demanda exponencial por leitos de isolamento, respiradores e EPIs exige uma gestão de crise que muitas vezes compete com as necessidades de rotina (Ref. 6).
  • Flexibilidade de Protocolos: Protocolos de isolamento precisam ser adaptados rapidamente com base em novas evidências sobre modos de transmissão (Ref. 8).
  • Aumento de IRAS Secundárias: O foco intenso na doença emergente pode levar à negligência de práticas básicas, resultando em um aumento de outras IRAS, como infecções de corrente sanguínea associadas a cateter e pneumonias associadas à ventilação mecânica, um fenômeno bem documentado durante a pandemia (Ref. 7, Ref. 12).

Portanto, a preparação para doenças emergentes não pode ser um plano de prateleira focado apenas no patógeno primário. Deve ser uma oportunidade contínua para fortalecer os fundamentos da CCIH — higiene das mãos, stewardship de antimicrobianos, limpeza e desinfecção ambiental, educação contínua. São esses fundamentos que falham primeiro sob pressão, levando a um aumento de todas as IRAS e comprometendo a segurança do paciente de forma generalizada.

Seção 4: Análise da Evidência – Um Panorama Crítico das Ameaças Atuais e o Cenário Brasileiro

A análise a seguir desconstrói as principais categorias de ameaças apresentadas no documento de referência, atualizando-as com dados epidemiológicos recentes, com foco especial no cenário brasileiro, e integrando as lições aprendidas nos últimos anos.

4.1 A Crise Silenciosa da Resistência Antimicrobiana (RAM)

O documento base já classificava a RAM como uma das maiores ameaças à saúde global, destacando patógenos como Enterobactérias Resistentes aos Carbapenêmicos (CRE), Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) e Clostridioides difficile (Ref. 1). A discussão sobre a disseminação de genes de resistência por meio de elementos genéticos móveis, como plasmídeos (por exemplo, os que codificam as carbapenemases KPC e NDM), e o esgotamento do pipeline de desenvolvimento de novos antibióticos permanecem tragicamente atuais (Ref. 1).

Esta crise, longe de arrefecer, motivou novos compromissos globais. Em setembro de 2024, na Assembleia Geral das Nações Unidas, líderes mundiais se comprometeram com metas ambiciosas, incluindo a redução de 10% nas mortes anuais associadas à RAM bacteriana até 2030 e o fortalecimento de planos de ação nacionais sob a égide da abordagem de Saúde Única (One Health) (Ref. 5). Essa abordagem reconhece a interconexão da saúde humana, animal e ambiental na propagação da resistência (Ref. 9).

Atualização Brasil: A Emergência de Candida auris

No Brasil, um exemplo paradigmático da convergência de ameaças é a emergência do fungo multirresistente Candida auris. Identificado pela primeira vez no país em dezembro de 2020, em um paciente em UTI na Bahia, o patógeno rapidamente se tornou uma preocupação nacional. Desde então, surtos foram confirmados em múltiplos estados, incluindo Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com um total de 114 casos confirmados até o início de 2025 (Ref. 4).

  1. auris personifica o desafio de um patógeno emergente no ambiente hospitalar:
  1. Multirresistência: Frequentemente resistente às principais classes de antifúngicos, limitando drasticamente as opções terapêuticas (Ref. 4).
  2. Dificuldade de Identificação: Métodos laboratoriais convencionais podem identificá-la erroneamente, atrasando o diagnóstico e a implementação de medidas de controle (Ref. 4).
  3. Persistência Ambiental: Pode sobreviver por semanas em superfícies, tornando a desinfecção ambiental um desafio crítico (Ref. 4).
  4. Alta Letalidade: Associada a infecções invasivas, especialmente da corrente sanguínea, com taxas de mortalidade elevadas em pacientes vulneráveis (Ref. 4).

Em resposta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) emitiu alertas, como o de abril de 2025, reforçando a necessidade de vigilância ativa. As recomendações incluem o encaminhamento de isolados suspeitos para laboratórios de referência (Lacen), a notificação imediata de casos suspeitos ou confirmados e a implementação rigorosa de precauções de contato e limpeza ambiental com produtos esporicidas (Ref. 4).

