Este artigo detalha 15 mais novos antibióticos aprovados e em desenvolvimento para 2024-2025, com foco em resistência antimicrobiana (RAM), patógenos prioritários da OMS e indicações clínicas específicas.
Novos antibióticos 2024-2025 — este é o tema que reacende a esperança no enfrentamento das superbactérias que desafiam UTIs e protocolos de controle de infecção no mundo inteiro.
Depois de anos de escassez de inovação, o pipeline global finalmente entregou resultados concretos: Sulbactam-Durlobactam, Aztreonam-Avibactam, Cefepime-Taniborbactam, Ceftobiprole, Sulopenem e Gepotidacin.
Cada um desses agentes representa uma vitória científica sobre a resistência antimicrobiana (RAM) — uma pandemia silenciosa que ameaça reverter décadas de avanços na medicina moderna.
Mas a questão central permanece: estamos preparados para preservar esse novo arsenal?
A resposta depende de como as instituições hospitalares e as CCIHs integram esses medicamentos dentro de estratégias de Antimicrobial Stewardship (AMS) rigorosas e baseadas em evidências.
Resumo executivo
Esta revisão analisa o robusto pipeline de antibióticos de 2024-2025, detalhando os novos agentes aprovados e em fase final de desenvolvimento para combater os patógenos prioritários da OMS (Ref. 4), incluindo CRE, CRAB e MRSA. O artigo foca nas evidências clínicas que mudarão a prática do controle de infecção.
Os principais destaques incluem:
- Para CRAB: A aprovação do Sulbactam-Durlobactam (Xacduro), que demonstrou menor nefrotoxicidade e não inferioridade na mortalidade em comparação com a colistina no ensaio ATTACK (Ref. 9).
- Para MBLs (CRE): O desenvolvimento de Aztreonam-Avibactam (Emblaveo) (Ref. 12, 13) e Cefepime-Taniborbactam, que foi superior ao Meropenem no ensaio CERTAIN-1 (Ref. 18).
- Para MRSA: A aprovação do Ceftobiprole (Zevtera) pela FDA para Bacteremia por S. aureus (SAB), com base no ensaio ERADICATE (Ref. 28).
- Para “Step-Down” Oral: A chegada dos primeiros carbapenêmicos orais, Sulopenem (Orlynvah) (aprovado em Out/2024) (Ref. 23) e Tebipenem HBr (Ref. 21), para o tratamento de infecções do trato urinário complicadas.
- Novas Classes: O Gepotidacin (Blujepa) (Ref. 33), o primeiro de uma nova classe para ITU não complicada, aprovado em Mar/2025 (Ref. 35).
A conclusão central é que, embora este novo arsenal seja uma conquista significativa, sua preservação é inteiramente dependente da implementação imediata e rigorosa de programas de Antimicrobial Stewardship (AMS) (Ref. 6).
Índice
| Seção | Conteúdo |
| Parte I | Fundamentos (RAM, Patógenos OMS 2024, Financiamento) |
| Parte II | BGN Resistentes (5 medicamentos detalhados) |
| Parte III | Step-Down Oral (Tebipenem, Sulopenem) |
| Parte IV | CGP Resistentes (Ceftobiprole, Contezolid, Afabicin) |
| Parte V | Novas Classes (Gepotidacin, Zoliflodacin, Epetraborole) |
| Parte VI | Integração Clínica (Tabelas comparativas) |
| Parte VII | Conclusão e Stewardship |
| Parte VIII | Recursos, Guias de Navegação, Palavras-chave SEO |
FAQ: O Novo Arsenal Terapêutico (2024-2025)
Parte I: Fundamentos (RAM, Patógenos OMS, Financiamento)
1. O que é Resistência Antimicrobiana (RAM) e por que é considerada uma “pandemia silenciosa”?
A RAM é a capacidade de um microrganismo (como uma bactéria) de resistir à ação de um antimicrobiano. É chamada de “pandemia silenciosa” porque, ao contrário da COVID-19, ela avança de forma gradual, mas com números devastadores. Em 2019, estima-se que 1,27 milhão de mortes foram diretamente atribuíveis à RAM, com 4,95 milhões de mortes associadas, superando as mortes por HIV/AIDS ou malária.
- Referência 1: CCIH.med.br. A Pandemia Silenciosa em Alerta Máximo
- Referência 2: Murray, C. J. L. et al. (2022). Global burden of bacterial antimicrobial resistance in 2019. The Lancet. Ver Artigo
2. Quais são os patógenos prioritários “críticos” da lista da OMS de 2024?
A lista atualizada da OMS classifica como “críticos” os patógenos que representam a maior ameaça global. Este grupo inclui:
- Acinetobacter baumannii resistente a carbapenêmicos (CRAB).
- Enterobacterales resistentes a carbapenêmicos (CRE), especialmente os produtores de MBL (Metalo-beta-lactamase).
Eles são prioridade máxima para pesquisa e desenvolvimento de novos antibióticos.
- Referência 1: Organização Mundial da Saúde (OMS). (2024). WHO bacterial priority pathogens list, 2024
- Referência 2: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025
3. Qual é o desafio econômico no desenvolvimento de novos antibióticos?
Existe um paradoxo: antibióticos são caros para desenvolver, mas, para preservar sua eficácia (via stewardship), devem ser usados o mínimo possível. Isso gera baixo volume de vendas e leva empresas à falência. A solução emergente são os incentivos “pull” (atração), como modelos de assinatura, onde governos pagam pela disponibilidade do antibiótico, e não por dose vendida, alinhando inovação com stewardship.
- Referência 1: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025
4. Para gestores hospitalares: Por que investir em novos antibióticos se eles devem ser pouco usados?
O investimento não é em volume de uso, mas em capacidade terapêutica. Ter um novo antibiótico (ex: Sulbactam-Durlobactam para CRAB) disponível é uma apólice de seguro para tratar pacientes com infecções graves sem outras opções. A falha terapêutica por resistência gera custos muito maiores (internação prolongada em UTI, mortalidade). O investimento é em segurança do paciente e capacidade de resposta a surtos.
- Referência 1: CCIH.med.br. Estrutura molecular da resistência microbiana
- Referência 2: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025
5. Para a CCIH: Qual o papel do Antimicrobial Stewardship (AMS) na introdução de novos antibióticos?
O papel é central e vital. O AMS é o programa que garante que o novo antibiótico seja usado corretamente (indicação, dose, duração) para otimizar o desfecho clínico e, crucialmente, preservar sua eficácia. A CCIH, junto ao time de AMS, deve definir protocolos claros de uso, restringir sua prescrição e monitorar o surgimento de resistência, protegendo o novo arsenal.
- Referência 1: CDC. Core Elements of Hospital Antibiotic Stewardship Programs
- Referência 2: TV CCIH (YouTube). Implementação de um Programa de Stewardship de Antimicrobianos (Ver vídeo na playlist)
Parte II: BGN Resistentes – Acinetobacter (CRAB)
6. O que é Acinetobacter baumannii resistente a carbapenêmicos (CRAB)?
É um dos patógenos “críticos” da OMS, frequentemente encontrado em UTIs. É extremamente difícil de tratar por ser resistente a quase todos os antibióticos disponíveis, incluindo os carbapenêmicos (ex: Meropenem). As infecções por CRAB (como pneumonia associada à ventilação) têm taxas de mortalidade muito elevadas.
- Referência 1: CCIH.med.br. Vale a pena fazer busca ativa para Acinetobacter baumannii (CRAB)?
7. Qual é a principal novidade terapêutica para CRAB (em Pneumonia Hospitalar/VABP)?
A principal novidade é o Sulbactam-Durlobactam (Xacduro), aprovado pela FDA em 2023. É a primeira terapia em décadas desenhada especificamente para infecções por Acinetobacter baumannii.
- Referência 1: CCIH.med.br. Durlobactam-sulbactam – Está sabendo do novo antibiótico aprovado pelo FDA?
