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Protocolo ANVISA 2025 para ITU associada a cateter: o que muda na prática e o que sua CCIH não pode mais ignorar

Protocolo ANVISA 2025 para ITU associada a cateter define novas exigências práticas para inserção, manutenção e retirada. Saiba o que muda e como proteger seu serviço de falhas críticas e eventos adversos evitáveis.

FAQ: Prevenção de Infecção do Trato Urinário Associada a Cateter (ITU-AC)

Público-alvo: Profissionais de Saúde (CCIH, Gestão, Medicina, Enfermagem e Farmácia)

1. O que caracteriza oficialmente uma ITU-AC segundo este protocolo?

A ITU-AC (Infecção do Trato Urinário Associada a Cateter Vesical de Demora) ocorre quando há uma infecção sintomática em paciente com Cateter Vesical de Demora (CVD) instalado por mais de dois dias consecutivos (sendo D1 o dia da instalação) e que, na data da infecção, estava com o cateter ou o havia removido no dia anterior.

2. Qual a diferença entre ITU-AC e bacteriúria assintomática?

A bacteriúria assintomática é apenas o achado de bactérias na urina de paciente sem sinais ou sintomas clínicos. A ITU-AC exige a presença de sintomas. O tratamento de bacteriúria assintomática é, em geral, contraindicado pois favorece a resistência microbiana.

3. Por que a formação de biofilme é citada como inevitável no uso prolongado?

O protocolo destaca que quase todos os pacientes apresentam bacteriúria após 30 dias de cateterismo. A formação de biofilme no dispositivo é rápida (aumenta 3 a 8% ao dia) e protege as bactérias, tornando a ITU-AC a principal causa de infecção secundária de corrente sanguínea.

4. Quais são as indicações clínicas aceitáveis para o uso de CVD?

As indicações incluem: retenção urinária aguda ou obstrução; necessidade de controle rigoroso do débito urinário em pacientes críticos; uso perioperatório em cirurgias específicas; cicatrização de lesões sacrais/perineais graves em pacientes incontinentes; imobilização prolongada (ex: trauma pélvico) e cuidados de fim de vida.

5. O CVD pode ser usado apenas para conter incontinência urinária?

Não. O protocolo recomenda avaliar sistematicamente métodos alternativos (como cateter externo tipo “uripen” ou cateter externo feminino, fraldas ou cateterismo intermitente) antes de indicar o CVD, especialmente se não houver lesões de pele graves que justifiquem o uso.

6. Como deve ser o monitoramento diário da necessidade do cateter?

Deve haver avaliação diária da necessidade de manutenção do cateter, preferencialmente discutida nas visitas multiprofissionais. Lembretes no prontuário e na evolução diária sobre o “número de dias de uso” são estratégias obrigatórias para estimular a remoção precoce.

7. É obrigatório testar o balonete da sonda antes da inserção?

O protocolo esclarece que não há obrigatoriedade técnica. Embora o teste evite o uso de cateteres com defeito de fábrica, a prática pode criar rugas no balão que traumatizam a uretra. A decisão fica a critério da experiência do profissional.

8. Qual a técnica correta de lubrificação para inserção do cateter?

Deve-se usar gel lubrificante estéril de uso único (com anestésico). Para homens, injetar no mínimo 10 mL na uretra. Para mulheres, lubrificar abundantemente a ponta da sonda. Isso previne trauma e estenose uretral.

9. O que caracteriza um sistema de drenagem urinária seguro?

O sistema deve ser fechado e estéril, com válvula antirrefluxo e ponto de coleta de amostras. A desconexão entre a sonda e a bolsa coletora é proibida, exceto em indicações rigorosas de troca do sistema, pois quebra a barreira contra bactérias.

10. Onde e como deve ser feita a fixação do cateter?

A fixação deve ser feita de forma a permitir a mobilidade sem causar tração ou dobras (na região inguinal/coxa ou suprapúbica). O local da fixação deve ser alternado diariamente para evitar lesões de pele e o sistema deve permanecer sempre abaixo do nível da bexiga.