A ascensão de C. auris no Brasil não pode ser dissociada do contexto da pandemia de COVID-19. Os pacientes com COVID-19 grave representavam o hospedeiro ideal: internações prolongadas em UTI, uso extensivo de cateteres venosos centrais, ventilação mecânica, imunossupressão por corticoides e pressão seletiva por antibióticos de amplo espectro. Assim, C. auris pode ser considerado um “patógeno da era pandêmica”, cuja emergência é um sintoma direto das condições criadas pela sobrecarga dos sistemas de terapia intensiva (Ref. 4). A CCIH deve, portanto, integrar a vigilância ativa para C. auris como parte da resposta a qualquer surto respiratório que pressione as UTIs.

4.2 Patógenos Respiratórios com Potencial Pandêmico: Lições da COVID-19

O documento de referência, escrito antes de 2020, discute os coronavírus (SARS-CoV e MERS-CoV) e os vírus influenza de origem aviária (H5N1, H7N9) como as principais ameaças respiratórias com potencial pandêmico (Ref. 1). A análise detalha a origem zoonótica, a transmissão em serviços de saúde (especialmente para MERS-CoV) e o desenvolvimento de ferramentas de avaliação de risco, como o IRAT do CDC (Ref. 1). Essa discussão, embora precisa na época, serve hoje como um prólogo para a maior emergência de saúde pública do último século.

Atualização Global e Brasil: A Pandemia de COVID-19 em Curso

A pandemia de SARS-CoV-2 redefiniu o cenário global. Até meados de 2024, o mundo registrou mais de 704 milhões de casos confirmados e 7 milhões de mortes (Ref. 2). O Brasil, um dos países mais afetados, acumulou mais de 38.7 milhões de casos e 711 mil mortes (Ref. 2).

Embora a fase de emergência global tenha sido declarada encerrada, o vírus continua a circular e evoluir. Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), referentes aos últimos 28 dias até o final de agosto de 2025, mostram que globalmente foram reportados 93.061 novos casos e 1.249 óbitos. Notavelmente, o Brasil foi responsável por uma parcela significativa desses casos, com 28.700 notificações no mesmo período (Ref. 2). A vigilância genômica global continua a monitorar a evolução do SARS-CoV-2, com variantes sob monitoramento (VUMs) como a XFG representando a maioria das sequências recentes, e variantes de interesse (VOIs) sendo observadas de perto (Ref. 2).

A experiência com a COVID-19 provocou uma mudança fundamental no paradigma de vigilância. O modelo pré-pandêmico, focado em detectar “surtos exóticos” importados, como MERS ou H7N9, é insuficiente. O SARS-CoV-2 agora é um vírus endêmico na população humana, mas com uma capacidade contínua de gerar ondas epidêmicas impulsionadas por novas variantes que escapam da imunidade prévia.

Para os hospitais, isso significa que a “preparação para pandemia” não é mais um plano a ser ativado em uma crise, mas uma função contínua. As instituições de saúde necessitam de acesso rápido e integrado à vigilância genômica para compreender as variantes locais e suas implicações clínicas, e de sistemas de vigilância sindrômica robustos para detectar aumentos de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) antes mesmo da confirmação etiológica. Essa capacidade permite um ajuste proativo da capacidade hospitalar, da alocação de recursos e dos protocolos de isolamento, transformando a resposta de reativa para preditiva.

4.3 A Dinâmica das Doenças Vetoriais no Brasil

As doenças transmitidas por vetores, como Dengue, Zika, Chikungunya e Malária, são destacadas no documento de referência como ameaças persistentes, impulsionadas por fatores como urbanização, mudanças climáticas e a biologia de vetores como o Aedes aegypti (Ref. 1). A discussão sobre a Dengue como a principal arbovirose global e a emergência da Zika e sua associação com microcefalia congênita são pontos centrais (Ref. 1).

Atualização Brasil: O Cenário Pós-Epidêmico das Arboviroses

O Brasil vivencia uma dinâmica intensa e flutuante de arboviroses. O ano de 2024 foi marcado pela pior epidemia de Dengue da história do país, com mais de 6,3 milhões de casos prováveis e milhares de mortes (Ref. 3). No entanto, os dados do início de 2025 revelam uma mudança drástica no cenário. Nas primeiras nove semanas epidemiológicas de 2025 (até 1º de março), foram registrados 493 mil casos prováveis de Dengue, uma redução de 69% em comparação com os 1.6 milhão de casos no mesmo período de 2024 (Ref. 3). Os óbitos também diminuíram, embora a letalidade continue a ser uma preocupação (Ref. 3). A Tabela 2 detalha essa comparação.