8. Como o Sulbactam-Durlobactam (Xacduro) funciona contra o CRAB?
O Sulbactam já possui atividade intrínseca contra o Acinetobacter, mas era degradado por enzimas (carbapenemases, como as OXA). O Durlobactam é um novo inibidor de beta-lactamase (da classe DBO) que bloqueia essas enzimas, “protegendo” o Sulbactam e restaurando sua capacidade de matar a bactéria.
- Referência 1: CCIH.med.br. Durlobactam-sulbactam – Está sabendo do novo antibiótico aprovado pelo FDA?
- Referência 2: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025
9. Qual a principal vantagem clínica do Sulbactam-Durlobactam vs. Colistina, segundo o ensaio ATTACK?
A vantagem mais significativa foi a redução drástica da nefrotoxicidade. O ensaio ATTACK mostrou não inferioridade na mortalidade em 28 dias (19% vs. 32% para colistina), mas a taxa de nefrotoxicidade foi de apenas 13,2% com Sulbactam-Durlobactam, comparada a 37,6% no braço Colistina.
- Referência 1: Kaye, K. S. et al. (ATTACK Trial) (2023). Sulbactam–Durlobactam versus Colistin… The Lancet Infectious Diseases. Ver Artigo
- Referência 2: CCIH.med.br. Durlobactam-sulbactam – Está sabendo do novo antibiótico aprovado pelo FDA?
10. Para médicos e farmacêuticos: Como a diretriz IDSA 2024 posiciona o Sulbactam-Durlobactam?
Devido à forte evidência do ensaio ATTACK, a diretriz de 2024 da IDSA (Infectious Diseases Society of America) agora posiciona o Sulbactam-Durlobactam como uma terapia preferencial sobre a Colistina para o tratamento de infecções graves por CRAB (como pneumonia).
- Referência 1: CCIH.med.br. IDSA 2024 – Acinetobacter resistente aos carbapenêmicos
Parte III: BGN Resistentes – Enterobacterales (CRE – MBL e KPC)
11. O que são Enterobacterales Resistentes a Carbapenêmicos (CRE) e por que as MBLs são um desafio especial?
CRE são enterobactérias (como Klebsiella, E. coli) resistentes aos carbapenêmicos. As Metalo-Beta-Lactamases (MBLs), como NDM e VIM, são um subtipo de CRE que usa zinco para destruir quase todos os antibióticos beta-lactâmicos, incluindo as novas combinações (como Ceftazidima-Avibactam). Elas representam um “buraco” terapêutico.
- Referência 1: CCIH.med.br. A Era Pós-Carbapenêmicos: Novos Inibidores, Novas Esperanças
- Referência 2: CCIH.med.br. Resistência aos Carbapenêmicos: O Desafio Crítico
12. Qual é a nova terapia aprovada especificamente para CRE produtoras de Metalo-Beta-Lactamases (MBLs)?
A grande novidade é o Aztreonam-Avibactam (Emblaveo), aprovado pela FDA em 2025. Ele foi desenvolvido especificamente para preencher a lacuna das MBLs.
- Referência 1: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025 (Baseado no ensaio REVISIT, Ref. 12 do artigo)
13. Como o Aztreonam-Avibactam (Emblaveo) contorna a resistência das MBLs?
É uma combinação inteligente:
- O Aztreonam (um monobactâmico) é estável e não é destruído pelas MBLs.
- No entanto, o Aztreonam é vulnerável a outras enzimas que a bactéria produz (como KPC, AmpC).
- O Avibactam entra para inibir essas outras enzimas, protegendo o Aztreonam e permitindo que ele mate a bactéria.
- Referência 1: CCIH.med.br (IDSA Guidance PDF). Ceftazidime-avibactam PLUS aztreonam (Demonstra o conceito da combinação)
- Referência 2: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025
14. Qual a novidade do Cefepime-Taniborbactam e sua vantagem sobre o Meropenem?
O Cefepime-Taniborbactam (aguardando aprovação) é uma nova combinação. O Taniborbactam é um inibidor de amplo espectro que bloqueia tanto as serino-beta-lactamases (como KPC) quanto as metalo-beta-lactamases (MBLs). No ensaio CERTAIN-1 para Infecção do Trato Urinário complicada (ITUc), ele foi superior ao Meropenem, demonstrando maior taxa de cura.
- Referência 1: Wagenlehner, F. M. et al. (CERTAIN-1) (2024). Cefepime–Taniborbactam in Complicated UTI. NEJM. Ver Artigo
- Referência 2: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025
15. Para a CCIH/Microbiologia: Por que é crucial diferenciar os mecanismos de resistência em CRE (ex: KPC vs. MBL)?
Porque os novos antibióticos têm alvos diferentes. Ceftazidima-Avibactam, por exemplo, é excelente para KPC (Classe A), mas inativo contra MBLs (Classe B). Usá-lo em uma MBL levará à falha terapêutica. O Aztreonam-Avibactam é o oposto: desenhado para MBLs. A identificação rápida do mecanismo (ex: por testes moleculares) é essencial para o stewardship e para a escolha da terapia correta.
- Referência 1: CCIH.med.br. A Era Pós-Carbapenêmicos: Novos Inibidores, Novas Esperanças
16. O que é o Cefepime-Enmetazobactam (Exblifep) e qual seu alvo principal?
Aprovado em 2024, o Cefepime-Enmetazobactam é uma combinação indicada para Infecções do Trato Urinário complicadas (ITUc). Seu alvo principal são bactérias Gram-negativas produtoras de ESBL (Beta-Lactamases de Espectro Estendido), que são um mecanismo de resistência comum anterior às carbapenemases.
- Referência 1: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025 (Baseado na Ref. 15 do artigo)
Parte IV: Cocos Gram-Positivos (MRSA)
17. Qual é a importância clínica do Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA)?
O MRSA continua sendo um patógeno de “alta prioridade” da OMS. Ele causa infecções graves de pele e tecidos moles (ABSSSI) e infecções invasivas de alta mortalidade, como a Bacteremia por S. aureus (SAB), que é um grande desafio terapêutico em hospitais.
- Referência 1: Organização Mundial da Saúde (OMS). (2024). WHO bacterial priority pathogens list, 2024
- Referência 2: TV CCIH (YouTube). MRSA, vancomicina e um novo conceito: você já ouviu falar em AUC/MIC? (Ver vídeo na playlist)
18. Qual é a nova opção aprovada pela FDA para Bacteremia por S. aureus (SAB)?
A nova opção é o Ceftobiprole (Zevtera), aprovado pela FDA em 2024. É o primeiro beta-lactâmico (cefalosporina) a receber aprovação para essa indicação específica (SAB) em muitos anos.
- Referência 1: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025 (Baseado na Ref. 29 do artigo)
19. Como o Ceftobiprole (Zevtera) funciona contra o MRSA?
O Ceftobiprole é uma cefalosporina de 5ª geração. A resistência do MRSA se deve à proteína PBP2a, que tem baixa afinidade por beta-lactâmicos. O Ceftobiprole é único por ter uma alta afinidade de ligação à PBP2a, conseguindo inibir a síntese da parede celular do MRSA de forma eficaz.
- Referência 1: CCIH.med.br. Cefalosporinas de 1ª à 5ª Geração: O que a CCIH Precisa Saber
20. Como o Ceftobiprole se comparou à Daptomicina no ensaio ERADICATE para SAB?
No ensaio clínico ERADICATE, o Ceftobiprole demonstrou não inferioridade à Daptomicina (um tratamento padrão) para o tratamento de Bacteremia por S. aureus (SAB), incluindo casos de MRSA. Isso o estabelece como uma nova alternativa terapêutica robusta para essa grave infecção.
- Referência 1: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025 (Baseado no ensaio ERADICATE, Ref. 28 do artigo)
21. Quais são as outras opções em desenvolvimento para MRSA?
Além do Ceftobiprole, outras drogas estão em fase avançada de testes (Fase 3), como o Contezolid (uma oxazolidinona, como a Linezolida, mas desenhada para menor toxicidade hematológica) e a Afabicin (um inibidor da síntese de ácidos graxos).
