Prevenção de surtos de infecção em Hemodiálise: uma análise aprofundada do desenvolvimento de um formulário de investigação e perspectivas atuais
- Introdução: A urgência da prevenção de Infecções em Hemodiálise
A hemodiálise (HD) representa um pilar fundamental no tratamento de milhões de pacientes globalmente, enfrentando insuficiência renal aguda e crônica. Contudo, essa terapia vital é intrinsecamente associada a riscos significativos, sendo as infecções uma das complicações mais graves e uma causa preponderante de morbidade e mortalidade. A taxa de letalidade decorrente de infecções em pacientes em HD pode atingir um alarmante patamar de 19,6%, uma estatística que sublinha a urgência de estratégias eficazes de prevenção e controle.1
Nesse cenário, o artigo “Development of an investigation form for hemodialysis infection outbreak: Identifying sources in the early stage” 1 surge como uma contribuição de particular relevância para a prática clínica e a disciplina de controle de infecções. O estudo aborda diretamente uma lacuna crítica no campo: a ausência de ferramentas sistemáticas que permitam a identificação precoce das fontes de surtos de infecção em hemodiálise (HIO). Historicamente, muitas investigações de surtos foram mal direcionadas ou permaneceram sem uma explicação clara, em parte devido à falta de um arcabouço abrangente e à variabilidade nas habilidades dos profissionais de saúde envolvidos na resposta a esses eventos.1
A alta taxa de letalidade observada em pacientes de HD devido a infecções, que se aproxima de 20%, pode ser vista como uma questão de saúde pública que exige uma resposta mais robusta. Embora as infecções sejam frequentemente consideradas uma complicação esperada em pacientes imunocomprometidos, a persistência de surtos inexplicados ou mal investigados sugere que uma parcela considerável dessa morbidade e mortalidade é, de fato, prevenível.1 Isso eleva o problema de uma preocupação clínica individual para um imperativo de gestão hospitalar e saúde pública, demandando não apenas o tratamento reativo, mas a implementação de estratégias proativas e sistemáticas de prevenção.
A ineficácia na investigação de surtos, frequentemente atribuída a abordagens mal direcionadas, acarreta um custo oculto substancial. Recursos valiosos, como o tempo da equipe, insumos para testes laboratoriais e a disponibilidade de leitos hospitalares, podem ser desperdiçados em esforços reativos que falham em identificar a causa raiz. Além do sofrimento humano, há um impacto econômico e operacional significativo associado a surtos prolongados e não resolvidos. A introdução de um formulário de investigação padronizado e eficaz, como o proposto neste estudo, não apenas aprimora a segurança do paciente, mas também otimiza a alocação de recursos, permitindo que as equipes de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) atuem de forma mais eficiente e focada. Dessa forma, o investimento em prevenção se traduz em economia a longo prazo para o sistema de saúde.
Este relatório visa dissecar os principais achados, a metodologia rigorosa e as implicações futuras deste estudo inovador, fornecendo informações valiosas para profissionais de controle de infecção, gestores de saúde e todos os envolvidos na assistência a pacientes em hemodiálise. A capacidade de identificar e intervir precocemente é, sem dúvida, um pilar fundamental para mitigar a propagação de infecções e elevar a segurança do paciente em unidades de hemodiálise.
- Análise detalhada do estudo “Development of an investigation form for hemodialysis infection outbreak: Identifying sources in the early stage”
2.1. O principal achado: um formulário para identificação precoce
O achado central do estudo reside no desenvolvimento de um formulário de investigação especificamente desenhado para surtos de infecção em hemodiálise (HIO). Essa ferramenta tem como propósito primordial a identificação das fontes de infecção nas fases iniciais do evento.1 A concepção desse formulário é considerada um elemento fundamental para a subsequente implementação de medidas de controle eficazes, visando a mitigação e a prevenção da ocorrência e propagação de HIOs.1
A estrutura do formulário é robusta e multifacetada, fundamentada em quatro categorias primárias de fontes de infecção: Ambiente, Pessoal, Operação e Materiais. Essas categorias se desdobram em treze itens secundários, que fornecem um guia detalhado para a investigação. Adicionalmente, o formulário incorpora as características de distribuição tripartite dos pacientes infectados, permitindo uma análise epidemiológica mais completa e direcionada.1
A ênfase na utilização do formulário durante o “estágio inicial” da investigação representa uma mudança de paradigma essencial na gestão de surtos. Tradicionalmente, as respostas a surtos podem ser predominantemente reativas, ocorrendo após a confirmação de múltiplos casos. Ao fornecer uma ferramenta estruturada para a fase inicial, o estudo promove uma abordagem proativa. Isso significa que, em vez de se limitar a conter um surto já estabelecido, as equipes de CCIH são capacitadas a intervir com maior celeridade, minimizando o número de pacientes afetados e a duração do evento. Essa transição de uma postura reativa para uma proativa é crucial para fortalecer a resiliência dos sistemas de saúde e otimizar a resposta a emergências infecciosas.