Tabela 1: Situação Epidemiológica da Dengue no Brasil (Semanas Epidemiológicas 1-6, 2024 vs. 2025)

Período Casos Prováveis (Brasil) Comparativo Ano a Ano Estados com Maiores Reduções (Variação %)
Primeiras 6 semanas de 2024 698.482
Primeiras 6 semanas de 2025 281.049 Redução de ~60% Distrito Federal (-97%), Rio de Janeiro (-91%), Minas Gerais (-88%)
Fonte: Painel de Monitoramento das Arboviroses, Ministério da Saúde (Ref. 3).

Essa queda acentuada pode ser atribuída a uma combinação de fatores, incluindo a alta imunidade populacional após a onda massiva de 2024, a intensificação das ações de controle de vetores e a mobilização social promovida pelo Ministério da Saúde (Ref. 3). Contudo, essa aparente “calmaria após a tempestade” mascara a emergência de novas ameaças. O vírus Oropouche, uma arbovirose febril classicamente restrita à região amazônica, registrou uma expansão geográfica preocupante em 2025, com 5.514 casos confirmados, sendo 84.2% deles no estado do Espírito Santo, na região Sudeste (Ref. 3).

Este padrão epidemiológico revela uma lição crucial para a vigilância em saúde. A focalização em um único patógeno dominante (como a Dengue em 2024) pode criar pontos cegos para o surgimento silencioso de outros agentes. A queda nos casos de Dengue não significa o fim do risco de arboviroses; significa que o risco pode estar mudando de forma. A implicação para os serviços de saúde é a necessidade de uma vigilância sindrômica, capaz de detectar e investigar qualquer aumento de síndromes febris agudas, independentemente da suspeita inicial.

Tabela 2: Panorama das Principais Ameaças Infecciosas e Contexto no Brasil

Ameaça/Patógeno Principal Modo de Transmissão Status Global (OMS) Situação e Relevância no Brasil
Enterobactérias Resistentes aos Carbapenêmicos (CRE) Contato (principalmente em serviços de saúde) Ameaça urgente, endêmica globalmente Endêmico em hospitais brasileiros, principal desafio para CCIH
Candida auris Contato (principalmente em serviços de saúde) Ameaça fúngica emergente e multirresistente Surtos confirmados em múltiplos estados desde 2020; alerta da ANVISA em vigor
SARS-CoV-2 Respiratório (aerossóis, gotículas) Pandemia em curso; circulação endêmica com ondas epidêmicas Alta carga de doença e mortalidade; circulação contínua de variantes; vigilância genômica ativa
Influenza Aviária (H5N1, H7N9) Zoonótico (contato com aves infectadas); transmissão inter-humana limitada Ameaça pandêmica potencial; casos humanos esporádicos Risco de introdução em aves; sem casos humanos autóctones, mas vigilância constante
Dengue, Zika, Chikungunya Vetorial (Aedes aegypti) Endêmicos em regiões tropicais Hiperendêmicos; epidemia recorde de Dengue em 2024 seguida de queda em 2025
Vírus Oropouche Vetorial (Culicoides paraensis) Endêmico na região amazônica Expansão geográfica para a região Sudeste em 2025, representando uma ameaça reemergente
Vírus Ebola Contato direto com fluidos corporais Surtos recorrentes na África Central e Ocidental Risco extremamente baixo de introdução; preparo para casos importados é necessário
Fonte: Compilação baseada em (Ref. 1, Ref. 2, Ref. 3, Ref. 4).

Seção 5: Conclusões e Implicações para a Prática de CCIH

A análise do documento de referência, enriquecida pelas lições da pandemia de COVID-19 e pela epidemiologia recente, converge para uma conclusão central: a resiliência de um sistema de saúde frente a ameaças infecciosas é diretamente proporcional à robustez, adaptabilidade e valorização de seus programas de CCIH (Ref. 6, Ref. 7). As conclusões originais sobre a necessidade de vigilância global e colaboração internacional (Ref. 1) permanecem válidas, mas agora são vistas através de uma lente de urgência e complexidade muito maior.