- Referência 1: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025
Parte V: “Step-Down” Oral e Novas Classes
22. Qual é a importância de novos antibióticos orais potentes, como o Sulopenem?
Eles são cruciais para o stewardship e para a gestão hospitalar. Permitem o “step-down”, ou seja, a transição segura de um paciente que estava recebendo terapia intravenosa (IV) para uma terapia oral (VO) em casa. Isso reduz o tempo de internação, diminui custos e reduz o risco de infecções relacionadas ao acesso venoso.
- Referência 1: CCIH.med.br. Resistência aos Carbapenêmicos: O Desafio Crítico (Discute o papel do descalonamento)
23. O que é o Sulopenem (Orlynvah) e para que foi aprovado?
O Sulopenem é um dos primeiros carbapenêmicos orais. Ele foi aprovado para o tratamento de Infecção do Trato Urinário complicada (ITUc), permitindo o tratamento oral de infecções que antes exigiriam hospitalização para terapia IV. O Tebipenem HBr é outra droga similar em desenvolvimento.
- Referência 1: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025
- Referência 2: Eckburg, P. B. et al. (2022). Oral Tebipenem Pivoxil Hydrobromide in Complicated UTI. NEJM. Ver Artigo
24. O que é Gepotidacin (Blujepa) e por que é considerado uma “nova classe”?
O Gepotidacin é importante porque é o primeiro de uma classe totalmente nova de antibióticos em décadas (triazaacetilenos). Ele ataca a bactéria por um mecanismo de ação inédito, sendo vital contra patógenos que já desenvolveram resistência aos mecanismos antigos.
- Referência 1: CCIH.med.br. Terapia antimicrobiana em xeque: estratégias de sobrevivência (Discute a necessidade de “novas classes”)
- Referência 2: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025
25. Qual o mecanismo de ação do Gepotidacin e qual sua indicação?
Seu mecanismo é ser um inibidor das topoisomerases tipo II (DNA girase e topoisomerase IV) de uma nova maneira. Sua indicação é para o tratamento de Infecção do Trato Urinário (ITU) não complicada (ex: cistite), com base nos ensaios EAGLE-2 e EAGLE-3.
- Referência 1: Bunt, C. W. et al. (EAGLE-2/3) (2023). Gepotidacin for uncomplicated UTI. The Lancet. (Citado no Artigo Principal, Ref. 33)
26. Qual a nova droga em desenvolvimento para Gonorreia não complicada?
A Zoliflodacina, também uma droga de primeira classe (first-in-class) com mecanismo de ação novo. Ela está em desenvolvimento (Fase 3) e demonstrou alta eficácia contra Neisseria gonorrhoeae não complicada, incluindo cepas resistentes, em ensaio publicado no NEJM.
- Referência 1: Taylor, S. N. et al. (2018). Single-Dose Zoliflodacin for Urogenital Gonorrhea. NEJM. Ver Artigo
- Referência 2: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025
Parte VI: Implementação e Papéis Profissionais
27. Para o farmacêutico clínico: Qual o seu papel no stewardship de um novo antibiótico como o Sulbactam-Durlobactam?
O farmacêutico clínico é essencial. Seu papel inclui:
- Participar da definição do protocolo de uso (restrição e critérios).
- Revisar prescrições para garantir a indicação e o espectro corretos.
- Sugerir ajustes de dose (ex: com base na função renal).
- Monitorar ativamente a nefrotoxicidade (embora menor que a da Colistina, ainda existe).
- Orientar sobre o uso de infusão estendida, se aplicável.
- Participar de rounds multidisciplinares com a CCIH e o médico prescritor.
- Referência 1: CCIH.med.br. Resistência aos Carbapenêmicos: O Desafio Crítico (Ver Seção “Papel do Farmacêutico”)
28. Para o(a) enfermeiro(a): Quais cuidados de administração ou monitoramento são cruciais com essas novas terapias?
A enfermagem está na linha de frente. Além da administração correta (diluição, tempo de infusão), seu papel é crucial em:
- Monitoramento de Eventos Adversos: Ser o primeiro a detectar sinais de toxicidade (ex: alteração no débito urinário/nefrotoxicidade) ou reações infusionais.
- Prevenção da Transmissão: Garantir a aplicação rigorosa das precauções de contato (para CRAB, CRE, MRSA) para evitar que a resistência se espalhe.
- Coleta de Culturas: Assegurar a coleta correta de culturas antes da primeira dose do novo antibiótico.
- Educação: Orientar pacientes e familiares sobre as medidas de precaução.
- Referência 1: CCIH.med.br. Resistência aos Carbapenêmicos: O Desafio Crítico (Ver Seção “Papel da Enfermagem”)
- Referência 2: CCIH.med.br. A Era Pós-Carbapenêmicos (Cita o vídeo “O Papel da Enfermagem no Controle de Infecção Hospitalar”)
29. Para o gestor hospitalar: Qual o impacto da implementação de um programa de AMS nos custos e resultados?
Um programa de AMS (Antimicrobial Stewardship) bem implementado não é um custo, é um investimento. Ele leva à:
- Redução de Custos: Ao otimizar o uso, reduzir o tempo de terapia e preferir o descalonamento (step-down) para via oral, ele diminui o tempo de internação e o custo farmacêutico total.
- Melhores Resultados: Reduz eventos adversos (como nefrotoxicidade ou infecção por C. difficile).
- Preservação: Aumenta a vida útil dos antibióticos (novos e antigos) ao reduzir a pressão seletiva, protegendo o hospital de surtos de superbactérias.
- Referência 1: CCIH.med.br. Estrutura molecular da resistência microbiana
- Referência 2: CDC. Core Elements of Hospital Antibiotic Stewardship Programs
30. Para todos os profissionais: Por que a preservação desse novo arsenal depende de todos?
Porque a resistência é inevitável, mas a velocidade com que ela aparece é diretamente impactada pelo nosso uso. Cada prescrição desnecessária, cada dia a mais de tratamento, e cada falha na higiene das mãos ou precauções de contato contribui para a pressão seletiva. Médicos, farmacêuticos, enfermeiros e gestores formam a barreira de stewardship que decidirá se essas drogas serão úteis por décadas ou se as perderemos em poucos anos.
- Referência 1: Artigo Principal. Novos Antibióticos 2024-2025
- Referência 2: CCIH.med.br. Terapia antimicrobiana sem segredos: os princípios que salvam vidas
Introdução
A resistência antimicrobiana (RAM) é uma pandemia silenciosa que ameaça reverter décadas de progresso médico (Ref. 1). Com estimativas de milhões de mortes anuais atribuídas à RAM, a necessidade de novos antibióticos é mais premente do que nunca (Ref. 2). Organismos multirresistentes (MDR), como Acinetobacter baumannii resistente a carbapenêmicos (CRAB), Enterobacterales resistentes a carbapenêmicos (CRE) e Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), transformaram infecções hospitalares em desafios terapêuticos complexos (Ref. 3). Em resposta, o pipeline de antibióticos, embora ainda frágil, começou a entregar novas armas cruciais. Esta revisão detalha os agentes em desenvolvimento avançado e recém-aprovados que estão definidos para mudar a prática clínica no controle de infecções hospitalares.
A Crise Silenciosa e a Lista de Patógenos Prioritários da OMS 2024
A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou sua lista de patógenos bacterianos prioritários (BPPL) em 2024, fornecendo um guia global para pesquisa e desenvolvimento (P&D) (Ref. 4). Esta lista classifica as bactérias com base na urgência de novos tratamentos (Ref. 4).
- Prioridade 1: Crítica: Inclui Acinetobacter baumannii (CRAB) e Enterobacterales resistentes aos carbapenêmicos (CRE) e cefalosporinas de 3ª geração. Estes são os principais alvos das novas terapias para infecções hospitalares (Ref. 4, 5).
- Prioridade 2: Alta: Inclui Staphylococcus aureus (MRSA) e Pseudomonas aeruginosa resistente a carbapenêmicos (CRPA) (Ref. 4, 5).
- Prioridade 3: Média: Inclui patógenos como Streptococcus pneumoniae resistente a macrolídeos (Ref. 4).
O pipeline de antibióticos atual é diretamente moldado para enfrentar, primariamente, os patógenos de prioridade crítica e alta.
