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Vale a pena utilizar máscaras comuns fora do hospital?

Mesmo máscaras comuns podem ser benéficas para reduzir risco da transmissão do coronavírus. O que responde uma revisão de literatura?

Qual foi o objetivo do estudo?

Os objetivos desta revisão são: evidenciar a importância do uso de EPIs; reforçar a necessidade do seu contingenciamento a fim de destiná-los aos profissionais da saúde; sistematizar e avaliar as evidências cientificas disponíveis sobre o uso de máscaras, melhor tecido e seu benefício na população em geral. Através de buscas automáticas em bases de dados internacionais e pesquisas manuais em diversos órgãos e periódicos ao redor do mundo, buscamos descrever a importância dos EPIs na proteção dos profissionais de saúde contra a contaminação do SARS-CoV-2, assim como determinar a eficácia de materiais não profissionais em barrar a transmissão e infecção pelo vírus em contextos não hospitalares, além de reconhecer a viabilidade do uso em larga escala desse artifício.

Qual foi a justificativa do estudo?

Atualmente o mundo vivencia um momento de pandemia de COVID-19, infecção viral transmitida pelo Coronavírus 2 da Síndrome Respiratória Aguda Grave (do inglês, SARS-CoV-2), um novo Coronavírus descoberto no final de 2019 após uma série de pneumonias, de etiologia desconhecida e de disseminação rápida, serem reportadas em Wuhan, China. Sua transmissão acontece primordialmente através de gotículas respiratórias e aerossóis, mantendo-se viável por até três horas após a aerossolização. Também pode ser transmitido através de fômites, principalmente em superfícies de plástico, ficando viável por até 72h. Dessa forma, a utilização de barreiras físicas, como equipamentos de proteção individual (máscaras, óculos, aventais, etc).

Qual a relevância do estudo?

Esse estudo se torna relevante, pois os órgãos de saúde buscam encontrar maneiras de suprir a grande demanda dos hospitais por EPIs, frente à escassez mundial desses recursos.

Qual foi a metodologia empregada?

Trata-se de uma revisão narrativa de literatura, realizada a partir da busca manual em periódicos e em órgãos internacionais e nacionais de grande impacto, destacando os seguintes: The Lancet, New England Journal of Medicine, Organização Mundial da Saúde, Centros de Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos, Ministério da Saúde do Brasil, Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil; e busca automática em bases de dados internacionais como: PubMed, Cochrane, Scielo e Google Scholar.

Quais são os critérios para realização desse estudo?

Os critérios de inclusão foram: artigos cujo tema central era condizente com os objetivos do trabalho. Centenas de publicações foram identificadas de acordo com os critérios adotados, no entanto, após a leitura dos resultados e métodos, verificou-se que somente 27 publicações eram de interesse ao estudo proposto.

Quais são os principais resultados?

Os órgãos de saúde buscam encontrar maneiras de suprir a grande demanda dos hospitais por EPIs, frente à escassez mundial desses recursos. De acordo com levantamento realizado pela Associação Médica Britânica (AMB), a falta de EPIs é uma realidade insustentável àqueles profissionais que se encontram na linha de frente. Os órgãos de saúde buscam encontrar maneiras de suprir a grande demanda dos hospitais por EPIs, frente à escassez mundial desses recursos. De acordo com levantamento realizado pela Associação Médica Britânica (AMB), a falta de EPIs é uma realidade insustentável àqueles profissionais que se encontram na linha de frente. Naturalmente, os profissionais já trabalham mais expostos aos riscos por estarem em locais contaminados pelo COVID-19, fato corroborado pela Comissão Nacional de Saúde da China, a qual confirma mais de 3.300 profissionais da saúde foram infectados até o início de março e na Itália 20% de toda a força de trabalho dos hospitais contraiu a doença.

Quais foram as conclusões e recomendações finais?

As recomendações acerca do uso de máscaras de materiais não – profissionais pela comunidade variam ao redor do mundo: o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e o Ministério da Saúde do Brasil sugerem a utilização de proteção individual de tecido pela comunidade em situações onde o isolamento social não puder ser praticado; nos guias fornecidos pelo Serviço de Saúde Nacional do Reino Unido, há apenas a orientação para o distanciamento de 2 metros quando o isolamento social precisar ser interrompido, enquanto a Organização Mundial da Saúde transfere aos tomadores de decisão a escolha de fazer uso ou não das máscaras de tecido devido à escassez de estudos para comprovar a eficácia de seu uso a nível populacional. Conclui-se também que, apesar de existir pouca evidência científica disponível e uma grande variabilidade estatística quanto à significância dos resultados, o uso de máscaras pela população é eficaz em relações domiciliares com pacientes doentes e em interações sociais comuns, podendo ser considerada útil para reduzir a disseminação e o impacto de pandemias causadas por vírus respiratórios, quando aplicado em larga escala. Vale ressaltar que a maioria dos trabalhos foi realizada com vírus diferentes do SARS-CoV-2, que possui estrutura e comportamento específicos, logo, a generalização dos resultados pode não ser fidedigna à patologia emergente, sendo necessários estudos direcionados ao novo Coronavírus.

O que foi evidenciado no estudo?

A partir desta revisão ficou evidente que os PDS necessitam de equipamentos mais robustos pelas condições laborais insalubres que enfrentam, sendo necessário a priorização e o encaminhamento dos EPIs de mais alta qualidade para estas pessoas. Os estudos carecem de maior abrangência, sendo interessante contemplar maior número de instituições de saúde e PDS que se encontrem expostos ao risco, com o propósito de se adotar medidas de prevenção eficazes e cientificamente comprovadas.

Fonte: Passos Ka et cols. Funcionários da Saúde x COVID-19 e o uso de máscaras em larga escala na prevenção da transmissão e infecção do SARS-COV-2. Interamerican Journal of Medicine and Helth. Vol 3. 1-9, 2020.

Sinopse por: Noia Dantas Beltrão

Contato: [email protected]

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