2.2. A importância crucial do tema: reduzindo mortalidade e morbidade
A relevância do tema abordado no estudo é inquestionável, dada a já mencionada e elevada taxa de letalidade de 19,6% associada às infecções em pacientes em hemodiálise.1 Essa estatística, por si só, já justifica a imperativa necessidade de intervenções preventivas e de controle eficazes.
Os surtos de infecção em hemodiálise (HIO) transcendem a natureza de incidentes isolados; eles deflagram uma “cascata de efeitos adversos” que impactam profundamente tanto as instituições hospitalares quanto a sociedade em sua totalidade, gerando “inúmeras consequências indesejáveis”.1 Essa cascata de efeitos vai além da morbidade e mortalidade diretas dos pacientes. Ela engloba impactos como o aumento dos custos assistenciais (devido a tratamentos prolongados, investigações complexas e potenciais internações adicionais), a sobrecarga dos recursos do sistema de saúde, danos consideráveis à reputação da instituição, a erosão da confiança da comunidade e, em alguns casos, implicações legais. A compreensão dessa abrangência de impactos reforça a importância estratégica da prevenção de surtos como um investimento fundamental na sustentabilidade e na credibilidade dos serviços de saúde.
Apesar do reconhecimento da importância da identificação precoce da causa raiz para um controle eficaz, um número significativo de surtos de infecção permanece sem explicação. Essa lacuna pode ser atribuída a investigações mal direcionadas ou à variabilidade na experiência e conhecimento específicos dos profissionais de saúde para lidar com a complexidade dos HIOs.1 A observação de que as habilidades de controle de infecção dos profissionais de saúde podem variar significativamente e que alguns podem carecer da experiência necessária aponta para uma vulnerabilidade sistêmica. Um formulário de investigação padronizado não funciona apenas como uma lista de verificação; ele serve como uma ferramenta de capacitação e um guia para a tomada de decisões. Ao sistematizar o processo de investigação, ele pode reduzir a dependência da experiência individual e elevar o nível de competência geral da equipe, garantindo uma resposta mais consistente e eficaz a surtos, independentemente da experiência prévia do profissional.
Diante dessas limitações, o estudo se propõe a estabelecer uma “referência sistemática” para futuras investigações, superando a deficiência de estudos anteriores que, embora valiosos, eram predominantemente relatos de casos e careciam de um arcabouço abrangente para guiar a prática.
2.3. O cenário anterior: o que se sabia sobre surtos em Hemodiálise
Antes da condução deste estudo, o cenário de infecções em hemodiálise já era objeto de considerável preocupação. Era amplamente reconhecido que pacientes submetidos a hemodiálise possuem uma suscetibilidade intrínseca a infecções. Essa vulnerabilidade multifatorial decorre de condições intrínsecas, como o estado imunocomprometido e a presença de comorbidades, e de fatores extrínsecos, que incluem deficiências nas práticas de controle de infecção.1
Exemplos de falhas nas medidas de controle de infecção que aumentam substancialmente a probabilidade de ocorrência de HIOs incluem a não adesão da equipe médica a práticas assépticas rigorosas, a reutilização inadequada de hemodialisadores, a desinfecção insuficiente das máquinas de diálise e a contaminação da água, do dialisato e de injetáveis.1 Esses pontos de falha representam vulnerabilidades críticas na cadeia de cuidados.
Embora a literatura pré-existente já evidenciasse que a implementação de medidas de controle oportunas e apropriadas nos estágios iniciais poderia prevenir surtos, a identificação da causa raiz desses eventos permanecia um desafio persistente. Um número considerável de surtos de infecção inesperados ficava sem explicação, frequentemente como resultado de investigações mal direcionadas ou da incapacidade de identificar as fontes potenciais de transmissão.1
Um aspecto crucial do conhecimento prévio era que os estudos sobre HIOs consistiam majoritariamente em relatos de casos. Embora esses relatos fossem valiosos para documentar eventos específicos e suas características, eles não ofereciam um “framework abrangente” ou uma “referência sistemática” que pudesse guiar futuras investigações de forma padronizada e eficaz.1 A predominância de relatos de casos indicava que o campo estava mais inclinado a descrever e documentar surtos
após sua manifestação. O presente estudo, ao desenvolver um formulário de investigação, marca uma transição para a epidemiologia aplicada, onde o conhecimento é sintetizado e transformado em ferramentas práticas e padronizadas para a intervenção, capacitando a ação preventiva.
Apesar do conhecimento prévio sobre os riscos associados aos fatores iatrogênicos, o artigo reitera que esses elementos – relacionados à assistência à saúde, como falhas na assepsia, reuso de materiais e desinfecção inadequada – são os mais propensos a causar surtos generalizados.1 Isso sugere que, mesmo com a consciência desses riscos, as práticas de controle de infecção ainda não são universalmente robustas. O formulário, ao focar nessas categorias de risco, direciona a atenção para os pontos mais vulneráveis e onde a intervenção tem o maior potencial de impacto na prevenção de surtos.