A pandemia demonstrou que, em uma crise, a capacidade de reorganizar rapidamente a infraestrutura hospitalar, gerir recursos humanos sob estresse extremo e comunicar-se de forma clara e eficaz são tão cruciais quanto o conhecimento epidemiológico (Ref. 8). A CCIH emergiu não apenas como uma função técnica, mas como um pilar de liderança estratégica, essencial para a continuidade das operações hospitalares (Ref. 6). A prevenção e o controle de infecções não podem mais ser vistos como um centro de custo, mas como um investimento indispensável na segurança do paciente e na própria sustentabilidade da instituição.

Seção 6: Fatores Limitantes e as Novas Fronteiras do Conhecimento

Apesar dos avanços científicos, desafios significativos persistem, limitando a eficácia da resposta a doenças emergentes. O principal fator limitante é o “implementation gap“: a profunda lacuna entre o que a ciência demonstra ser eficaz (como a higiene das mãos e a adesão a bundles de prevenção) e a sua aplicação consistente na prática clínica diária, uma falha que é exacerbada sob a pressão de uma crise (Ref. 7, Ref. 12).

A operacionalização da abordagem One Health é outro desafio. Embora conceitualmente poderosa, sua implementação requer uma colaboração intersetorial (saúde humana, agricultura, meio ambiente) que é complexa de coordenar e financiar, especialmente no Brasil, um país de dimensões continentais e com diversas realidades socioeconômicas (Ref. 4, Ref. 9, Ref. 10). A vigilância integrada da dengue, por exemplo, exige a colaboração entre agentes de saúde, entomologistas, urbanistas e a comunidade, uma sinergia que ainda é mais teórica do que prática em muitas localidades (Ref. 10).

Finalmente, novas fronteiras de risco emergem, incluindo ameaças não microbianas que impactam diretamente a CCIH. A desinformação e a politização da ciência, amplificadas pelas mídias sociais, podem minar a confiança pública em medidas de saúde comprovadas, como vacinação e uso de máscaras, complicando a gestão de surtos e a proteção tanto da comunidade quanto dos profissionais de saúde.

Seção 7: Recomendações para o Futuro – Construindo Resiliência nos Serviços de Saúde do Brasil

Com base na análise crítica, as seguintes recomendações estratégicas são propostas para fortalecer a preparação e resposta a doenças emergentes no contexto brasileiro.

Tabela 3: Recomendações Estratégicas para o Controle de Infecção Hospitalar Frente a Ameaças Emergentes

Domínio Ação Recomendada Nível de Responsabilidade
Vigilância e Detecção Implementar e fortalecer a vigilância sindrômica para SRAG e síndromes febris agudas, independentemente do agente suspeito. CCIH / NVE (Núcleo de Vigilância Epidemiológica) Gestão Hospitalar
Estabelecer fluxos rápidos para acesso à testagem molecular avançada e vigilância genômica para identificação de novos patógenos e variantes. Gestão Hospitalar / Saúde Pública
Realizar vigilância ativa para patógenos oportunistas (ex: C. auris) em populações de alto risco, especialmente durante surtos que sobrecarreguem UTIs. CCIH
Infraestrutura e Suprimentos Mapear e validar cadeias de suprimentos de EPIs e outros insumos críticos, diversificando fornecedores e mantendo estoques estratégicos. Gestão Hospitalar
Projetar ou adaptar áreas hospitalares para permitir a conversão rápida em unidades de isolamento de coorte com pressão de ar controlável. Gestão Hospitalar
Garantir a disponibilidade e o uso correto de tecnologias de desinfecção de alto nível para ambientes e equipamentos. CCIH / Gestão Hospitalar
Gestão de Pessoal e Educação Desenvolver planos de capacitação contínua e remanejamento de pessoal para cenários de crise, com foco em competências de IPC. Gestão Hospitalar / RH
Investir na formação de lideranças em CCIH, com habilidades em gestão de crises, comunicação de risco e análise de dados. CCIH / Gestão Hospitalar
Promover uma cultura de segurança robusta, onde a adesão às práticas de IPC seja vista como uma responsabilidade compartilhada e inegociável. Todos os Níveis
Comunicação e Colaboração Estabelecer canais de comunicação claros e transparentes com os profissionais de saúde, pacientes e a comunidade durante emergências. Gestão Hospitalar / CCIH
Fortalecer a participação em redes de colaboração inter-hospitalar e com a saúde pública para compartilhamento de dados e balanceamento de carga de pacientes. Gestão Hospitalar / NVH / Saúde Pública
Adotar a abordagem One Health, participando de fóruns e iniciativas que integrem a vigilância humana, animal e ambiental em nível local e regional. Saúde Pública / CCIH
Políticas e Preparação Adotar frameworks de preparação como a iniciativa PRET (Preparação e Resiliência para Ameaças Emergentes) da OPAS para guiar o planejamento. Saúde Pública / Gestão Hospitalar
Garantir que os planos de preparação para pandemias sejam testados regularmente através de exercícios e simulados, e atualizados com base nas lições aprendidas. CCIH / Gestão Hospitalar
Fonte: Compilação baseada em (Ref. 5, Ref. 6, Ref. 11, Ref. 12).