11. Como realizar a higiene do meato uretral para prevenir infecção?

A higiene deve ser feita diariamente com água e sabonete durante o banho e após sujidades. O uso de antissépticos tópicos ou pomadas antimicrobianas no meato é contraindicado.

12. Qual a frequência e o cuidado correto ao esvaziar a bolsa coletora?

Esvaziar no mínimo a cada turno ou quando atingir 2/3 da capacidade. Deve-se usar um recipiente individual e limpo para cada paciente, evitando o contato do bico de drenagem com o recipiente ou o chão.

13. A irrigação vesical com antibióticos previne ITU?

Não. A irrigação com antimicrobianos é contraindicada por falta de evidência e risco de resistência. A irrigação (lavagem) só é indicada em casos de obstrução por coágulos (ex: pós-operatório urológico) e deve ser feita com sistema fechado de 3 vias.

14. Como coletar urina para exame em paciente sondado?

A coleta deve ser feita por aspiração com agulha e seringa estéril (ou sistema luer-lock) através do ponto de coleta (portal) do cateter, após desinfecção com álcool 70%. Nunca coletar da bolsa de drenagem (urina estagnada).

15. O que é o “Bundle” e como ele deve ser aplicado?

O Bundle é um pacote de medidas de prevenção. O protocolo exige a aplicação de um Checklist de Inserção (para garantir técnica asséptica) e um Checklist de Manutenção Diária (para verificar fixação, posição da bolsa e higiene), registrados em prontuário.

16. Quais indicadores a CCIH deve monitorar mensalmente?

Os indicadores principais são: 1) Densidade de Incidência de ITU-AC; 2) Taxa de Utilização de CVD; 3) Percentual de adesão ao checklist de inserção; e 4) Percentual de conformidade total das medidas preventivas.

17. O que a Taxa de Utilização (TU) de CVD indica para a gestão?

A TU mede a exposição ao risco. Calcula-se: (Nº de cateteres-dia / Nº de pacientes-dia) x 100. Uma taxa alta sugere uso excessivo do dispositivo na unidade e deve desencadear ações para revisão das indicações médicas e remoção precoce.

18. Qual o papel do paciente e familiar na prevenção?

Eles devem ser engajados e orientados a não manipular o sistema, a manter a bolsa abaixo da bexiga e, crucialmente, a questionar a equipe sobre a “real necessidade” de manter o cateter, funcionando como uma barreira de segurança adicional.

19. A troca do cateter deve ser feita em datas fixas (rotina)?

Não. A troca deve ocorrer apenas se houver obstrução, quebra da técnica, vazamento, incrustação visível ou indicação específica do fabricante (validade do material silicone vs látex). Trocas programadas sem critério clínico aumentam o risco de infecção e trauma.

20. Qual a responsabilidade da gestão hospitalar neste protocolo?

O gestor deve garantir o dimensionamento adequado da equipe (para permitir cuidados seguros), prover insumos de qualidade (cateteres de silicone, sistemas fechados, EPIs) e apoiar a educação permanente, sendo corresponsável pelos resultados dos indicadores de ITU.

 

1. Objetivo e Responsáveis

Objetivo do Guia:

O objetivo principal deste documento é sistematizar a implementação de medidas de prevenção e controle de ITU-AC (Infecção do Trato Urinário Associada a Cateter). Ele visa orientar a equipe multiprofissional sobre inserção, manutenção, manuseio, troca e retirada do dispositivo, com o intuito final de reduzir eventos adversos e garantir a segurança do paciente. Ele foi desenhado como um “Modelo de Protocolo” editável, destinado a ser adaptado e instituído nos hospitais, especialmente na rede EBSERH e no SUS.

Entidades Responsáveis:

A elaboração é uma responsabilidade conjunta de duas entidades governamentais brasileiras:

  • ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
  • EBSERH (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), responsável pela gestão dos hospitais universitários federais.

