Até controladores de infecção confundem os termos e isto tem reflexos na responsabilidade legal de uma CCIH. A prevenção e o controle de infecções hospitalares são duas abordagens distintas, porém complementares, para lidar com a propagação de infecções em ambientes de saúde. Embora ambas tenham o objetivo de reduzir o risco de infecções, elas diferem em termos de enfoque e medidas aplicadas. Vamos comparar as duas abordagens:
Objetivo:
Prevenção de infecção hospitalar: O foco principal da prevenção é evitar que a infecção ocorra em primeiro lugar. Isso é alcançado por meio de medidas como higiene adequada das mãos, imunizações, uso adequado de barreiras, precauções de isolamento, educação dos profissionais de saúde e pacientes, entre outras estratégias. Embora a CCIH realize atividades educativas neste sentido, a responsabilidade pela prevenção é primordialmente da equipe assistencial, sob orientação da CCIH, que deve elaborar pacotes de medidas profiláticas, reunidas em bundles, cuja adesão é verificada periodicamente.
Controle de infecção hospitalar: O objetivo principal do controle é limitar a propagação de infecções já existentes. Isso envolve identificar e isolar pacientes infectados, adotar precauções de contato, usar equipamentos de proteção individual, implementar medidas de limpeza e desinfecção adequadas, orientar a equipe de saúde nas medidas preventivas, de acordo com evidências científicas, além de monitorar e investigar surtos. Quando a CCIH faz busca ativa de casos, elabora e interpreta os relatórios epidemiológicos, sugerindo o aprimoramento das ações assistenciais, ela está em conformidade com suas atribuições definidas por Lei Federal, ao executar o Programa de Controle de Infecções.
Foco temporal:
Prevenção de infecção hospitalar: A prevenção é uma abordagem proativa que busca evitar infecções antes que ocorram. Ela concentra-se em estratégias a longo prazo para criar um ambiente seguro e minimizar a exposição dos pacientes a patógenos.
Controle de infecção hospitalar: O controle é uma resposta reativa que ocorre após a detecção de uma infecção. Ele lida com identificação das infecções, a determinação dos fatores de risco para sua ocorrêcia objetivando a correção, quando possível, contenção imediata da infecção e visa evitar sua disseminação dentro do ambiente hospitalar orientando medidas higiênicas, de processamento de produtos para saúde e de precauções e isolamento.
Medidas aplicadas:
Prevenção de infecção hospitalar: As medidas de prevenção incluem práticas de higiene adequadas, como higiene das mãos, uso de antissépticos, uso apropriado de equipamentos de proteção individual, manejo seguro de materiais contaminados, manutenção da limpeza e assepsia do ambiente hospitalar, entre outras.
Controle de infecção hospitalar: As medidas de controle envolvem o uso de precauções de isolamento, que podem incluir isolamento de contato ou isolamento por transmissão aérea, dependendo do patógeno. Além disso, o controle também inclui a identificação e rastreamento de casos, a investigação de surtos, e orientações para o uso apropriado de antibióticos e a manutenção de práticas de limpeza e desinfecção adequadas.
Abordagem sistemática:
Prevenção de infecção hospitalar: A prevenção é uma abordagem mais ampla e sistemática, que envolve a implementação de políticas, diretrizes e protocolos em todo o ambiente hospitalar. Ela requer a participação de toda a equipe de saúde e a adoção de práticas consistentes e padronizadas.
Controle de infecção hospitalar: O controle é uma abordagem mais direcionada e específica, que envolve medidas temporárias para conter uma infecção em particular. Isso pode incluir vigilância para identificação de casos, elaboração de relatórios epidemiológicos, identificação de prioridades para prevenção de infecções e principalmente de surtos, que exigem medidas urgentes para seu controle, realização do Programa de Controle de Infecção, restrições de visitantes, isolamento de pacientes infectados e ações adicionais direcionadas aos casos identificados, incluindo orientação ao uso adequado de antimicrobianos, com a finalidade de reduzir ao máximo a sua gravidade a partir do conhecimento da microbiota hospitalar e seu perfil de sensibilidade.
Resumidamente:
Em resumo, a prevenção de infecções hospitalares se concentra em evitar que as infecções ocorram, enquanto o controle de infecções hospitalares lida com a contenção e a redução da disseminação de infecções já existentes. Ambas as abordagens são fundamentais para garantir a segurança dos pacientes e a qualidade dos cuidados de saúde em um ambiente hospitalar.
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