As ameaças infecciosas da era da incerteza não são possibilidades, mas certezas estatísticas que se manifestam em ondas sucessivas de novos agentes, resistência microbiana e desafios logísticos. O caminho para enfrentar essa realidade não é esperar a próxima crise, mas construir resiliência agora: vigilância integrada, stewardship antimicrobiano fortalecido, cadeias de suprimentos robustas e uma cultura de segurança inegociável.
A CCIH deve ser vista como investimento estratégico, não como custo, garantindo a sustentabilidade hospitalar e a proteção dos pacientes frente a um cenário infeccioso que se reinventa continuamente

 

Seção 8: Referências Bibliográficas Comentadas

  1. LEVITT, A. et al. Emerging and Reemerging Infectious Disease Threats. In: Mandell, Douglas, and Bennett’s Principles and Practice of Infectious Diseases. 9th ed. Elsevier, 2020. Chapter 14.
    • Resumo: Este capítulo de um dos principais compêndios de doenças infecciosas oferece uma visão abrangente e pré-pandêmica das ameaças emergentes. Discute os fatores que impulsionam a emergência de doenças, como a resistência antimicrobiana, vírus respiratórios (incluindo coronavírus e influenza aviária), doenças vetoriais e febres hemorrágicas, servindo como o documento fundamental para esta análise.
  2. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). WHO Coronavirus (COVID-19) Dashboard. Geneva: WHO, 2025.
    • Resumo: O painel oficial da OMS é o repositório global para estatísticas da COVID-19. Fornece dados atualizados sobre casos confirmados, óbitos e circulação de variantes em nível global e por país, sendo a fonte primária para o monitoramento contínuo da pandemia.
    • Link: https://data.who.int/dashboards/covid19/cases (Ref. 2)
  3. BRASIL. Ministério da Saúde. Painel de Monitoramento das Arboviroses. Brasília: Ministério da Saúde, 2025.
  4. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Alerta de Risco GVIMS/GGTES/Dire3/Anvisa nº 01/2025 e Notas Técnicas associadas. Brasília: ANVISA, 2025.
    • Resumo: Alerta oficial da agência reguladora de saúde do Brasil que detalha a situação epidemiológica de Candida auris no país. O documento fornece orientações mandatórias para laboratórios e serviços de saúde sobre vigilância, notificação, prevenção e controle para conter a disseminação do patógeno.
    • Link: https://www.ccih.med.br/alerta-da-anvisa-candida-auris/ (Ref. 4)
  5. UNITED NATIONS. High-level meeting on antimicrobial resistance. New York: UN, 2024.
  6. INSTITUTO CCIH+. Prevenção de Doenças Infecciosas no Século XXI: o que todo gestor e controlador de infecção precisa saber agora. Portal CCIH.med.br, 2025.
  7. WEBER, D. J.; RUTALA, W. A.; FISCHER, W. A. et al. Emerging infectious diseases: A review for hospital epidemiologists and infection preventionists. American Journal of Infection Control, v. 48, n. 5, p. 586-596, 2020.
    • Resumo: Uma revisão abrangente para epidemiologistas hospitalares, publicada no American Journal of Infection Control, que oferece um guia prático sobre preparação hospitalar, avaliação de prontidão, vigilância e resposta a patógenos emergentes.
    • DOI: https://doi.org/10.1016/j.ajic.2020.03.013 (Ref. 7)
  8. WILEY, J. F.; KIOUSSIS, P. A.; DOYLE, M. et al. Lessons learned from the COVID-19 pandemic through the JHI and IPIP. Journal of Hospital Infection, v. 119, p. 80-83, 2022.
