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Pós-modernidade: porque a maneira como você entende a CCIH pode estar totalmente ultrapassada

A maneira como você entende a CCIH, segurança do paciente e a gestão da assistência à saúde podem estar completamente ultrapassadas nesta era da pós-modernidade. Vamos refletir juntos sobre isso e como você pode se adaptar a este novo cenário.

Observação: devido a presença de tabelas no artigo, leia em computadores, tablet ou no formato paisagem em celulares.

Introdução

A pós-modernidade representa uma profunda transformação cultural, social e filosófica que sucedeu a modernidade, impactando intrinsecamente a gestão de políticas e serviços de saúde pública. Caracterizada pela crise das metanarrativas, o relativismo e a fragmentação do sujeito, essa era desafia as bases epistemológicas da ciência e da verdade, fundamentais para a formulação de políticas de saúde baseadas em evidências. O individualismo exacerbado e o consumismo impulsionam a medicalização da vida, transformando questões sociais em problemas médicos e sobrecarregando os sistemas de saúde. A crise de legitimidade do Estado e a colonização pelo mercado global dificultam a governança em saúde, enquanto a desinformação mina a confiança do público e a adesão a medidas preventivas.

Nos serviços de saúde, especialmente em hospitais, observa-se uma reconfiguração da relação profissional-paciente, com maior ênfase na autonomia e tomada de decisão compartilhada, mas também uma desumanização potencial pela fragmentação e lógica da eficiência da incorporação tecnológica em saúde aliada à super-especialização. O corpo, transformado em mercadoria estética, gera demandas por procedimentos cosméticos que desviam recursos e “patologizam” o normal. A segurança do paciente é ameaçada pela “infodemia” e pela desconfiança nas autoridades de saúde, enquanto o controle de infecções enfrenta novos desafios como a resistência antimicrobiana e a necessidade de abordagens socio-comportamentais.

Diante desse cenário complexo, este artigo propõe estratégias que incluem o fortalecimento da gestão autônoma da medicação, a promoção da alfabetização em saúde, a integração de abordagens holísticas e humanizadas, e a inovação no controle de infecções. A saúde coletiva é reafirmada como um campo de resistência à lógica pós-moderna predatória, buscando a equidade, a solidariedade e a participação social para construir um futuro mais saudável e justo.

1. A Pós-Modernidade e o Cenário da Saúde

A transição para a pós-modernidade, consolidada a partir da segunda metade do século XX, marca uma reavaliação e esgotamento do projeto da modernidade.1 Essa era reconfigura as bases sociais, culturais, filosóficas e epistemológicas, impactando a compreensão do mundo e a abordagem da saúde.

1.1. Definição e Características Essenciais da Pós-Modernidade: Crise das Metanarrativas, Relativismo e Fragmentação

A pós-modernidade desintegra a racionalidade global em “mini-racionalidades”, questionando noções clássicas de verdade, razão, identidade e progresso.1 A ciência, antes vista como via para a verdade absoluta, é agora percebida como falível e provisória.3 O relativismo prevalece, onde “tudo é relativo” e passageiro, gerando “vazio” e tédio, e priorizando a satisfação pessoal sobre a solidariedade.3

O sujeito pós-moderno é fragmentado, em busca constante de reconstituição, com identidades fluidas e múltiplas.2 Esse individualismo exacerbado dificulta a convivência coletiva.10 A desintegração das metanarrativas e o ceticismo científico1 minam a base do conhecimento em saúde pública, criando um ambiente de “pós-verdade” 9 onde a desinformação prospera, impactando a confiança pública e a adesão a medidas preventivas. A fragmentação do sujeito e a crise de identidade 2 resultam em sofrimento psíquico 12, exigindo abordagens de saúde mental mais individualizadas.