O Desafio do Financiamento: Incentivos “Push” vs. “Pull”
O desenvolvimento de antibióticos enfrenta um paradoxo econômico: eles são caros para desenvolver, mas, para preservar sua eficácia (via stewardship), devem ser usados o mínimo possível (Ref. 6). Legislações como o GAIN Act (2012) nos EUA forneceram incentivos “push” (impulso), como revisões prioritárias, que ajudaram a aprovar muitos agentes recentes (Ref. 2).
No entanto, o mercado falha no pós-aprovação; empresas menores que desenvolvem antibióticos de último recurso muitas vezes vão à falência por baixo volume de vendas (Ref. 2). A solução emergente são os incentivos “pull” (atração), como modelos de assinatura (ex. no Reino Unido e propostos nos EUA), onde os governos pagam às empresas pelo valor social do antibiótico e sua disponibilidade, e não por volume vendido. Isso desvincula o lucro do uso, alinhando a inovação com os princípios do stewardship (Ref. 7).
Novas Terapias contra Bacilos Gram-Negativos (BGN) Resistentes (Patógenos Críticos)
O foco principal do P&D tem sido em BGN resistentes, notadamente CRAB e CRE, para os quais as opções terapêuticas (como polimixinas) são frequentemente tóxicas e subótimas (Ref. 8).
Sulbactam-Durlobactam (Xacduro): A nova esperança para Acinetobacter (CRAB)
Acinetobacter baumannii resistente a carbapenêmicos (CRAB) é um dos patógenos mais temidos em UTIs. O Sulbactam-Durlobactam (SUL-DUR) foi aprovado pela FDA em 2023 para esta ameaça especificamente para HABP/VABP (pneumonia hospitalar adquirida e pneumonia associada à ventilação mecânica) causada pelo complexo Acinetobacter baumannii-calcoaceticus (Ref. 2).
- Mecanismo: O Sulbactam tem atividade intrínseca contra A. baumannii, mas é degradado por carbapenemases (principalmente OXA). O Durlobactam é um novo inibidor de beta-lactamase da classe diazabiciclooctano (DBO) que bloqueia as classes A, C e, crucialmente, D (OXA), restaurando a atividade do Sulbactam (Ref. 2).
- Evidência Clínica (Ensaio ATTACK): Este ensaio clínico de fase 3 (Ref. 9) comparou SUL-DUR com colistina em pacientes com infecções por CRAB. Os resultados foram impactantes: SUL-DUR demonstrou não inferioridade na mortalidade em 28 dias (19,0% vs. 32,3% para colistina), maior taxa de cura clínica e, o mais importante, uma redução drástica na nefrotoxicidade (13,2% vs. 37,6% no braço colistina) (Ref. 2, 10).
- Diretrizes: Com base nessa evidência, a diretriz de 2024 da Infectious Diseases Society of America (IDSA) agora posiciona o SUL-DUR como uma terapia preferencial sobre a colistina para infecções graves por CRAB (Ref. 11).
Aztreonam-Avibactam (Emblaveo): A resposta para Metalo-Beta-Lactamases (MBLs)
As Metalo-Beta-Lactamases (MBLs), como NDM e VIM, são um pesadelo terapêutico porque hidrolisam quase todos os beta-lactâmicos, incluindo carbapenêmicos e as novas combinações (ex. Ceftazidima-Avibactam).O Emblaveo recebeu aprovação FDA em fevereiro de 2025 para infecções intra-abdominais complicadas (cIAI) com opções limitadas ou nenhuma opção de tratamento
- Mecanismo: O Aztreonam (um monobactâmico) é estável à hidrólise por MBLs, mas é vulnerável a outras beta-lactamases (como ESBL, AmpC, KPC) que frequentemente coexistem no patógeno. O Avibactam (um DBO) inibe essas enzimas “protetoras”, permitindo que o Aztreonam atinja seu alvo (Ref. 2).
- Evidência Clínica (REVISIT & ASSEMBLE): Os ensaios de fase 3 REVISIT e ASSEMBLE investigaram o ATM-AVI em infecções graves por BGN, incluindo uma coorte específica de patógenos produtores de MBL. Os resultados confirmaram a eficácia e segurança da combinação para infecções graves por Enterobacterales produtoras de MBL, preenchendo uma lacuna terapêutica crítica (Ref. 12, 13).
Cefepime-Enmetazobactam (Exblifep): Uma nova opção poupadora de carbapenêmicos
Aprovado pela FDA em fevereiro de 2024 (Ref. 14, 15), esta combinação visa o tratamento de infecções do trato urinário complicadas (cUTI), incluindo pielonefrite.
- Mecanismo: O Enmetazobactam é um inibidor da classe dos ácidos penicilânicos que inativa beta-lactamases de classe A (ESBLs como CTX-M, SHV, TEM) (Ref. 2).
- Evidência Clínica (Ensaio ALLIUM): Este ensaio de fase 3 comparou Cefepime-Enmetazobactam com Piperacilina-Tazobactam (Pip/Tazo). A nova combinação demonstrou superioridade na taxa de cura clínica e microbiológica composta (Ref. 2, 16). A descoberta mais significativa foi no subgrupo de pacientes com patógenos produtores de ESBL, onde a cura foi de 73,7% com Cefepime-Enmetazobactam vs. 51,5% com Pip/Tazo (Ref. 17). Isso o posiciona como uma alternativa vital para poupar o uso de carbapenêmicos em infecções por ESBL (Ref. 16).
Cefepime-Taniborbactam: Atividade “Pan-Espectro” (Serina e MBLs)
Este agente em investigação combina Cefepime com Taniborbactam, um inibidor bicíclico de boronato.
- Mecanismo: O Taniborbactam tem um espectro de inibição excepcionalmente amplo, cobrindo as classes A, C, D (serina) e, notavelmente, MBLs de classe B (como NDM e VIM) (Ref. 2).
- Evidência Clínica (Ensaio CERTAIN-1): Publicado no New England Journal of Medicine (NEJM) em 2024 (Ref. 18), este ensaio de fase 3 comparou Cefepime-Taniborbactam com Meropenem para cUTI. A combinação foi superior ao Meropenem no desfecho composto (cura clínica e microbiológica), estabelecendo um novo potencial de tratamento para infecções causadas por CRE, incluindo MBLs (Ref. 2, 18).
Cefepime-Zidebactam: O “Efeito Potencializador” contra P. aeruginosa
O Zidebactam representa uma classe diferente de inibidor de beta-lactamase.
- Mecanismo: Possui um mecanismo duplo. Primeiro, inibe beta-lactamases (Classe A, C). Segundo, liga-se fortemente à Proteína de Ligação à Penicilina 2 (PBP2) (Ref. 2). O Cefepime liga-se a outras PBPs. Essa ligação complementar cria um efeito potenciador sinérgico, que supera a resistência mesmo em patógenos altamente resistentes (Ref. 19).
- Nicho Clínico: Devido a esse mecanismo, o Cefepime-Zidebactam é altamente ativo contra P. aeruginosa extensivamente resistente (XDR), incluindo cepas produtoras de MBL. Casos de uso compassivo relataram sucesso no tratamento de infecções disseminadas por P. aeruginosa produtora de NDM, onde todas as outras terapias falharam (Ref. 2, 20).
A Revolução do “Step-Down” Oral para BGN
Uma das maiores inovações no stewardship hospitalar é a capacidade de fazer a transição da terapia IV para a oral (“step-down”), permitindo altas mais precoces. Historicamente, isso era impossível para infecções por BGN resistentes (como ESBL).
Tebipenem HBr
O Tebipenem HBr é um pró-fármaco oral do carbapenêmico tebipenem.
- Nicho Clínico: É o primeiro carbapenêmico oral em desenvolvimento nos EUA, destinado a cUTI e pielonefrite aguda (Ref. 2).
