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Alerta da ANVISA – Candida auris

Alerta de Risco GVIMS/GGTES/Dire3/Anvisa n o 01/2025 Assunto: Necessidade de aumentar a vigilância para casos suspeitos de Candida auris pelos laboratórios e outros serviços de saúde. Data: 02 de abril de 2025

🚨 Alerta da ANVISA – Candida auris
A ANVISA emitiu um alerta nacional reforçando a necessidade de vigilância ativa para detecção de Candida auris, fungo emergente, multirresistente e de alta letalidade. 🧫⚠️

📌 Por que isso importa?

  • Altamente resistente a antifúngicos.
  • Causa infecções graves, principalmente em pacientes imunodeprimidos.
  • Pode sobreviver por semanas no ambiente hospitalar.
  • Difícil de identificar com métodos laboratoriais convencionais.
  • Facilmente disseminado entre pacientes.

FAQ: Alerta Sobre o Superfungo Candida auris

1. O que é a Candida auris e por que ela representa um alerta de saúde global?

Candida auris é um fungo emergente (levedura) que pode causar infecções graves e invasivas. É considerado um alerta de saúde global por três motivos principais: 1) Frequentemente apresenta resistência a múltiplos medicamentos antifúngicos; 2) É de difícil identificação em laboratórios de rotina, podendo ser confundida com outras leveduras; 3) Pode persistir por longos períodos no ambiente, causando surtos em serviços de saúde.

2. Por que a Candida auris é chamada de “superfungo”?

O termo “superfungo” é usado em referência à sua característica mais perigosa: a multirresistência aos medicamentos. Muitas cepas de C. auris são resistentes às três principais classes de antifúngicos (azóis, equinocandinas e polienos), o que torna o tratamento das infecções um grande desafio clínico.

3. Quais pacientes são considerados de maior risco para adquirir uma infecção por C. auris?

Os principais fatores de risco incluem internação prolongada em hospitais ou instituições de longa permanência, uso de cateter venoso central, cirurgia recente, e uso prévio e prolongado de antibióticos e/ou antifúngicos de amplo espectro. Pacientes com comorbidades como diabetes também estão em maior risco.

4. Quais tipos de infecção a C. auris pode causar?

C. auris pode causar infecções invasivas graves, sendo a mais comum a infecção da corrente sanguínea (candidemia). Também pode causar otite, infecções de feridas cirúrgicas e infecções do trato urinário. A mortalidade associada à candidemia por C. auris é alta.

5. Qual é o papel do médico no manejo de um caso suspeito ou confirmado?

O médico é fundamental no reconhecimento dos fatores de risco, na solicitação da cultura para identificação do agente, na escolha da terapia antifúngica (geralmente iniciando com equinocandinas) e, crucialmente, na comunicação imediata com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) para a implementação das medidas de controle.

6. Como a equipe de enfermagem atua na prevenção e controle da C. auris?

A enfermagem está na linha de frente e é vital para o controle. Suas ações incluem a aplicação rigorosa das Precauções Padrão e de Contato, a higiene das mãos, a desinfecção de equipamentos compartilhados entre pacientes e a vigilância ativa para identificar precocemente novos casos.

7. Qual a contribuição do farmacêutico no combate à C. auris?

O farmacêutico atua no programa de Antifungal Stewardship, promovendo o uso racional de antifúngicos para reduzir a pressão seletiva. Ele também auxilia na escolha e no ajuste de doses da terapia para casos confirmados e garante a disponibilidade dos antifúngicos adequados.

8. Como a C. auris é transmitida no ambiente de saúde?

A transmissão ocorre principalmente por contato com superfícies e equipamentos contaminados (manguitos de pressão, termômetros, camas, etc.) e através das mãos dos profissionais de saúde. A C. auris pode sobreviver no ambiente por semanas.

9. A identificação laboratorial da C. auris é simples?

Não. Métodos tradicionais, como a identificação bioquímica, podem identificar a C. auris erroneamente como outras espécies de leveduras. A identificação precisa requer tecnologias mais avançadas como o MALDI-TOF ou o sequenciamento genético. Por isso, a comunicação do laboratório com a CCIH é essencial.

10. Quais precauções devem ser implementadas para um paciente com C. auris?

Devem ser implementadas Precauções Padrão e de Contato. O paciente deve ser alocado preferencialmente em quarto privativo. Profissionais devem usar avental e luvas para entrar no quarto e realizar a higiene das mãos antes e depois do contato.