1.2. A Transição da Modernidade para a Pós-Modernidade: Implicações Sociais e Culturais

A modernidade (século XVI em diante) alicerçou-se na razão e no progresso.22 Contudo, o século XX, com guerras e catástrofes, gerou descrença nas promessas modernas e niilismo.2 A pós-modernidade, ou “hipermodernidade” 23, exacerba valores modernos como o individualismo e o consumo, resultando em uma cultura do excesso e do efêmero.22

Socialmente, há enfraquecimento das políticas de classe e surgimento de novos movimentos sociais (ecologia, feminismo).1 A globalização, impulsionada pela tecnologia, interliga o mundo, mas intensifica a exclusão social, desemprego e pobreza 10, criando um ambiente onde a saúde se torna privilégio, não direito. A experiência religiosa se reconfigura para uma busca individualizada, criticando instituições.29 As relações humanas são impactadas pela sociedade da imagem, que mercantiliza a existência 31, e pela sociedade do conhecimento, que, embora promova liberdade, aumenta riscos e insegurança.31 A fragilização do laço social e a perda de solidariedade 13 comprometem a saúde coletiva e a resposta a crises.

1.3. O Contexto da Saúde na Era Pós-Moderna: Desafios e Oportunidades

Na saúde, a pós-modernidade é marcada por uma crise de paradigmas, questionando a capacidade da ciência tradicional de explicar a complexidade do mundo.3 Isso exige uma “nova ciência” baseada na pluralidade e subjetividade, buscando um “conhecimento prudente para uma vida decente”.7 Desafios incluem epidemias, acesso desigual, doenças crônicas, envelhecimento, resistência antimicrobiana e saúde mental.36 A enfermagem, por exemplo, transita para um cuidado integral e humanizado.34 A crise de paradigmas 3 desafia a medicina, exigindo abordagens mais holísticas e socialmente informadas. Apesar dos desafios, a pós-modernidade oferece oportunidades para uma saúde mais adaptativa e centrada no ser humano, promovendo autonomia e participação ativa do paciente.37

2. Conceito e Origens da Pós-Modernidade

2.1. Definição de Pós-Modernidade e Pós-Modernismo

O termo “pós-modernismo” surgiu na arte (1959-1980) como reação ao modernismo 39, estendendo-se às ciências humanas a partir dos anos 1970.40 Jean-François Lyotard popularizou “pós-moderno” em 1979, descrevendo o estado da cultura após transformações nas “regras dos jogos de linguagem” da ciência e arte, e a falência dos “metarrelatos” (grandes narrativas ideológicas).41 O pós-modernismo, em arte, é genérico para movimentos do final do século XX, que rompem com o rigor modernista, mas incorporam elementos do passado com ecletismo.43 Essa transição da arte para as ciências humanas indica que as mudanças estéticas refletem mutações sociais e epistemológicas mais profundas.

2.2. Distinção entre Modernidade e Pós-Modernidade

A modernidade (século XVI em diante) valorizou a razão, o progresso linear e o indivíduo autônomo.22 A pós-modernidade, em contraste, questiona essa confiança na razão e nas grandes narrativas.41 Lipovetsky a vê como “hipermodernidade”, uma exacerbação dos valores modernos, resultando em cultura do excesso e do efêmero.23 Bauman a descreve como “Modernidade Líquida”, onde os preceitos sólidos se “derreteram”, dando lugar à fluidez e inconstância.23

Tabela 1: Comparativo Modernidade vs. Pós-Modernidade

Característica Modernidade (Século XVI – Meados do Século XX) Pós-Modernidade (Meados/Final do Século XX em diante)
Período Século XVI em diante Meados/Final do Século XX em diante
Valores Centrais Razão, Progresso, Universalismo, Certezas Relativismo, Fragmentação, Individualismo, Incertezas
Visão do Indivíduo Sujeito unificado, autônomo e racional Sujeito fragmentado, múltiplo, narcisista
Papel das Instituições Fortes, estruturantes, legitimadoras Esvaziadas, enfraquecidas, questionadas
Natureza da Sociedade Sólida, estruturada, coesa Líquida, fluida, em constante mudança
Características Artísticas/Culturais Ruptura radical, busca pelo novo, autenticidade Pastiche, ecletismo, intertextualidade, arte sobre arte