    • Resumo: Um editorial do Journal of Hospital Infection que sintetiza as principais lições da pandemia de COVID-19, abordando temas críticos como a transmissão aérea do SARS-CoV-2, a escassez de EPIs, a importância de diagnósticos rápidos e os desafios da comunicação científica.
    • DOI: https://doi.org/10.1016/j.jhin.2021.10.010 (Ref. 8)
  9. WAKIMOTO, M. D.; MENEZES, R. C. One health governance: recent advances in Brazil. The Lancet Regional Health – Americas, v. 35, 100788, 2024.
    • Resumo: Este artigo da The Lancet Regional Health – Americas analisa os avanços e desafios da governança em Saúde Única no Brasil, discutindo a implementação de planos de ação nacionais e a necessidade de fortalecer a colaboração intersetorial para enfrentar zoonoses e outras ameaças.
    • DOI: https://doi.org/10.1016/j.lana.2024.100788 (Ref. 9)
  10. MACHADO, G. S.; RUBENS, R. S.; DALMOLIN, T. V. Abordagem One Health (saúde única) e a dengue. Vigilância Sanitária em Debate, v. 11, e02125, 2023.
    • Resumo: Uma revisão de literatura que discute a aplicação do conceito de Saúde Única no controle da dengue, destacando a necessidade de uma vigilância integrada que combine dados ambientais, entomológicos e epidemiológicos para uma abordagem mais eficaz.
    • DOI: https://doi.org/10.22239/2317-269X.02125 (Ref. 10)
  11. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Guia para atualização de planos de preparação e resposta a pandemias de patógenos respiratórios. Washington, D.C.: OPAS, 2024.
    • Resumo: Este documento da OPAS introduz a iniciativa PRET (Preparação e Resiliência para Ameaças Emergentes), fornecendo um framework para que os países das Américas atualizem seus planos de resposta a pandemias de patógenos respiratórios, incorporando as lições da COVID-19.
    • DOI: https://doi.org/10.37774/9789275128033 (Ref. 11)
  12. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Prevention and control of hospital-acquired infections with multidrug-resistant organism: A review. PubMed, 2024.
    • Resumo: Esta recente revisão sistemática analisa as evidências sobre a prevenção de IRAS por microrganismos multirresistentes. O estudo conclui que intervenções em “cluster”, que combinam monitoramento de higiene das mãos com tecnologias de desinfecção ambiental aprimoradas, são as mais eficazes.
    • DOI:(https://doi.org/10.1097/MD.0000000000037001) (Ref. 12)

FAQ: Os Novos Desafios no Controle de Infecção Hospitalar

Seção 1: A Evolução do Controle de Infecção e os Novos Desafios

1. Qual a principal mudança de paradigma no controle de infecção hospitalar na era pós-COVID-19?

A principal mudança é a transição de uma abordagem reativa para uma de gestão de risco contínua. A pandemia demonstrou que a preparação para novas ameaças infecciosas não pode ser apenas um plano de emergência, mas uma prática diária e integrada aos processos assistenciais.

Referência: Do COVID-19 à Candida auris: os novos inimigos do controle de infecção hospitalar

2. O que diferencia a prevenção do controle de infecção?

Prevenção foca em evitar a ocorrência da infecção, enquanto o controle atua na identificação, contenção e prevenção da disseminação de infecções já existentes no ambiente hospitalar.

Referência: Você sabe a diferença entre prevenção e controle de infecção?

3. Quais são os principais “novos inimigos” do controle de infecção hospitalar?

Além do SARS-CoV-2, que se tornou endêmico, patógenos oportunistas como a Candida auris e outros microrganismos multirresistentes são os principais novos desafios.