2.4. Metodologia rigorosa: O método Delphi modificado
O estudo adotou uma metodologia robusta e amplamente reconhecida para a construção de consenso: o método Delphi modificado. Essa abordagem foi conduzida em estrita conformidade com as recomendações do “Conducting and Reporting of Delphi studies (CREDES)” 1, o que confere validade e transparência aos resultados obtidos.
A fase inicial envolveu a formação de um Grupo de Trabalho do Projeto, cuja responsabilidade abrangia desde a revisão exaustiva da literatura e a extração de dados até o desenvolvimento do questionário Delphi preliminar e a seleção criteriosa do Grupo de Especialistas (GE).1 A seleção do GE foi um passo fundamental, com a inclusão de 18 profissionais altamente qualificados, incluindo 9 nefrologistas e médicos de HD, 7 profissionais de prevenção de infecções e 2 infectologistas. Todos os membros possuíam experiência comprovada no manejo de HIOs. A alta representatividade e autoridade desse grupo foram confirmadas por um coeficiente de autoridade (Cr) médio de 0,89, com valores de Ca (critério de julgamento) de 0,92 e Cs (grau de familiaridade) de 0,87, indicando uma confiabilidade aceitável do painel.1
A busca sistemática na literatura foi abrangente, incluindo a “Worldwide Database for Nosocomial Outbreaks Database” e o PubMed. Essa busca resultou na identificação de 87 artigos elegíveis, que serviram como base para a identificação inicial de 4 indicadores primários e 13 secundários de fontes de HIO.1
O processo Delphi consistiu em duas rodadas de consulta. A taxa de recuperação dos questionários foi de 100%, demonstrando um elevado nível de engajamento e cooperação por parte dos especialistas. A concordância das opiniões foi estatisticamente significativa, com um coeficiente W de Kendall de 0,359 (P<0,005) e um coeficiente de variação (CV) médio de 0,084, indicando um forte consenso entre os participantes. A consistência dos pesos calculados para os indicadores foi validada por meio do Processo de Hierarquia Analítica (AHP), que apresentou um valor CR de 0.1 Os fatores de risco foram confirmados com base em critérios rigorosos, incluindo pontuações médias de aplicabilidade superiores a 4 pontos, um Cr igual ou superior a 0,7 e um CV inferior a 0,25.1
A validação por consenso de especialistas, evidenciada pela alta autoridade e forte concordância do painel, não é meramente um dado estatístico; ela confere uma robustez metodológica crucial ao estudo. Isso significa que o formulário de investigação não é o produto de uma teoria isolada, mas sim do conhecimento prático e validado de profissionais experientes no campo. Para uma audiência especializada como a do Instituto CCIH+, essa validação por pares de alto nível é fundamental para a aceitação e a implementação da ferramenta na prática clínica, pois atesta sua relevância e confiabilidade.
O formulário de investigação foi então construído com base nesse consenso. Embora a metodologia mencione que o formulário foi “testado em casos reais de agrupamento de infecções” para avaliar sua eficácia e viabilidade 1, as conclusões do estudo ressaltam a necessidade de “avaliação empírica adicional” para substanciar plenamente sua utilidade.1 Essa aparente dicotomia reflete um desafio comum na pesquisa translacional: o teste inicial pode ter demonstrado a viabilidade ou aceitabilidade da ferramenta, mas sua eficácia em termos de resultados clínicos (como a redução das taxas de surto) requer estudos prospectivos mais amplos e rigorosos. Isso implica um chamado à comunidade científica e às instituições de saúde para colaborarem em pesquisas de implementação e impacto, transformando o consenso de especialistas em evidência de resultados concretos.
A Tabela 1, a seguir, detalha o perfil e os coeficientes de autoridade dos especialistas que compuseram o Grupo Delphi, fornecendo transparência e credibilidade à base de conhecimento que fundamentou o desenvolvimento do formulário.