2.3. Fatores Contribuintes para a Origem

A pós-modernidade surge da desilusão com as promessas da modernidade. O século XX, com guerras mundiais, genocídios e armas de destruição em massa, expôs o “mau uso da razão”, abalando a confiança no progresso iluminista.2 O consumismo, mediado pela mídia, redefiniu valores.40 A crise dos “metarrelatos” (marxismo, cristianismo) levou à perda de credibilidade das verdades universais, abrindo espaço para fragmentação e relativismo.42 Essa desilusão gerou um terreno fértil para o relativismo epistemológico e moral, onde a “pós-verdade” pode equiparar emoções a fatos, facilitando a manipulação ideológica.9

2.4. Principais Pensadores e Suas Ideias Centrais

A pós-modernidade é moldada por intelectuais que criticaram os pilares da modernidade.

Tabela 2: Principais Pensadores da Pós-Modernidade e Suas Contribuições Centrais

Pensador Conceito(s) Chave Principal(is) Obra(s) de Destaque
Jean-François Lyotard Metarrelatos, Condição Pós-Moderna, Falência das Grandes Narrativas A Condição Pós-Moderna (1979)
Gilles Lipovetsky Hipermodernidade, Sociedade do Hiperconsumo, Narcisismo A Era do Vazio (1983)
Zygmunt Bauman Modernidade Líquida, Sociedade de Consumo, Efemeridade das Relações Modernidade Líquida (2000)
Michel Foucault Micropolítica do Poder, Sociedade Disciplinar, Genealogia do Saber Vigiar e Punir (1975)
Jacques Derrida Desconstrução, Indeterminação do Significado, Gramatologia Da Gramatologia (1967)
Fredric Jameson Lógica Cultural do Capitalismo Tardio, Pastiche, Esquizofrenia Cultural Pós-modernismo ou a Lógica Cultural do Capitalismo Tardio (1991)

Esses pensadores expressaram desencanto com a razão técnico-científica, que falhou em enriquecer a vida e libertar os indivíduos, resultando no fracasso das promessas da modernidade.44

3. Características do Pós-Modernismo e Seus Impactos nas Pessoas

A pós-modernidade influencia a experiência humana, redefinindo subjetividade, expectativas, relações e crenças.

3.1. Impactos sobre a Subjetividade e a Identidade

A subjetividade pós-moderna é “ultrafragmentada”, isolando indivíduos apesar do excesso de informação.14 A segurança é trocada por prazer imediato, gerando uma sociedade hedonista e imagética.14 A identidade é pautada no consumo, transformando tudo em mercadoria e afastando o indivíduo do interesse público, resultando em “deserção social”.14 A realidade se torna virtual, e o indivíduo, em busca de satisfação a curto prazo, adquire uma “identidade sincrética”, sem centro fixo.14

A crise de identidade é um deslocamento e fragmentação do indivíduo moderno, onde os referenciais de pertencimento entram em crise.16 A identidade se torna uma questão a ser compreendida pelo próprio indivíduo, que vê seu descentramento como característica social.16 A fantasia de uma identidade unificada é substituída pela ideia de um sujeito vazio ou com múltiplos centros de poder, mas que pode articular novos centros.16 Esse deslocamento tem caráter positivo ao desestruturar identidades passadas e permitir o surgimento de novas.16 A literatura retrata essa fragmentação em personagens que rompem com normas sociais e buscam identidade em um mundo incerto.2 Para Stuart Hall, o homem pós-moderno é fragmentado e busca reconstituir-se, à medida que “velhas identidades” declinam.2

3.2. Impactos sobre as Expectativas Pessoais

A fragmentação na pós-modernidade afeta as expectativas pessoais pela perda de profundidade individual e redefinição de tempo e espaço.17 Jameson descreve a pós-modernidade pela perda de profundidade individual, implicando multiplicidade e constante mudança, levando a expectativas de flexibilidade e adaptabilidade, onde a identidade é construída e reconstruída continuamente.17 A busca por uma única identidade é substituída pela aceitação de múltiplas facetas, influenciando carreira e auto-realização.17