2. Metodologia e Revisão Bibliográfica

Análise da Metodologia:

O documento não apresenta uma seção de metodologia que descreva um processo de revisão sistemática da literatura (como PRISMA). Não há descrição de:

  • Estratégias de busca (sistemática de busca).
  • Bases de dados pesquisadas.
  • Critérios de inclusão/exclusão de artigos.
  • Número de artigos encontrados ou selecionados.
  • Declaração de conflitos de interesse ou patrocínio (entende-se, pela natureza dos órgãos, que é financiado por verba pública e isento de conflito comercial, embora isso não esteja explicitado no texto).

Fontes de Pesquisa Utilizadas:

As referências listadas na seção 9 indicam que o protocolo foi construído com base em:

  1. Diretrizes Anteriores da ANVISA: Manuais de 2017 e Notas Técnicas de 2025.
  2. Guidelines Internacionais: Cita fortemente o guideline do CDC (Gould et al., 2009/2010) e atualizações da SHEA/IDSA (Yokoe et al., 2023).
  3. Literatura Científica: Artigos de revisão e estudos epidemiológicos (ex: Chenoweth & Saint, Kranz et al.).

Avaliação da Qualidade da Evidência (GRADE / PRISMA / HICPAC):

  • PRISMA: O guia reprovaria em uma avaliação PRISMA, pois não é uma revisão sistemática e falha em reportar o processo de seleção de evidências.
  • GRADE: O documento não utiliza o sistema GRADE para graduar a força das recomendações no corpo do texto. As recomendações são apresentadas como diretivas (“deve-se”, “realizar”), sem classificar o nível de evidência (Alta, Moderada, Baixa) para cada ação específica.
  • HICPAC (CDC): O conteúdo segue a lógica das recomendações HICPAC (Categorias IA, IB, II), focando em práticas consagradas, mas o documento brasileiro não exibe essas etiquetas de categoria ao lado de cada recomendação.

3. Recomendações Detalhadas e Fundamentação

O protocolo divide as ações em medidas gerais e específicas. Abaixo, a análise detalhada:

A. Indicações de Uso (Crucial)

  • Recomendação: O uso deve ser restrito a critérios rígidos: retenção urinária (sem viabilidade de cateterismo de alívio), monitoramento de débito em instabilidade hemodinâmica, cirurgias específicas, cicatrização de feridas sacras em incontinentes, e cuidados de fim de vida.
  • Fundamento: Evitar o uso desnecessário é a principal medida para prevenir ITU-AC (CDC/SHEA).

B. Inserção

  • Recomendação: Higiene de mãos, uso de EPIs, técnica asséptica rigorosa (campo estéril, luva estéril), lubrificante estéril de uso único e menor calibre possível7. Recomenda o uso de ultrassom vesical antes da cateterização para evitar sondagem desnecessária.
  • Fundamento: Quebra de assepsia na inserção é causa direta de introdução de patógenos. O trauma uretral (calibre grande/falta de lubrificante) predispõe à infecção.

C. Manutenção

  • Recomendação: Manter sistema fechado e estéril. Higiene meatal diária com água e sabão (não usar antissépticos rotineiramente na limpeza periuretral). Bolsa coletora abaixo do nível da bexiga e sem contato com o chão.
  • Fundamento: Manter o sistema fechado previne a entrada de bactérias. Antissépticos no meato podem causar irritação e aumentar o risco de infecção (Diretriz CDC 2009).

D. Troca e Retirada

  • Recomendação: Não há troca programada (apenas se obstrução, infecção ou quebra do sistema). Retirada deve ser precoce. Não realizar “treinamento vesical” (fechamento prévio) antes da retirada.
  • Fundamento: Trocas desnecessárias aumentam o risco de trauma e infecção. O treinamento vesical não tem evidência de benefício e prolonga o tempo de cateter.