Tabela 1: Perfil e coeficientes de autoridade dos especialistas do grupo Delphi
Item | Categoria | Número | Proporção (%) | Ca | Cs | Cr |
Especialidade | Nefrologia e hemodiálise | 9 | 50,00 | 0,93 | 0,88 | 0,91 |
Controle de infecção | 7 | 38,89 | 0,91 | 0,84 | 0,88 | |
Doenças infecciosas | 2 | 11,11 | 0,9 | 0,9 | 0,9 | |
Experiência Profissional (anos) | > 20 | 5 | 27,78 | 0,94 | 0,86 | 0,9 |
10 a 20 | 7 | 38,89 | 0,93 | 0,9 | 0,91 | |
5 a 10 | 6 | 33,33 | 0,9 | 0,83 | 0,87 | |
Título Profissional | Professor | 6 | 33,33 | 0,98 | 0,9 | 0,94 |
Professor Associado | 7 | 38,89 | 0,89 | 0,87 | 0,88 | |
Pesquisador Associado | 5 | 27,78 | 0,9 | 0,82 | 0,86 | |
Nacionalidade | China | 15 | 80,00 | 0,93 | 0,87 | 0,9 |
EUA | 2 | 13,33 | 0,9 | 0,8 | 0,85 | |
Japão | 1 | 6,67 | 0,9 | 0,9 | 0,9 |
Fonte: Adaptado de Shan et al., 2025.1
Legenda: Ca: Coeficiente de Julgamento; Cs: Grau de Familiaridade; Cr: Coeficiente de Autoridade (Cr = (Ca+Cs)/2)
2.5. Resultados chave: a estrutura do formulário e dados epidemiológicos
O estudo culminou na construção de um formulário de investigação estruturado com base em quatro indicadores primários: Ambiente, Pessoal, Operação e Materiais. Estes, por sua vez, desdobram-se em treze indicadores secundários detalhados, que fornecem orientação para a investigação das fontes de HIO.1 A validação desses indicadores por especialistas e a atribuição de pesos, conforme a Tabela 2, refletem a importância relativa de cada fator. Essa priorização é de grande valor para profissionais de CCIH, pois permite a alocação eficaz de recursos e o direcionamento das investigações para as áreas de maior impacto.
Tabela 2: Indicadores primários e secundários das fontes de surtos de Infecção em Hemodiálise (HIO) e seus pesos
Indicadores Primários | CV | Peso (%) | Indicadores Secundários | CV | Peso (%) |
Ambiente | 0,04 | 24,60 | C1 Layout do processo | 0,11 | 7,65 |
C2 Sistema de ventilação | 0,1 | 7,74 | |||
C3 Sistema de abastecimento de água | 0,11 | 7,19 | |||
C4 Limpeza e desinfecção | 0,08 | 8,01 | |||
Pessoal | 0,08 | 23,52 | C5 Pacientes | 0,16 | 6,82 |
C6 Equipe médica | 0 | 8,30 | |||
C7 Membros da família | 0,16 | 6,82 | |||
Operação | 0 | 26,68 | C8 Operação | 0 | 8,30 |
Materiais | 0,06 | 25,20 | C9 Dialisato | 0,1 | 7,74 |
C10 Máquina de diálise | 0 | 8,30 | |||
C11 Equipamento médico | 0,11 | 7,28 | |||
C12 Produto estéril | 0,05 | 8,20 | |||
C13 Transfusão de sangue | 0,13 | 7,65 |
Fonte: Adaptado de Shan et al., 2025.1
Legenda: CV: Coeficiente de Variação
A análise epidemiológica retrospectiva de 87 artigos de HIO revelou uma distribuição global do problema. Os cinco países mais frequentemente afetados foram os Estados Unidos (19 casos, 21,84%), China (9 casos, 10,34%), França (9 casos, 10,34%), Brasil (7 casos, 8,05%) e Japão (7 casos, 8,05%).1 A inclusão do Brasil entre os países com maior número de surtos, representando 8,05% dos casos analisados, é um dado de impacto direto para o público do Instituto CCIH+. Isso demonstra que os desafios de controle de infecção em hemodiálise não estão restritos a certas regiões, mas constituem um problema global que afeta diretamente o cenário de saúde brasileiro. Essa universalidade valida a aplicabilidade do formulário de investigação em diferentes contextos, incluindo o nacional, e reforça a necessidade de estratégias de prevenção robustas e adaptáveis.
A ocorrência de HIOs exibiu uma tendência de aumento contínuo desde 1967, com a maior frequência observada entre 1995 e 2005 (43 casos reportados em uma década), estabilizando-se subsequentemente ano a ano.1 Dos 1.340 casos de infecção envolvidos nos surtos analisados, a vasta maioria (81 casos, ou 93,10%) foi causada por infecções da corrente sanguínea. As infecções respiratórias representaram 5,74%, e as digestivas, apenas 1,15%.1 Dentro das infecções da corrente sanguínea, metade foi transmitida por técnica invasiva e a outra metade por transmissão por contato. Notavelmente, o vírus da Hepatite B (HepB) ou Hepatite C (HepC) foram os agentes causadores em 49 casos (60,49%).1
A esmagadora predominância de infecções da corrente sanguínea e a alta prevalência de HepB/HepC como agentes causadores direcionam o foco da prevenção. Isso sugere que as unidades de hemodiálise devem priorizar rigorosamente as práticas relacionadas ao acesso vascular (inserção, manutenção e remoção de cateteres) e à prevenção da transmissão de patógenos transmitidos pelo sangue. Apesar dos programas de vacinação e triagem, a persistência dessas infecções virais em surtos indica que as falhas na adesão às práticas assépticas e nos protocolos de triagem ainda são pontos críticos a serem abordados, tornando o formulário uma ferramenta essencial para identificar essas lacunas. As principais fontes desses surtos foram consistentemente atribuídas a intervalos de triagem de rotina relaxados ou a procedimentos de diálise não padronizados, reforçando a importância da aderência a protocolos de segurança.1
A Tabela 3, a seguir, oferece um panorama epidemiológico essencial, contextualizando o problema dos HIOs em escala global e nacional, e direcionando as estratégias de prevenção para os riscos mais prevalentes.