11. A limpeza do ambiente para C. auris exige produtos específicos?

Sim. A C. auris é resistente a alguns desinfetantes comuns. A Anvisa e o CDC recomendam a limpeza e desinfecção do ambiente com produtos que tenham ação comprovada contra esporos de Clostridioides difficile (ex: produtos à base de cloro, peróxido de hidrogênio acelerado), pois demonstram maior eficácia.

12. O que é o “screening” ou busca ativa de contatos?

Quando um caso de C. auris é identificado, é fundamental realizar o screening dos pacientes que tiveram contato próximo (ex: compartilharam o mesmo quarto ou equipamentos). Isso é feito coletando amostras (geralmente com swabs na axila e virilha) para identificar portadores colonizados e prevenir a disseminação silenciosa.

13. Qual a diferença entre colonização e infecção por C. auris?

Colonização significa que o fungo está presente na pele do paciente sem causar sintomas de doença. Infecção ocorre quando o fungo invade o corpo (ex: corrente sanguínea) e causa uma doença ativa. Pacientes colonizados são o principal reservatório para surtos.

14. Por quanto tempo um paciente com C. auris deve permanecer em precauções de contato?

Ainda não há um consenso definitivo. Pacientes colonizados podem permanecer assim por muitos meses. A decisão de suspender as precauções deve ser tomada em conjunto com a CCIH e a autoridade de saúde local, geralmente após múltiplas culturas de screening negativas.

15. Qual é o tratamento de primeira linha para infecções invasivas por C. auris?

A primeira escolha de tratamento são as equinocandinas (ex: anidulafungina, caspofungina, micafungina). A terapia com azóis (ex: fluconazol) deve ser evitada devido às altas taxas de resistência. A sensibilidade ao antifúngico deve ser testada sempre que possível.

16. O que a Anvisa determina sobre a notificação de casos de C. auris?

A suspeita ou confirmação de C. auris (seja por colonização ou infecção) é de notificação imediata à Comissão Estadual de Controle de Infecção Hospitalar e à Anvisa. A notificação rápida é crucial para o monitoramento nacional e para acionar as respostas de saúde pública.

17. O que fazer ao transferir um paciente com C. auris para outro serviço de saúde?

É mandatório comunicar de forma clara e explícita ao serviço de destino sobre o diagnóstico de colonização ou infecção por C. auris. A falha na comunicação coloca o outro serviço em risco de um novo surto.

18. A higiene das mãos com álcool em gel é eficaz contra a C. auris?

Sim. Diferente dos esporos de C. difficile, a C. auris na sua forma de levedura é suscetível ao álcool. A higiene das mãos com preparação alcoólica é eficaz e continua sendo uma das principais medidas de prevenção.

19. É possível que um surto de C. auris leve ao fechamento de uma unidade?

Em situações extremas, um surto descontrolado pode exigir medidas drásticas, como a interdição temporária de admissões na unidade afetada para permitir uma desinfecção terminal completa e garantir que todas as medidas de controle estejam em vigor.

20. Como os profissionais podem se manter atualizados sobre a C. auris?

Os profissionais devem acompanhar regularmente os comunicados e as notas técnicas publicadas pela Anvisa e pela Secretaria de Saúde de seu estado, além de consultar portais de conhecimento especializado que traduzem as evidências científicas para a prática.

📊 Situação no Brasil:
Desde 2020, já foram confirmados 114 casos, com surtos em BA, PE, SP, RJ e MG. Em 2025, só SP e PE já registraram novos surtos.

🔍 Recomendações principais:

  • Laboratórios devem encaminhar isolados suspeitos ao Lacen.
  • Serviços de saúde devem notificar qualquer caso suspeito e implementar precauções imediatamente.
  • Comunicação rápida entre laboratório e CCIH é essencial.
  • Surtos devem ser notificados via formulário oficial da Anvisa.

📎 Link para nota técnica e mais informações:
👉 Nota Técnica GVIMS/ANVISA Nº 02/2022
📊 Painel Epidemiológico C. auris

Divulgado por:

Karine Oliveira:

https://www.linkedin.com/in/karine-oliveira-789815b4/

https://www.instagram.com/karine_oliveiraoficial/

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