Referência: Do COVID-19 à Candida auris: os novos inimigos do controle de infecção hospitalar

4. Como a epidemiologia hospitalar está evoluindo com as novas tecnologias?

A epidemiologia hospitalar está se tornando uma “inteligência artificial estratégica”, utilizando dados e algoritmos preditivos para antecipar surtos antes mesmo do primeiro caso clínico, transformando dados brutos em ação clínica imediata.

Referência: Controle de infecção 4.0: epidemiologia, dados e inteligência artificial na linha de frente

5. Qual a importância da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) neste novo cenário?

A CCIH é fundamental para orientar sobre a prevenção de doenças, investigar e controlar surtos, e garantir a segurança do paciente, atuando como um pilar para a segurança da humanidade.

Referência: CCIH: evoluindo da segurança do paciente para a segurança da humanidade

 

Seção 2: O Impacto da COVID-19 nas Infecções Hospitalares

6. De que forma a pandemia de COVID-19 impactou o controle de infecções hospitalares?

A pandemia sobrecarregou os sistemas de saúde, desviando o foco das CCIHs para o gerenciamento da crise, o que, em muitos casos, levou a um aumento de outras infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS).

Referência: Impactos da pandemia sobre o controle de infecção

7. Qual a recomendação da OMS para o gerenciamento clínico de pacientes com COVID-19?

A OMS recomenda o monitoramento rigoroso dos pacientes para sinais de progressão da doença, o uso cauteloso de fluidos intravenosos e a prescrição de antibióticos apenas com confirmação ou suspeita clínica de coinfecção bacteriana.

Referência: Novas recomendações da OMS para o gerenciamento clínico de COVID-19

8. Qual o teste de referência para o diagnóstico de COVID-19?

O método de referência são os testes de amplificação de ácido nucleico (NAAT), como o RT-PCR.

Referência: Novas recomendações da OMS para o gerenciamento clínico de COVID-19

9. Como a pandemia acelerou a crise da resistência antimicrobiana?

A superlotação de UTIs, o uso extensivo de antibióticos de amplo espectro e de dispositivos invasivos criaram um ambiente propício para a seleção e disseminação de microrganismos multirresistentes.

Referência: Do COVID-19 à Candida auris: os novos inimigos do controle de infecção hospitalar

10. É possível realizar a desinfecção térmica de máscaras PFF2/N95?

Embora não seja uma recomendação padrão, estudos e discussões técnicas exploram a desinfecção térmica como uma alternativa em situações de escassez, sendo um convite à reflexão sobre planos de contingência.

Referência: Desinfecção térmica de máscara, engenharia clínica e coronavírus. Desinfectar com vapor em casa? Dá?

Seção 3: Candida auris – O Patógeno da Era Pandêmica

11. O que é a Candida auris e por que ela é considerada uma ameaça?

É uma espécie de levedura multirresistente, de difícil identificação, alta letalidade e com grande capacidade de persistência no ambiente hospitalar, o que a torna um grande desafio para o controle de infecção.

Referência: Candida auris um patógeno hospitalar emergente

12. Quais as principais orientações da ANVISA para o controle de infecções por Candida auris?

A ANVISA atualizou sua Nota Técnica com orientações sobre a identificação, prevenção e controle de surtos, incluindo o histórico de surtos no Brasil, a lista de laboratórios de referência e as atribuições das comissões de controle de infecção.

Referência: Anvisa atualiza Nota Técnica com orientações para identificação, prevenção e controle de infecções por Candida auris em serviços de saúde

13. Por que a Candida auris é chamada de “patógeno da era pandêmica”?

Sua disseminação foi favorecida pelas condições criadas nas UTIs durante a pandemia de COVID-19, como o uso prolongado de cateteres, corticoides e antibióticos de amplo espectro.

Referência: Do COVID-19 à Candida auris: os novos inimigos do controle de infecção hospitalar

14. Quais as principais dificuldades no manejo da Candida auris?

A multirresistência aos antifúngicos, a dificuldade de identificação por métodos laboratoriais convencionais e sua capacidade de sobreviver por longos períodos em superfícies.