4. Análise Crítica e Comparativa

O que o guia inova (Pontos Fortes):

  1. Ferramentas de Gestão: O grande diferencial deste documento não é a “nova ciência”, mas a aplicabilidade. Ele fornece Apêndices prontos para uso: Checklists de Inserção, Checklists de Manutenção e Fichas de Indicadores.
  2. Padronização Nacional: Ao ser um documento conjunto ANVISA/EBSERH, ele cria um padrão ouro para hospitais federais que servirá de referência para o setor privado.
  3. Ultrassom Vesical: A recomendação explícita do uso de ultrassom antes da sondagem é uma prática moderna que reduz cateterismos invasivos desnecessários.

Lacunas e Omissões (Para Pesquisas Futuras):

  1. Cateteres Antimicrobianos: O guia omite recomendações sobre o uso de cateteres impregnados (prata ou antibióticos). Diretrizes internacionais (CDC) sugerem considerá-los apenas se as taxas de ITU permanecerem altas após implementação de todas as outras medidas. O guia brasileiro silencia sobre isso.
  2. Definição de “Longo Prazo”: O guia foca muito no ambiente hospitalar agudo. Faltam diretrizes específicas para cuidados de longa permanência (Home Care/Instituições de Longa Permanência) onde a troca programada pode ser necessária para evitar incrustações.
  3. Profilaxia Antibiótica na Troca: Não discute profundamente a profilaxia em pacientes com bacteriúria assintomática que vão trocar o cateter (traumático vs. não traumático).

Comparação com Diretrizes Internacionais (SHEA/CDC):

  • Convergência: Alinha-se perfeitamente quanto às indicações restritas, técnica asséptica e manutenção do sistema fechado.
  • Divergência/Ausência: A diretriz da SHEA (2022) enfatiza estratégias de protocolos guiados por enfermeiros para retirada do cateter sem ordem médica diária. O guia da ANVISA menciona “avaliação diária” e “lembretes”, mas não explicita a autonomia do enfermeiro para retirada baseada em protocolo institucional sem nova ordem médica, um ponto crucial para agilidade.

Síntese Final:

É um guia operacional robusto, focado na segurança do processo. Sua maior força é transformar a teoria (Diretrizes de 2017) em ferramentas de auditoria prática (Checklists de 2025).

5. Referências Bibliográficas (ABNT e Links)

Fonte Primária:

  1. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA); EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES (EBSERH). Protocolo para a Prevenção de Infecção do Trato Urinário Relacionada ao Uso de Cateter Vesical de Demora (ITU-AC): Modelo de Protocolo. Brasília: ANVISA, 2025. Disponível em: Protocolo3PrevenodeITUFINAL

Artigos e Diretrizes Relacionadas (Pesquisa Externa):

  1. GOULD, C. V. et al. Guideline for prevention of catheter-associated urinary tract infections 2009. Infection Control & Hospital Epidemiology, v. 31, n. 4, p. 319-326, 2010. DOI: https://doi.org/10.1086/651091. (Base global citada no guia).
  2. YOKOE, D. S. et al. A compendium of strategies to prevent healthcare-associated infections in acute-care hospitals: 2022 Updates. Infection Control & Hospital Epidemiology, v. 44, n. 8, 2023. DOI: https://doi.org/10.1017/ice.2023.116. (Atualização da SHEA).
  3. LO, E. et al. Strategies to prevent catheter-associated urinary tract infections in acute-care hospitals: 2014 update. Infection Control & Hospital Epidemiology, v. 35, n. 5, p. 464-479, 2014. DOI: https://doi.org/10.1086/675718.

Artigos do Portal CCIH MED (Sugestão de leitura baseada no tema):

Autor:

Antonio Tadeu Fernandes:

Médico pela FMUSP com residência em Moléstias Infecciosas no HCFMUSP e mestrado em Medicina Preventiva na FMUSP.

Ex-presidente da APECIH e da ABIH.

Autor do livro: “Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Área da Saúde” (premio Jabuti como mlehor publicação em Ciências Neturais e Saúde).

CEO do Instituto CCIH+

https://www.linkedin.com/in/mba-gest%C3%A3o-ccih-a-tadeu-fernandes-11275529/

https://www.instagram.com/tadeuccih/

 

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