Tabela 3: prevalência global e características epidemiológicas dos surtos de HIO analisados
Característica Epidemiológica | Detalhe | Dado Principal |
Prevalência Nacional (Top 5) | Estados Unidos | 19 casos (21,84%) |
China | 9 casos (10,34%) | |
França | 9 casos (10,34%) | |
Brasil | 7 casos (8,05%) | |
Japão | 7 casos (8,05%) | |
Total de Casos de Infecção Envolvidos | Total | 1.340 casos |
Tipos de Infecção (por surto) | Infecções da Corrente Sanguínea | 81 surtos (93,10%) |
Infecções Respiratórias | 5 surtos (5,74%) | |
Infecções Digestivas | 1 surto (1,15%) | |
Média de Pessoas Afetadas (por tipo) | Infecções da Corrente Sanguínea | 15 pessoas (faixa: 3-63) |
Infecções Respiratórias | 21 pessoas (faixa: 7-48) | |
Infecções Digestivas | 25 pessoas (1 caso) | |
Agentes Causadores Principais (em infecções da corrente sanguínea) | HepB ou HepC | 49 casos (60,49%) |
Vias de Transmissão (em infecções da corrente sanguínea) | Técnica Invasiva | Metade dos casos |
Contato | Metade dos casos | |
Fontes Principais dos Surtos | Intervalos de triagem de rotina relaxados ou procedimentos de diálise não padronizados | Consistente |
Fonte: Adaptado de Shan et al., 2025.1
2.6. As conclusões dos autores: ferramenta promissora com necessidade de validação
Os autores do estudo concluem que o formulário de investigação desenvolvido representa uma ferramenta valiosa e aplicável na fase inicial de uma investigação de surto de infecção em hemodiálise (HIO).1 Eles enfatizam que a implementação deste formulário é um “pré-requisito fundamental” para a adoção de estratégias de intervenção eficazes, que são cruciais para mitigar o risco de ocorrência de HIOs.1
No entanto, de forma pragmática e alinhada com a rigorosidade científica, os autores ressaltam a necessidade de “avaliação empírica adicional” da eficácia do formulário. Essa validação futura é essencial para substanciar plenamente sua utilidade e impacto no gerenciamento de surtos em diferentes contextos clínicos.1 Essa ressalva reflete a compreensão de que, embora o consenso de especialistas seja um forte indicativo de utilidade, a comprovação de resultados clínicos tangíveis exige estudos de implementação em larga escala.
2.7. Fatores limitantes e possíveis confundidores
O estudo reconhece uma limitação principal que pode influenciar a aplicação prática do formulário. A informação sobre eventos históricos incluída no estudo, embora abrangente para a categorização das fontes de surto, pode não fornecer “dicas específicas” suficientes para os investigadores que utilizam o questionário em cenários de surto reais.1 Isso significa que, embora o formulário seja uma ferramenta valiosa para identificar possíveis fontes de aglomerados de infecção e lacunas no controle de infecções, a falta de informações históricas detalhadas e altamente específicas pode, em alguns casos, dificultar a orientação precisa dos investigadores no calor de uma investigação.
Para superar essa limitação, os autores propõem que estudos futuros explorem a aplicação de métodos de aprendizado de máquina. A ideia é construir um mapa de conhecimento de infecções em HD baseado em dados rotulados, o que poderia fornecer uma orientação mais direcionada e preditiva para os esforços de investigação e prevenção.1 Além disso, com a crescente prevalência da hemodiálise domiciliar, especialmente na China, os autores planejam atualizar o formulário de pesquisa para abordar essa prática em evolução, reconhecendo a necessidade de adaptação da ferramenta a novos modelos de cuidado.1
2.8. Recomendações dos autores
As recomendações dos autores são multifacetadas, visando otimizar a utilização do formulário e aprimorar as práticas de controle de infecção em hemodiálise 1:
- Implementação precoce do formulário: O formulário de investigação deve ser utilizado na fase inicial de qualquer suspeita ou confirmação de surto de infecção em hemodiálise. Essa abordagem proativa é vista como um pré-requisito para a implementação de medidas de controle eficazes e para a prevenção da ocorrência de novos casos.1
- Avaliação empírica contínua: É fundamental que a eficácia do formulário seja submetida a avaliações empíricas adicionais. Essa validação é necessária para substanciar sua utilidade no gerenciamento de surtos e para confirmar seu impacto na redução de infecções.1
- Identificação de lacunas e melhoria contínua: O formulário serve como uma ferramenta valiosa para identificar não apenas as fontes potenciais de infecção, mas também as lacunas e pontos fracos existentes nos processos de controle de infecções da unidade.1
- Implementação abrangente de medidas de controle: Os autores sugerem que a implementação de medidas de controle de infecção em cada etapa do processo de hemodiálise, aliada à instituição de barreiras comportamentais e físicas que apoiem as melhores práticas, pode efetivamente controlar o risco de infecção em pacientes em diálise, resultando em maior segurança do paciente.1
- Adoção de tecnologias avançadas: Para superar a limitação da especificidade das informações históricas, os autores recomendam o uso de métodos de aprendizado de máquina em estudos futuros. O objetivo é construir um mapa de conhecimento de infecções em HD, baseado em dados rotulados, para fornecer orientação mais direcionada para investigações e esforços de prevenção.1
- Adaptação a novas práticas: Com a crescente prevalência da hemodiálise domiciliar, o formulário de pesquisa deve ser atualizado para incorporar e abordar os desafios e particularidades dessa modalidade de tratamento.1
2.9. Comentários adicionais
A relevância deste estudo para o contexto brasileiro é inegável, especialmente considerando que o Brasil figura entre os cinco países mais afetados por surtos de infecção em hemodiálise, respondendo por 8,05% dos casos analisados.1 Isso coloca o país em uma posição de necessidade premente de ferramentas e estratégias eficazes para o controle dessas infecções. A padronização proposta pelo formulário pode ser um diferencial para unidades de diálise em todo o território nacional, muitas das quais podem enfrentar desafios semelhantes de variabilidade na experiência dos profissionais e na consistência das práticas.