Referência: Candida auris um patógeno hospitalar emergente

15. Qual o papel dos laboratórios de microbiologia na identificação da Candida auris?

Os laboratórios são essenciais para a identificação correta da Candida auris, utilizando técnicas como o MALDI-TOF, e para alertar a CCIH sobre casos suspeitos.

Referência: Anvisa atualiza Nota Técnica com orientações para identificação, prevenção e controle de infecções por Candida auris em serviços de saúde

Seção 4: Medidas Gerais de Prevenção e Controle

16. Qual a diferença entre limpeza e desinfecção de superfícies?

A limpeza remove a sujidade e a matéria orgânica, enquanto a desinfecção utiliza produtos químicos para reduzir a carga microbiana das superfícies.

Referência: Limpeza e desinfecção de superfícies ambientais

17. O que são as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e por que o termo substituiu “infecção hospitalar”?

IRAS é um termo mais abrangente que inclui infecções adquiridas em outros cenários de assistência à saúde, como atendimento domiciliar e clínicas, refletindo a desospitalização e a ampliação do cuidado.

Referência: Qual é a diferença entre IRAS e Infecção Hospitalar?

18. Como identificar um surto de IRAS sem uma série histórica de dados?

É possível utilizar softwares gratuitos como o EPIINFO, desenvolvido pela OMS e CDC, para analisar dados epidemiológicos e identificar padrões que indiquem a ocorrência de um surto.

Referência: Como identificar um surto de IRAS se não tenho série histórica?

19. Quais são os componentes essenciais de um programa de controle de infecção?

Segundo a OMS, um programa eficaz inclui orientações baseadas em evidências, formação e treinamento dos profissionais, vigilância epidemiológica e um programa de stewardship de antimicrobianos.

Referência: Desafios para o Controle de Infecção

20. Qual a importância da higiene das mãos e do ambiente no controle de infecções?

São medidas fundamentais e complementares. A higiene das mãos previne a transmissão de microrganismos pelo contato, enquanto a higiene do ambiente reduz a carga microbiana das superfícies, diminuindo o risco de contaminação.

Referência: Limpeza e desinfecção de superfícies ambientais

Seção 5: O Papel dos Profissionais de Saúde e a Segurança do Paciente

21. Quais são os direitos de segurança do paciente estabelecidos pela OMS?

A OMS publicou uma Carta dos Direitos de Segurança do Paciente que visa eliminar danos evitáveis nos cuidados de saúde, integrando conceitos como o envolvimento do paciente e da família, equidade e acesso à informação.

Referência: Dez Direitos de Segurança do Paciente

22. Como envolver pacientes e familiares na cultura de segurança?

Através da comunicação clara, educação sobre as medidas de prevenção e incentivando a participação ativa no seu próprio cuidado, como questionar sobre a higiene das mãos dos profissionais.

Referência: Como envolver o pacientes e familiares com a segurança do paciente?

23. Como uma CCIH deve atuar e elaborar seu programa de controle de infecção?

A CCIH deve ser atuante, com uma equipe multidisciplinar, e seu programa deve ser baseado em dados epidemiológicos locais, diretrizes nacionais e internacionais, e focado na melhoria contínua dos processos.

Referência: Como deve atuar uma CCIH e elaborar seu programa de controle de infecção?

24. Qual a importância da formação e capacitação contínua dos profissionais de saúde?

É fundamental para manter os profissionais atualizados sobre as novas ameaças, as melhores práticas de prevenção e controle de infecções, e para fortalecer a cultura de segurança na instituição.

Referência: II Jornada Imersiva em Prevenção e Controle de Infecção

25. Onde encontrar mais informações e cursos de capacitação em controle de infecção?

O Instituto CCIH+ oferece diversos cursos, incluindo MBAs, especializações e capacitações, com o objetivo de formar profissionais de excelência na área.

Referência: Instituto CCIH +

Autor:

Antonio Tadeu Fernandes:

https://www.linkedin.com/in/mba-gest%C3%A3o-ccih-a-tadeu-fernandes-11275529/

https://www.instagram.com/tadeuccih/

#CCIH #ControleDeInfecção #SegurançaDoPaciente #Epidemiologia #SaúdePública #CandidaAuris #Dengue #COVID19 #GestãoEmSaúde

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
plugins premium WordPress
×