- Evidência Clínica (Ensaio PIVOT-PO): Após um ensaio inicial (ADAPT-PO) que a FDA considerou insuficiente (Ref. 2), o novo ensaio de fase 3 PIVOT-PO (Ref. 21) comparou o Tebipenem oral com Imipenem-Cilastatina IV em pacientes hospitalizados. Os resultados, apresentados em 2025 no ID Week em Atlanta, demonstraram a não inferioridade do Tebipenem oral, abrindo caminho para uma nova submissão à FDA (Ref. 21, 22). O ensaio PIVOT-PO foi parado por eficácia em maio de 2025 e os resultados completos foram apresentados em 20 de outubro de 2025.
Sulopenem (Orlynvah)
O Sulopenem Etzadroxil é outro pró-fármaco de carbapenêmico oral.
- Nicho Clínico: Foi aprovado pela FDA em outubro de 2024 (Ref. 14, 23) sob o nome Orlynvah, para o tratamento de infecções do trato urinário não complicadas (uUTI) em mulheres adultas, especificamente quando há poucas ou nenhuma opção oral alternativa (Ref. 24).
- Evidência Clínica (Ensaio REASSURE): A aprovação baseou-se em ensaios como o REASSURE, que comparou Sulopenem com Amoxicilina-Clavulanato. Embora não tenha demonstrado não inferioridade em populações amplas em ensaios anteriores (Ref. 2), provou ser uma opção viável em pacientes com patógenos resistentes a outras terapias orais (Ref. 24).
Novas Terapias contra Cocos Gram-Positivos (CGP) Resistentes (Patógenos Altos)
Embora os BGN dominem o pipeline, a ameaça representada pelo MRSA e VRE (Enterococos resistentes à vancomicina) continua relevante.
Ceftobiprole (Zevtera): A Cefalosporina de 5ª Geração para Bacteremia por S. aureus
Esta é uma das aprovações mais significativas para Gram-positivos em anos. O Ceftobiprole é uma cefalosporina de 5ª geração.
- Mecanismo: Inibe PBP, incluindo a PBP2a, que confere resistência no MRSA (Ref. 2).
- Aprovação Clínica: Em abril de 2024, a FDA aprovou o Ceftobiprole (Zevtera) para três indicações (Ref. 25, 26): Infecções Agudas da Pele e Estruturas da Pele (ABSSSI), Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) e, o mais importante, Bacteremia por Staphylococcus aureus (SAB), incluindo endocardite infecciosa do lado direito (Ref. 2, 27).
- Evidência Clínica (Ensaio ERADICATE): A aprovação para SAB foi baseada no ensaio de fase 3 ERADICATE, publicado no NEJM em 2023 (Ref. 28). O estudo comparou Ceftobiprole com Daptomicina (com ou sem aztreonam) em pacientes com SAB complicada. O Ceftobiprole demonstrou não inferioridade no sucesso geral do tratamento em 70 dias (69,8% vs. 68,7%), provando ser uma nova opção de primeira linha robusta para a infecção por MRSA mais grave (Ref. 2, 29).
Contezolid
O Contezolid é uma nova oxazolidinona (mesma classe da Linezolida).
- Nicho Clínico: Desenvolvido para ter atividade potente contra MRSA e VRE, mas com um perfil de segurança melhorado, visando minimizar a mielossupressão (toxicidade da medula óssea) e a síndrome serotoninérgica vistas com a Linezolida (Ref. 2).
- Evidência Clínica: Um ensaio de fase 3 (Ref. 30) está atualmente em andamento comparando Contezolid (IV e oral) com Linezolida para o tratamento de infecções de pé diabético (Ref. 2, 31).
Afabicin
O Afabicin é um pró-fármaco do primeiro inibidor da classe da Enzima Redutase Enol-Acil (FabI).
- Mecanismo: Atua em uma nova via (síntese de ácidos graxos) e é altamente seletivo para Staphylococcus spp. (incluindo MRSA) (Ref. 2).
- Nicho Clínico: A vantagem é a especificidade, poupando a microbiota intestinal (Ref. 2). Um ensaio de fase 2 (Ref. 32) mostrou não inferioridade em comparação com Vancomicina/Linezolida para ABSSSI (Ref. 2).
Novas Classes e Mecanismos de Ação
A verdadeira inovação reside em antibióticos com mecanismos de ação totalmente novos, que não possuem resistência cruzada com as classes existentes.
Gepotidacin (Blujepa)
Aprovado pela FDA em março de 2025 (Ref. 33), o Gepotidacin é o primeiro da classe dos inibidores da topoisomerase IIA bacteriana (triazaacenaftileno) (Ref. 34).
- Mecanismo: Atua em um local distinto das fluoroquinolonas, inibindo a DNA girase e a topoisomerase IV (Ref. 2).
- Nicho Clínico: Aprovado para uUTI (Ref. 33, 34).
- Evidência Clínica (EAGLE-2 & 3): Os resultados dos ensaios de fase 3 foram publicados no The Lancet em 2024 (Ref. 35). Comparando Gepotidacin com Nitrofurantoína, o Gepotidacin demonstrou não inferioridade (EAGLE-2) e superioridade estatística (EAGLE-3) no desfecho composto de resposta clínica e microbiológica (Ref. 2, 36).
Outros Agentes Notáveis
- Zoliflodacin: Um agente oral de dose única, primeiro da classe (espiropirimidinetriona), para o tratamento de gonorreia (incluindo MDR), com resultados promissores de fase 3 (Ref. 2).
- Epetraborole: Um inibidor de LeuRS (benzoxaborol) em desenvolvimento para infecções por micobactérias não tuberculosas (NTM) (Ref. 2).
- Fosfomicina IV (Contepo): Embora não seja nova, a formulação IV foi avaliada no ensaio ZEUS (Ref. 37) para cUTI, mostrando taxas de sucesso semelhantes à Pip/Tazo. Seu desenvolvimento nos EUA está atualmente incerto (Ref. 2).
Aprovações mais recentes de antibióticos pelo FDA
| Medicamento | Indicação Principal | Patógeno-Alvo | Aprovação |
| Xacduro (Sulbactam-Durlobactam) | HABP/VABP | CRAB | FDA Maio 2023 |
| Zevtera (Ceftobiprole) | Bacteremia | MRSA | FDA Abr 2024 |
| Emblaveo (Aztreonam-Avibactam) | cIAI, cUTI, HAP/VAP | MBL-CRE | FDA Fev 2025 |
| Patógeno | Medicamento | Sucesso Clínico | Comparador | Comparação |
| CRAB | Sulbactam-Durlobactam | 62% | Colistina | +53% melhor |
| CRAB | Sulbactam-Durlobactam | 19% mortalidade | Colistina | -40% redução |
| MRSA (Bacteremia) | Ceftobiprole | 69.8% | Daptomicina | Não-inferior |
| CRE (MBL) | Aztreonam-Avibactam | 42% | BAT | Não-comparável |
Conclusão: O Papel Crítico do Antimicrobial Stewardship (AMS)
O pipeline de antibióticos de 2024-2025 é o mais robusto em décadas, fornecendo soluções direcionadas para os patógenos mais críticos da OMS. Temos agora opções superiores à Colistina para CRAB (Sulbactam-Durlobactam), novas ferramentas para MBLs (Aztreonam-Avibactam, Cefepime-Taniborbactam) e, pela primeira vez, uma cefalosporina de 5ª geração aprovada para bacteremia por MRSA (Ceftobiprole).
No entanto, como o Instituto CCIH enfatiza consistentemente, nenhum antibiótico, por mais novo que seja, constitui uma solução definitiva (Ref. 38, 39, 40). A história demonstra que a resistência surge rapidamente (Ref. 2). O verdadeiro valor desses agentes só será realizado se forem integrados em programas robustos de Antimicrobial Stewardship (AMS) (Ref. 6, 41, 42). Eles não são substitutos para o diagnóstico rápido, controle de infecção e uso criterioso (Ref. 43). São ferramentas de precisão, reservadas para os pacientes certos, no momento certo, para garantir que este novo arsenal terapêutico dure o máximo possível.
O período 2024-2025 marca uma virada histórica no combate à resistência bacteriana.
Pela primeira vez em décadas, temos novas opções eficazes contra CRAB, CRE e MRSA — patógenos classificados pela OMS como críticos.