A ênfase na identificação precoce das fontes de surto é um ponto crucial. A experiência demonstra que a capacidade de intervir rapidamente pode transformar um pequeno agrupamento de casos em um surto contido, evitando a propagação generalizada e suas graves consequências. Isso se alinha com as diretrizes e iniciativas de segurança do paciente que buscam a pro atividade e a minimização de danos.
A menção à necessidade de avaliação empírica futura do formulário é um lembrete importante da natureza iterativa da pesquisa em saúde. A validação de uma ferramenta em um contexto controlado é um passo essencial, mas sua comprovação de eficácia em ambientes clínicos diversos e dinâmicos é o que verdadeiramente solidifica seu valor. Isso abre portas para colaborações de pesquisa e estudos de implementação no Brasil, que poderiam adaptar e validar o formulário à realidade local, gerando dados robustos sobre seu impacto na redução das taxas de infecção.
Além disso, a proposta de incorporar métodos de aprendizado de máquina para refinar a orientação da investigação de surtos aponta para o futuro da epidemiologia aplicada. A análise de grandes volumes de dados pode revelar padrões e correlações que não seriam evidentes por métodos tradicionais, tornando as investigações ainda mais eficientes e precisas. A adaptação do formulário para a hemodiálise domiciliar também é uma visão prospectiva importante, reconhecendo a evolução dos modelos de cuidado e a necessidade de estender as práticas de controle de infecção para além do ambiente hospitalar tradicional.
- Artigos relacionados ao tema
A busca por literatura recente e relevante sobre infecção e controle em hemodiálise revelou diversas publicações que complementam o estudo principal, oferecendo perspectivas adicionais e reforçando a importância do tema.
3.1. Artigos do site www.ccih.med.br
O site do Instituto CCIH+ (www.ccih.med.br) é uma fonte valiosa de informações e atualizações para profissionais de controle de infecção.
Nota Técnica 04/2025 – Notificação em Diálise. 2025. Disponível em: https://www.ccih.med.br/resumo-da-nota-tecnica-04-2025-notificacao-em-dialise/.
Resumo: Esta nota resume as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para a vigilância e notificação de infecções em diálise e hemodiálise, publicadas na Nota Técnica 04/2025. O documento detalha os objetivos da nota técnica, que visam aprimorar o sistema de monitoramento e resposta a eventos adversos relacionados à infecção em serviços de diálise no Brasil. A notificação adequada é crucial para a detecção precoce de surtos e para a implementação de medidas de controle.
Segurança em Diálise – ANVISA Lança Checklist Nacional
Disponível em: https://www.ccih.med.br/seguranca-em-dialise-anvisa-lanca-checklist-nacional/
Resumo: Este documento apresenta o checklist nacional de segurança em diálise lançado pela ANVISA. O documento destaca a importância da conformidade com as diretrizes de segurança, revelando que apenas 19% dos serviços de diálise no Brasil apresentaram alta conformidade. O checklist é uma ferramenta prática para auxiliar as unidades na auto avaliação e melhoria contínua das práticas de segurança e controle de infecção, complementando a necessidade de um formulário de investigação de surtos.
3.2. Artigos de outras plataformas científicas
A pesquisa em bases de dados científicas revelou artigos que aprofundam a compreensão sobre surtos e controle de infecção em hemodiálise, bem como aspectos relevantes de contaminação ambiental e fatores de risco.
LEE, Sai-Cheong et al. An Outbreak of Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus Infections Related to Central Venous Catheters for Hemodialysis. Infection Control & Hospital Epidemiology, v. 25, n. 8, p. 678-684, ago. 2004. DOI: 10.1086/502462.