As noções de tempo e espaço são diferentes: indivíduos vivem o presente, e o entendimento linear da história se perde.17 Isso desvaloriza o planejamento de longo prazo, focando na gratificação imediata e na exploração de oportunidades sem trajetória predefinida.17 A aceleração em tudo cria expectativa de constante novidade, levando à impaciência com a estagnação.17 A emoção é central, permitindo maior liberdade para expressar sentimentos e identidades.17 Contudo, a fragmentação pode levar a menor coesão social e maior ênfase na autonomia individual, resultando em isolamento ou necessidade de redes de apoio fluidas.17 Projetos de vida de jovens são marcados por incertezas, levando a planos de curto prazo e percursos complexos.32 O “presente estendido” permite escolhas e projeções a curto prazo diante da inconsistência.32

3.3. Impactos sobre as Relações Humanas

A sociedade da imagem e do conhecimento impacta as relações humanas. A mídia cria um universo de ilusão, onde o “hiper-real” substitui a experiência vivida, e tudo é mercantilizado, impulsionando vidas dedicadas ao consumo.31 A cultura da imagem suplantou a literária, colonizando o inconsciente pelo mercado e produzindo “tipos de pessoas” que incorporam o espetáculo, principalmente nas redes sociais.31 A linguagem televisiva fragmenta o sujeito, e a ausência de historicidade leva ao desmonte das grandes narrativas.31

A sociedade do conhecimento, por sua vez, torna indivíduos especialistas que filtram informações, implicando postura ativa e rejeição da ideia de comportamento humano incontrolável.31 A reflexividade confere maior liberdade, mas também responsabilidade pela invenção da política e sociedade, com resultados incertos.31 A pós-modernidade dificulta o pensamento e a ação social ao desconstruir conceitos-chave e questionar metanarrativas.45 Há predominância do irracional, com instabilidade de significados e relativismo radical.45 O individualismo afeta a formação de identidades, tornando-as frágeis e temporárias, influenciadas pela mídia e consumo.18 Essa ênfase no individualismo leva à “privatização” de crenças e valores, e Bauman descreve a modernidade atual como “líquida e fluida”, onde a individualidade é uma fatalidade.18

3.4. Impactos sobre Crenças e Perspectivas de Vida

Na pós-modernidade, a experiência religiosa e as crenças são afetadas pela ruptura epistemológica, reconfigurando o papel da religião.29 O colapso das utopias modernas e um “vazio de sentido” levaram a um “revival” do religioso, focado na experiência individual e na busca por uma “religião sem religião” que critica as mediações institucionais.29 A prioridade se desloca para a experiência religiosa do indivíduo, que prescinde de aparatos sacerdotais, focando na relação pessoal com o sagrado.29 Isso leva a “novos movimentos religiosos” plurais, valorizando a espiritualidade na natureza (neopaganismo).29

A vida cotidiana apresenta desafios de incerteza e indeterminação, com tecnologias eletrônicas saturando o indivíduo e programando seu cotidiano.13 A sociedade de consumo personalizado reduz o sujeito ao prazer, levando a insegurança, pressão psicológica e ausência de valores, resultando em vazio.13 O individualismo exacerbado forjou um narciso autocentrado, focado em prazeres a qualquer custo, em um mundo competitivo que inverte valores.13 Apesar dos desafios, a pós-modernidade oferece novas possibilidades e liberdades, como a convivência de estilos, benefícios tecnológicos e facilidade de comunicação, ampliando horizontes e permitindo novas sínteses.13