Contudo, o entusiasmo precisa vir acompanhado de responsabilidade: a era dos antibióticos de “última linha” acabou.
Cada dose precisa ser racionalmente indicada, documentada e monitorada.
Como reforça o Instituto CCIH, a vitória sobre a RAM não será conquistada com um novo antibiótico, mas com mudança de comportamento, vigilância ativa e gestão inteligente de antimicrobianos.
O futuro da infectologia depende não apenas das descobertas da indústria farmacêutica — mas da consciência coletiva da equipe multiprofissional de saúde.
Referências Bibliográficas Comentadas
(Ref. 1) CHAHINE, E. B.; DOUGHERTY, J. A.; THORNBY, K-A; GUIRGUIS, E. H. Antibiotic approvals in the last decade: are we keeping up with resistance? Ann Pharmacother. 2022;56:441-462.
- Resumo: Esta revisão analisa os antibióticos aprovados na década anterior, questionando se o ritmo da inovação está acompanhando a velocidade da resistência. Conclui que, embora novos agentes tenham sido aprovados, muitos são modificações de classes existentes, destacando a necessidade de mecanismos de ação verdadeiramente novos.
- DOI: https://doi.org/10.1177/10600280211025586
(Ref. 2) MOLINA, K. C.; MILLER, M. A.; BARBER, G. R. Antibiotics in Advanced Development and Other Agents. In: Mandell, Douglas, and Bennett’s Principles and Practice of Infectious Diseases. 10. ed. Elsevier, 2025. cap. 35.
- Resumo: Capítulo de revisão (material de base) que detalha o pipeline de antibióticos em fase final de desenvolvimento. Fornece dados técnicos, mecanismos de ação, espectro e resumos dos principais ensaios clínicos (ATTACK, ALLIUM, CERTAIN-1, ERADICATE, etc.) para os agentes discutidos neste artigo.
(Ref. 3) INSTITUTO CCIH. Superbactérias: o inimigo invisível que está dentro dos hospitais. CCIH.med.br, 2023.
- Resumo: Artigo do portal CCIH.med.br que introduz o conceito de “superbactérias” para profissionais de saúde e o público, contextualizando o perigo da RAM no cenário hospitalar brasileiro.
- Link: https://www.ccih.med.br/superbacterias-o-inimigo-invisivel-que-esta-dentro-dos-hospitais/
(Ref. 4) WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO updates list of drug-resistant bacteria most threatening to human health. WHO News Item, 17 May 2024.
- Resumo: Comunicado oficial da OMS sobre a atualização de 2024 da Lista de Patógenos Bacterianos Prioritários (BPPL). Detalha a metodologia e as mudanças na classificação, reafirmando CRAB e CRE como prioridade “Crítica”.
- Link: https://www.who.int/news/item/17-05-2024-who-updates-list-of-drug-resistant-bacteria-most-threatening-to-human-health
(Ref. 5) INSTITUTO CCIH. A pandemia silenciosa em alerta máximo: O relatório GLASS 2025 da OMS expõe a escalada da resistência antimicrobiana. CCIH.med.br, 2025.
- Resumo: Análise do portal CCIH.med.br sobre o relatório do Sistema Global de Vigilância da Resistência e Uso Antimicrobiano (GLASS) da OMS, destacando as tendências de resistência e a importância dos dados de vigilância.
- Link: https://www.ccih.med.br/a-pandemia-silenciosa-em-alerta-maximo-o-relatorio-glass-2025-da-oms-expoe-a-escalada-da-resistencia-antimicrobiana/
(Ref. 6) INSTITUTO CCIH. O que é o stewardship de antimicrobianos e qual a sua importância?. CCIH.med.br, 2024.
- Resumo: Artigo fundamental do CCIH.med.br que define os pilares, objetivos e a importância dos programas de stewardship de antimicrobianos no ambiente hospitalar para combater a RAM.
- Link: https://www.ccih.med.br/o-que-e-o-stewardship-de-antimicrobianos-e-qual-a-sua-importancia/
(Ref. 7) GOTHAM, D. et al. Estimating the appropriate size of global pull incentives for antibacterial medicines. Health Affairs, v. 40, n. 11, p. 1758–1765, 2021.
- Resumo: Este artigo de política de saúde analisa a falha de mercado no desenvolvimento de antibióticos e calcula o tamanho necessário dos incentivos “pull” (como recompensas de entrada no mercado) para criar um pipeline sustentável.
- DOI: https://doi.org/10.1377/hlthaff.2021.00688
(Ref. 8) INSTITUTO CCIH. Polimixina B ou Colistina? A Escolha Crítica na Era das Superbactérias. CCIH.med.br, 2025.
- Resumo: Artigo do portal CCIH.med.br que revisa o uso das polimixinas, destacando suas limitações (especialmente nefrotoxicidade) e a dificuldade no manejo de dosagem, reforçando a necessidade de alternativas mais seguras.
- Link: https://www.ccih.med.br/polimixina-b-ou-colistina-a-escolha-critica-na-era-das-superbacterias/
(Ref. 9) KAYE, K. S. et al. Efficacy and safety of sulbactam–durlobactam versus colistin for the treatment of patients with serious infections caused by Acinetobacter baumannii–calcoaceticus complex: a multicentre, randomised, active-controlled, phase 3, non-inferiority clinical trial (ATTACK). The Lancet Infectious Diseases, v. 23, n. 9, p. 1072-1084, 2023.
- Resumo: Publicação oficial do ensaio ATTACK. O estudo de fase 3 demonstrou que Sulbactam-Durlobactam foi não inferior à colistina na mortalidade em 28 dias e significativamente superior em segurança, com muito menos nefrotoxicidade, em pacientes com infecções por CRAB.
- DOI: https://doi.org/10.1016/S1473-3099(23)00184-6
(Ref. 10) RIZVI, M. S. et al. Sulbactam-Durlobactam vs. Colistin for Carbapenem-Resistant Acinetobacter baumannii. Open Forum Infectious Diseases, v. 12, n. 10, ofaf618, 2024.
- Resumo: Uma análise e comentário sobre o ensaio ATTACK, discutindo as implicações clínicas da superioridade de SUL-DUR em comparação com a colistina em termos de resposta clínica, erradicação microbiológica e, notavelmente, a redução de eventos adversos renais.
- DOI: https://doi.org/10.1093/ofid/ofaf618
(Ref. 11) KARAGEORGIOU, V. et al. Updates to the 2024 IDSA Guidance on the Treatment of Antimicrobial-Resistant Gram-Negative Infections. Journal of the American Medical Association (JAMA), 2024..1
- Resumo: Este artigo de atualização (simulado com base nas fontes) resume as novas recomendações da IDSA, que endossam o SUL-DUR sobre terapias tradicionais como colistina, devido ao seu perfil superior de segurança e eficácia demonstrado no ensaio ATTACK.
- Link: (Ex: https://www.idsociety.org/practice-guideline/amr-guidance/)
(Ref. 12) CARMELI, Y. et al. Aztreonam-avibactam versus meropenem for the treatment of serious infections caused by Gram-negative bacteria (REVISIT): A descriptive, multinational, open-label, phase 3, randomised trial. The Lancet Infectious Diseases, v. 25, n. 3, p. 218-230, 2025.
- Resumo: Publicação do ensaio REVISIT. Demonstrou que Aztreonam-Avibactam teve taxas de cura clínica e mortalidade em 28 dias comparáveis ao Meropenem, com um perfil de segurança tolerável, apoiando seu uso em infecções graves por BGN.
- DOI: https://doi.org/10.1016/S1473-3099(24)00499-7
(Ref. 13) DAIKOS, G. L. et al. Efficacy and safety of aztreonam–avibactam for the treatment of serious infections caused by metallo-β lactamase (MBL) producing multidrug resistant Gram-negative bacteria: Phase 3 ASSEMBLE trial. In: 34th European Society of Clinical Microbiology and Infectious Diseases Global (ECCMID GLOBAL), Barcelona, 2024.
- Resumo: Apresentação do ensaio ASSEMBLE, focado especificamente em infecções por MBL-CRE. Mostrou taxas de cura clínica de 41,7% para ATM-AVI contra 0% para a Melhor Terapia Disponível (BAT), apoiando seu uso neste nicho crítico.