Resumo: Este estudo investigou um surto de infecções da corrente sanguínea relacionadas a cateteres de hemodiálise (HCRBSIs) causadas por Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). Os autores determinaram os fatores de risco para HCRBSIs e avaliaram o impacto do uso de precauções de barreira estéril máxima na prevenção dessas infecções. Os resultados demonstraram que o uso de precauções de barreira estéril máxima durante a inserção de cateteres venosos centrais (CVCs) reduziu as HCRBSIs em pacientes em diálise. O diabetes mellitus foi identificado como um fator de risco, e o surto de MRSA foi provavelmente causado por infecção cruzada via pessoal médico.3 Este artigo corrobora a importância dos fatores operacionais e de pessoal na ocorrência de surtos.
ROMERO-GÓMEZ, M. P. et al. Outbreak of Burkholderia cepacia Bacteremia Caused by Contaminated Chlorhexidine in a Hemodialysis Unit. Infection Control & Hospital Epidemiology, v. 29, n. 4, p. 377-378, abr. 2008. DOI: 10.1017/S0195941700026709.
Resumo: Este artigo descreve um surto de bacteremia por Burkholderia cepacia que foi rastreado até a contaminação de uma solução de clorexidina utilizada em uma unidade de hemodiálise. O caso ilustra como a contaminação de produtos estéreis ou soluções pode ser uma fonte crítica de surtos, destacando a necessidade de rigoroso controle de qualidade e manuseio de materiais.4 Este exemplo reforça a categoria “Materiais” do formulário de investigação como um ponto crucial de atenção.
RTEIL, Ali et al. Clinical characteristics, risk factors and microbiology of infections in patients receiving chronic hemodialysis. Journal of Infection and Public Health, v. 13, n. 8, p. 1166-1171, ago. 2020. DOI: 10.1016/j.jiph.2020.06.002.
Resumo: Este estudo retrospectivo investigou a epidemiologia, os fatores de risco e a microbiologia das infecções em pacientes em hemodiálise crônica. Os resultados indicaram que quase metade da população estudada teve pelo menos um episódio de infecção, com infecções da corrente sanguínea e respiratórias sendo as mais comuns. Staphylococcus coagulase-negativo foi o patógeno predominante na bacteremia. A mortalidade foi maior em pacientes com bacteremia por microrganismos multirresistentes e naqueles que necessitaram de ventilação mecânica ou internação em UTI. O estudo enfatiza a necessidade de mais pesquisas sobre fatores de risco e estratégias de controle.5 Este artigo complementa o estudo principal ao fornecer um panorama mais aprofundado dos patógenos e fatores de risco intrínsecos e extrínsecos associados a infecções em pacientes em HD.
LERNER, Anat et al. Environmental Contamination by Carbapenem-Resistant Enterobacteriaceae. Journal of Clinical Microbiology, v. 51, n. 1, p. 329-331, dez. 2013. DOI: 10.1128/JCM.01992-12.
Resumo: Este estudo aborda a contaminação ambiental por Enterobacteriaceae resistentes a carbapenêmicos (CRE), um problema crescente de saúde pública. A pesquisa examinou a extensão da contaminação por CRE em locais próximos a pacientes colonizados e avaliou o impacto do tempo de amostragem e dos regimes de limpeza. Os resultados mostraram que a contaminação ambiental diminui com a distância do paciente, sendo a área da cama o local mais contaminado. O estudo ressalta que a utilização de placas de contato seletivas pode auxiliar na investigação de surtos e na avaliação da eficácia da limpeza.6 Embora não seja exclusivo da hemodiálise, este artigo é relevante para a categoria “Ambiente” do formulário de investigação, sublinhando a importância da desinfecção e limpeza ambiental na prevenção de infecções.
- Conclusões e recomendações finais
O desenvolvimento de um formulário de investigação para surtos de infecção em hemodiálise, conforme detalhado no estudo de Shan et al. (2025), representa um avanço significativo na área de controle de infecções. A metodologia robusta, baseada no consenso de um painel de especialistas de alta autoridade, confere credibilidade e aplicabilidade prática à ferramenta. A capacidade de identificar precocemente as fontes de surto, categorizadas em Ambiente, Pessoal, Operação e Materiais, é um pré-requisito fundamental para a implementação de medidas de controle eficazes e para a mitigação dos riscos associados a esses eventos.1
A prevalência global de HIOs, com o Brasil entre os países mais afetados, sublinha a universalidade e a urgência do problema. A predominância de infecções da corrente sanguínea e a alta incidência de Hepatites B e C como agentes causadores direcionam o foco para aprimoramento das práticas de acesso vascular e adesão rigorosa aos protocolos de biossegurança. A persistência dessas infecções, mesmo com programas de vacinação e triagem, aponta para a necessidade de vigilância contínua e educação em serviço para mitigar falhas em procedimentos padronizados.1
As limitações do estudo, particularmente a necessidade de avaliação empírica futura da eficácia do formulário em cenários reais, são reconhecidas pelos autores. Essa ressalva não diminui o valor da ferramenta, mas sim estabelece uma agenda de pesquisa para a comunidade científica e as instituições de saúde. A translação do conhecimento gerado por consenso de especialistas para evidências de impacto clínico requer estudos de implementação e validação em larga escala.
Recomendações para a prática e pesquisa:
- Adoção e Adaptação do Formulário: Unidades de hemodiálise e equipes de CCIH são encorajadas a considerar a adoção e adaptação do formulário de investigação proposto. A padronização do processo de investigação pode reduzir a variabilidade na resposta a surtos e otimizar a identificação de suas causas-raiz.
- Investimento em Capacitação Contínua: Dada a variabilidade nas habilidades dos profissionais de saúde, programas de capacitação contínua em controle de infecção, com foco nas categorias de risco identificadas (Ambiente, Pessoal, Operação, Materiais), são essenciais. O formulário pode servir como um guia prático para esses treinamentos.
- Priorização de Medidas para Infecções da Corrente Sanguínea: Em virtude da alta prevalência de infecções da corrente sanguínea em HIOs, as unidades devem reforçar e auditar rigorosamente as práticas relacionadas ao acesso vascular, incluindo inserção, manutenção e remoção de cateteres, bem como a adesão às precauções padrão.
- Vigilância Ativa de Hepatites Virais: A persistência de Hepatite B e C em surtos de HD exige vigilância ativa, triagem regular de pacientes e equipe, e reforço das medidas de prevenção de transmissão sanguínea, mesmo em contextos de vacinação e triagem estabelecidos.
- Pesquisas de Implementação e Impacto: A comunidade acadêmica e as instituições de saúde no Brasil são incentivadas a conduzir estudos prospectivos para avaliar a eficácia do formulário em contextos clínicos reais, medindo seu impacto na redução das taxas de HIOs e na otimização dos recursos de controle de infecção.
- Exploração de Tecnologias Inovadoras: A integração de métodos de aprendizado de máquina para a análise de dados de surtos e a criação de mapas de conhecimento pode aprimorar a precisão e a eficiência das investigações futuras, permitindo uma resposta ainda mais direcionada.
- Adaptação a Novos Modelos de Cuidado: Com o crescimento da hemodiálise domiciliar, é imperativo que as ferramentas e diretrizes de controle de infecção sejam atualizadas para abranger as particularidades e os desafios inerentes a esses novos ambientes de tratamento.
Em suma, o formulário de investigação de HIOs é uma ferramenta promissora que, se implementada e validada adequadamente, tem o potencial de transformar a abordagem reativa para uma proativa no controle de infecções em hemodiálise, elevando significativamente a segurança do paciente e a qualidade da assistência.
Referências
- SHAN, Jiao et al. Development of an investigation form for hemodialysis infection outbreak: Identifying sources in the early stage. American Journal of Infection Control, v. 53, n. 1, p. 87-92, jan. 2025. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ajic.2024.08.012
- LEE, Sai-Cheong et al. An Outbreak of Methicillin-Resistant Staphylococcus aureus Infections Related to Central Venous Catheters for Hemodialysis. Infection Control & Hospital Epidemiology, v. 25, n. 8, p. 678-684, ago. 2004. DOI: https://doi.org/10.1086/502462
- ROMERO-GÓMEZ, M. P. et al. Outbreak of Burkholderia cepacia Bacteremia Caused by Contaminated Chlorhexidine in a Hemodialysis Unit. Infection Control & Hospital Epidemiology, v. 29, n. 4, p. 377-378, abr. 2008. DOI:(https://doi.org/10.1017/S0195941700026709)
- RTEIL, Ali et al. Clinical characteristics, risk factors and microbiology of infections in patients receiving chronic hemodialysis. Journal of Infection and Public Health, v. 13, n. 8, p. 1166-1171, ago. 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jiph.2020.06.002
- LERNER, Anat et al. Environmental Contamination by Carbapenem-Resistant Enterobacteriaceae. Journal of Clinical Microbiology, v. 51, n. 1, p. 329-331, dez. 2013. DOI: https://doi.org/10.1128/JCM.01992-12
- INSTITUTO CCIH+. Resumo da Nota Técnica 04/2025 – Notificação em Diálise. 2025. Disponível em: https://www.ccih.med.br/resumo-da-nota-tecnica-04-2025-notificacao-em-dialise/. Acesso em: 15 maio 2024.
- INSTITUTO CCIH+. Segurança em Diálise – ANVISA Lança Checklist Nacional!. [s.d.]. Disponível em: https://www.ccih.med.br/seguranca-em-dialise-anvisa-lanca-checklist-nacional/. Acesso em: 15 maio 2024.
- BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE (BVS). Disponível em: https://brasil.bvs.br/. Acesso em: 15 maio 2024.
Sinopse por:
Karine Oliveira:
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