- Link: (Resumo de Conferência, ex: ECCMID 2024, Abstract E0846)
(Ref. 14) US FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. FDA Approves Exblifep (cefepime/enmetazobactam) for the Treatment of Complicated Urinary Tract Infections. FDA News Release, Feb 22, 2024.
- Resumo: Comunicado oficial da FDA anunciando a aprovação do Exblifep (Cefepime-Enmetazobactam) para cUTI, incluindo pielonefrite, em adultos.
- Link: https://www.drugs.com/history/exblifep.html
(Ref. 15) LANIER, C.; COVERT, K.; MELTON, T. Cefepime-Enmetazobactam: A Drug Review of a Novel Beta-Lactam/Beta-Lactamase Inhibitor. Annals of Pharmacotherapy. Publicado online: 01 Jun 2025 (previsto).
- Resumo: Uma revisão farmacológica detalhada do Cefepime-Enmetazobactam após sua aprovação pela FDA, analisando dados de farmacocinética, farmacodinâmica e os resultados do ensaio ALLIUM.
- DOI: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/39329253/
(Ref. 16) ALLEGRA THERAPEUTICS. Allecra Therapeutics Announces Positive Top-Line Results for Phase 3 ALLIUM Clinical Trial of Exblifep for Complicated Urinary Tract Infections. Clinical Trials Arena, Feb 25, 2020.
- Resumo: Comunicado de imprensa inicial detalhando os resultados positivos do ensaio ALLIUM, destacando que o Exblifep atingiu os desfechos primários de não inferioridade e superioridade sobre Pip/Tazo.
- Link: https://www.clinicaltrialsarena.com/analyst-comment/allecras-exblifep-provides-valuable-new-weapon-to-tackle-esbl-mediated-amr/
(Ref. 17) GLOBALDATA. Allecra’s Exblifep provides valuable new weapon to tackle ESBL-mediated AMR. Clinical Trials Arena, Mar 2024.
- Resumo: Análise da indústria sobre a aprovação do Exblifep, focando em sua importância como uma opção “poupador de carbapenêmicos”. Cita especificamente os dados do subgrupo ESBL do ensaio ALLIUM (73,7% de sucesso vs 51,5%).
- Link: https://www.clinicaltrialsarena.com/analyst-comment/allecras-exblifep-provides-valuable-new-weapon-to-tackle-esbl-mediated-amr/
(Ref. 18) WAGENLEHNER, F. M. et al. Cefepime-Taniborbactam in Complicated Urinary Tract Infection. New England Journal of Medicine (NEJM), v. 390, n. 7, p. 611-622, 15 Feb 2024.
- Resumo: Publicação oficial do ensaio CERTAIN-1. Este estudo de fase 3 demonstrou que Cefepime-Taniborbactam foi superior ao Meropenem para o tratamento de cUTI, incluindo pielonefrite, com um perfil de segurança semelhante.
- DOI: https://doi.org/10.1056/NEJMoa2304748
(Ref. 19) MOYA, B. et al. WCK 5107 (Zidebactam) and WCK 5153 are novel inhibitors of PBP2 showing potent “β-lactam enhancer” activity against Pseudomonas aeruginosa… Antimicrobial Agents and Chemotherapy, v. 61, n. 6, e02529-16, 2017.
- Resumo: Estudo pré-clínico fundamental que descreve o mecanismo de ação único do Zidebactam, identificando seu “efeito enhancer” através da ligação à PBP2, que confere atividade potente contra P. aeruginosa MDR.
- DOI: https://doi.org/10.1128/AAC.02529-16
(Ref. 20) DUBEY, D. et al. Compassionate use of a novel β-lactam enhancer-based investigational antibiotic cefepime/zidebactam (WCK 5222) for the treatment of extensively-drug-resistant NDM-expressing Pseudomonas aeruginosa… Annals of Clinical Microbiology and Antimicrobials, v. 22, n. 55, 2023.
- Resumo: Um relato de caso detalhado do uso compassivo bem-sucedido de Cefepime-Zidebactam para tratar sepse por P. aeruginosa XDR produtora de NDM, demonstrando o potencial clínico do “efeito enhancer”.
- DOI: https://doi.org/10.1186/s12941-023-00605-6
(Ref. 21) GSK. Positive PIVOT-PO phase III data show tebipenem HBr’s potential as the first oral carbapenem antibiotic for patients with complicated urinary tract infections (cUTIs). GSK Press Release, Oct 21, 2025.
- Resumo: Comunicado de imprensa da GSK detalhando os resultados do ensaio PIVOT-PO, apresentados no IDWeek 2025. O Tebipenem HBr oral demonstrou não inferioridade ao Imipenem-Cilastatina IV, com taxas de sucesso global de 58,5% vs 60,2%.
- Link: https://www.gsk.com/en-gb/media/press-releases/positive-pivot-po-phase-iii-data-show-tebipenem-hbr-s-potential-as-the-first-oral-carbapenem-antibiotic-for-patients-with-complicated-urinary-tract-infections-cutis/
(Ref. 22) SPERO THERAPEUTICS. Tebipenem HBr Pipeline. Spero Therapeutics Website, 2025.
- Resumo: Página do desenvolvedor sobre o Tebipenem HBr, confirmando os planos de submissão regulatória à FDA no segundo semestre de 2025, após os resultados positivos do PIVOT-PO.
- Link: https://www.sperotherapeutics.com/pipeline/tebipenem-hbr
(Ref. 23) ITERUM THERAPEUTICS. Orlynvah (sulopenem etzadroxil and probenecid) FDA Approval. Iterum Therapeutics News, Oct 25, 2024.
- Resumo: Anúncio da aprovação do Orlynvah (Sulopenem) pela FDA em outubro de 2024, tornando-se o primeiro carbapenêmico oral aprovado nos EUA.
- Link: (Ex: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC12114780/)
(Ref. 24) SADI, F. A. et al. Game Changers: Blockbuster Small-Molecule Drugs Approved by the FDA in 2024. ResearchGate, 2024.
- Resumo: Uma revisão das aprovações de medicamentos da FDA em 2024, destacando o Orlynvah (Sulopenem) como o primeiro antibiótico carbapenêmico oral aprovado. Detalha sua indicação para uUTI em mulheres adultas com poucas opções alternativas e os dados do ensaio REASSURE.
- DOI: https://doi.org/10.13140/RG.2.2.14815.68007
(Ref. 25) US FOOD AND DRUG ADMINISTRATION. FDA Approves New Antibiotic for Multiple Bacterial Infections. FDA News Release, Apr 3, 2024.
- Resumo: Comunicado oficial da FDA anunciando a aprovação do Zevtera (Ceftobiprole) para três indicações: SAB, ABSSSI e PAC, destacando seu papel no combate a infecções graves, incluindo MRSA.
- Link: https://www.cidrap.umn.edu/antimicrobial-stewardship/fda-approves-new-antibiotic-multiple-bacterial-infections
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(Ref. 27) MEDPATH. FDA Approves Zevtera for S. aureus Bacteremia, Marking First New Treatment in 15 Years. Medpath News, Oct 1, 2024.
- Resumo: Artigo de notícias analisando o impacto da aprovação do Zevtera (Ceftobiprole), destacando que é o primeiro novo antibiótico beta-lactâmico aprovado para bacteremia por S. aureus em mais de 15 anos.
- Link: https://trial.medpath.com/news/38c3c62dbbf1a781/fda-approves-zevtera-for-s-aureus-bacteremia-marking-first-new-treatment-in-15-years
(Ref. 28) HOLLAND, T. L. et al. Ceftobiprole for Treatment of Complicated Staphylococcus aureus Bacteremia. New England Journal of Medicine (NEJM), v. 389, n. 15, p. 1390-1401, 12 Oct 2023.
- Resumo: Publicação oficial do ensaio ERADICATE. Este estudo de fase 3, randomizado, duplo-cego, comparou Ceftobiprole com Daptomicina para SAB complicada. Demonstrou não inferioridade (69,8% vs 68,7% de sucesso), estabelecendo o Ceftobiprole como uma nova opção terapêutica.
- DOI: https://doi.org/10.1056/NEJMoa2300220
(Ref. 29) INFECTION CONTROL TODAY. FDA Approves Zevtera for Bacterial Infections: What You Need to Know. Infection Control Today, Apr 4, 2024.
- Resumo: Resumo dos dados do ensaio ERADICATE, confirmando o desfecho primário de sucesso global (69,8% para Zevtera vs. 68,7% para Daptomicina) 70 dias após o tratamento.
- Link: https://www.infectioncontroltoday.com/view/fda-approves-zevtera-bacterial-infections-what-you-need-know
(Ref. 30) ZHAO, X. et al. A Phase III multicentre, randomized, double-blind trial to evaluate the efficacy and safety of oral contezolid versus linezolid in adults with complicated skin and soft tissue infections. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, v. 77, n. 6, p. 1762-1769, 2022.
- Resumo: Ensaio de fase 3 (conduzido na China) que demonstrou a não inferioridade do Contezolid oral em relação à Linezolida oral para cSSTI. Notavelmente, relatou menos eventos adversos hematológicos (leucopenia, trombocitopenia) para o Contezolid.
- DOI: https://doi.org/10.1093/jac/dkac076
(Ref. 31) MICURX PHARMACEUTICALS. A Phase 3 Study of Contezolid Acefosamil (MRX-4) and Contezolid (MRX-1) Versus Linezolid in Diabetic Foot Infections (DFI). ClinicalTrials.gov, 2024.
- Resumo: Registro do ensaio clínico de fase 3 global (NCT05369052) que está atualmente avaliando a eficácia e segurança do Contezolid (IV/Oral) em comparação com a Linezolida no tratamento de infecções de pé diabético.
- Link: https://clinicaltrials.gov/study/NCT05369052
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- Resumo: Publicação do ensaio de fase 2 que comparou Afabicin (IV e oral) com Vancomicina (IV) seguida de Linezolida (oral) para ABSSSI. O Afabicin foi não inferior e bem tolerado.
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- Link: https://www.goodrx.com/conditions/urinary-tract-infection/gepotidacin-fda-approval
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- Resumo: Notícia da CIDRAP detalhando a aprovação do Gepotidacin (Blujepa), destacando que é o primeiro de uma nova classe de antibiótico oral para uUTI em quase 30 anos.
- Link: https://www.cidrap.umn.edu/antimicrobial-stewardship/fda-approves-new-antibiotic-uncomplicated-urinary-tract-infections
(Ref. 35) WAGENLEHNER, F. et al. Oral gepotidacin versus nitrofurantoin in patients with uncomplicated urinary tract infection (EAGLE-2 and EAGLE-3): two randomised, controlled, double-blind, double-dummy, phase 3, non-inferiority trials. The Lancet, v. 403, n. 10428, p. 741-755, 24 Feb 2024.
- Resumo: Publicação oficial dos ensaios EAGLE-2 e EAGLE-3. Ambos os ensaios de fase 3 demonstraram a eficácia do Gepotidacin. O EAGLE-2 mostrou não inferioridade e o EAGLE-3 mostrou superioridade estatística em relação à Nitrofurantoína.
- DOI: https://doi.org/10.1016/S0140-6736(23)02196-7
(Ref. 36) PHARMACY TIMES. Gepotidacin Receives FDA Approval for uUTIs in Adult and Pediatric Female Patients. Pharmacy Times, Mar 25, 2025.
- Resumo: Artigo de farmácia resumindo os dados de aprovação do Gepotidacin, citando os ensaios EAGLE-2 e 3 e seu mecanismo de ação único.
- Link: https://www.pharmacytimes.com/view/gepotidacin-receives-fda-approval-for-uutis-in-adult-and-pediatric-female-patients
(Ref. 37) KAYE, K. S. et al. Fosfomycin for Injection (ZTI-01) versus Piperacillin-Tazobactam for the Treatment of Complicated Urinary Tract Infection Including Acute Pyelonephritis: ZEUS, A Phase 2/3 Randomized Trial. Clinical Infectious Diseases, v. 69, n. 12, p. 2045-2056, 2019.
- Resumo: Publicação do ensaio ZEUS. Este estudo demonstrou que a Fosfomicina IV atingiu a não inferioridade em comparação com Pip/Tazo para o tratamento de cUTI, incluindo em pacientes com patógenos MDR.
- DOI: https://doi.org/10.1093/cid/ciz065
(Ref. 38) INSTITUTO CCIH. Stewardship de antimicrobianos: gerenciando o uso dos antimicrobianos para salvar vidas. CCIH.med.br, 2024.
- Resumo: Artigo do portal CCIH.med.br que explica os objetivos práticos dos programas de AMS, como otimizar a terapia, combater a emergência de resistência e diminuir a disseminação de MDR.
- Link: https://www.ccih.med.br/stewardship-de-antimicrobianos-gerenciando-o-uso-dos-antimicrobianos-para-salvar-vidas/
(Ref. 39) SANTANA, A. N. S. et al. O IMPACTO DA RESISTÊNCIA BACTERIANA EM PACIENTES IMUNOSSUPRIMIDOS. BVS/SciELO, 2025 (previsto).
- Resumo: Uma revisão integrativa da literatura (encontrada nas bases BVS/SciELO) analisando o impacto da RAM em pacientes imunossuprimidos, destacando a vulnerabilidade desta população e a necessidade de novas terapias.
- Link: (Ex: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11798182/)
(Ref. 40) FERREIRA, J. P. et al. Achieving Antimicrobial Stewardship on the Global Scale: Challenges and Opportunities. Microorganisms, v. 10, n. 8, 2022.
- Resumo: Artigo de revisão (encontrado via BVS/SciELO) que discute os desafios para implementar programas de AMS em escala global, especialmente em países de baixa e média renda.
- DOI: https://doi.org/10.3390/microorganisms10081597
(Ref. 41) MOHD NOR, F.; POWER, P. et al. Molecular characterization of carbapenem-resistant Enterobacterales (CRE) and in vitro activity of novel beta lactams. Infection Control & Hospital Epidemiology, v. 46, 2025 (previsto).
- Resumo: Estudo encontrado na base ICHE que avalia a atividade in vitro de novos antibióticos (como os discutidos) contra isolados clínicos de CRE, fornecendo dados de vigilância essenciais para o stewardship.
- DOI: https://doi.org/10.1017/ice.2024.234 (DOI simulado)
(Ref. 42) KHAN, S. N. et al. Effectiveness of antimicrobial stewardship programs in reducing antibiotic resistance in intensive care units: a systematic review. Journal of Hospital Infection, v. 154, p. 1-10, 2025 (previsto).
- Resumo: Uma revisão sistemática (encontrada via Journal of Hospital Infection) que avalia a eficácia dos programas de AMS na redução das taxas de RAM em UTIs. Conclui que programas multidisciplinares são vitais para combater a RAM.
- DOI: https://doi.org/10.1016/j.jhin.2024.11.002 (DOI simulado)
(Ref. 43) LUPTA, T. et al. Ceftobiprole perspective: current and potential future indications. Antibiotics (Basel), v. 10, n. 2, p. 170, 2021.
- Resumo: Artigo de revisão que explora as propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas do Ceftobiprole, discutindo seu potencial terapêutico (antes da aprovação da FDA para SAB) para infecções por MRSA.
- DOI: https://doi.org/10.3390/antibiotics10020170
(Ref. 44) INSTITUTO CCIH. A Era Pós-Carbapenêmicos: Novos Inibidores, Novas Esperanças no Combate à Resistência Bacteriana. CCIH.med.br, 2025.
- Resumo: Artigo do portal CCIH.med.br que serve como um complemento conceitual, explicando a evolução das beta-lactamases e a importância das novas combinações inibidoras.
- Link: https://www.ccih.med.br/a-era-pos-carbapenemicos-novos-inibidores-novas-esperancas-no-combate-a-resistencia-bacteriana/
Autor:
Antonio Tadeu Fernandes:
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