4. Reflexões sobre o Conceito de Verdade e Informações Científicas

4.1. O Conceito de Verdade na Pós-Modernidade

A crise de paradigmas na pós-modernidade influencia as Ciências Humanas, especialmente o Direito, manifestando-se como inconformismo social com conceitos e valores prevalecentes.3 O racionalismo iluminista, que defendia a razão como único meio de verdade, tornou-se insustentável.3 A visão otimista do iluminismo mostrou-se defasada com eventos como atentados e massacres, evidenciando a insuficiência da ideia de progresso.3 A “crise de paradigmas” significa uma ruptura com velhos paradigmas, gerando dúvidas sobre grandes interpretações e certezas científicas, questionando a universalidade da razão, tornando “tudo relativo e mutável”.3 No contexto pós-modernista, há abandono do reducionismo e do modelo quantitativo, abrindo espaço para fenômenos antes recusados pela ciência objetiva.3 A linguagem ganha importância, e a consciência da pré-compreensão entre sujeito e objeto leva ao diálogo como solução para desmistificar dogmas.3

4.2. A Ciência e a Crise de Paradigmas

A ciência na pós-modernidade é caracterizada por rupturas e crises paradigmáticas, levando a um debate sobre uma “nova ciência” em contextos relacionais e de complexidade.7 A mudança na relação sujeito-objeto contribui para a desmistificação da razão tradicional, exigindo uma teoria do conhecimento aberta à transversalidade e pluralidade metodológica.7 O pós-modernismo é visto como ferramenta ideológica na reestruturação do capital, diminuindo a crítica radical e corroborando interesses dominantes.8 Caracteriza-se pela rejeição do racionalismo iluminista, discursos desconectados de testes empíricos e um relativismo cognitivo e cultural que vê a ciência como “narração” ou “mito”.8 O relativismo epistemológico e o ecletismo metodológico expressam o irracionalismo e o subjetivismo crescentes na ciência e filosofia.8 Autores pós-modernos argumentam que descobertas científicas recentes (mecânica quântica, teorema de Gödel, teoria do caos) alteraram a natureza da ciência.8 Edgar Morin usa essas descobertas para fundamentar sua “reforma do pensamento”, criticando o “paradigma da simplificação” da cientificidade clássica.8

4.3. Desconfiança na Ciência e a Pós-Verdade

A crítica da modernidade e a crise de paradigmas se relacionam com a desconfiança na ciência na pós-modernidade ao questionar sua capacidade de explicar a totalidade da realidade e resolver problemas humanos.7 A ciência moderna, hegemônica desde o século XVIII, baseada em objetividade e racionalismo, levou a uma cisão entre natureza e ser humano, e a uma visão determinista do conhecimento.7 A crise do paradigma da modernidade tornou-se irreversível devido a uma revolução científica que revelou a fragilidade de seus pilares, fundamentada em condições teóricas (relatividade de Einstein, incerteza de Heisenberg, teoremas de Gödel, teoria das estruturas dissipativas) e sociológicas (industrialização da ciência, estratificação da comunidade científica, acesso universal à investigação).7

A “pós-verdade” interliga-se com o relativismo científico, questionando se a corrente pós-moderna, que postula a verdade como “marca no mercado de ideias”, está ligada ao aumento de notícias falsas e teorias como a Terra Plana.9 O termo “pós-verdade” (palavra do ano em 2016) refere-se a circunstâncias onde fatos objetivos têm menos influência na opinião pública do que apelos à emoção ou crença.9 Exemplos incluem negação das mudanças climáticas e teorias conspiratórias.9 A perda de credibilidade do conhecimento científico é um processo em andamento.9 O relativismo é a convicção de que a realidade não pode ser compreendida, levando à impotência para afirmar a verdade, baseando-se em “tudo é relativo”.11 A ideologia, por sua vez, cria uma interpretação absoluta da realidade, excluindo quem pensa diferente.11 Vivemos na era da “pós-verdade”, onde uma interpretação dos fatos é repetida até se tornar pensamento comum.11

5. Cuidados e Gestão de Saúde na Pós-Modernidade

5.1. Saúde Individual e Coletiva

Na pós-modernidade, a relação entre corpo, subjetividade e saúde é complexa, influenciada pela lógica do consumo e da imagem.12 O corpo é visto como modelável, um artifício para existir em uma sociedade imagética, e sua aparência saudável é marca de sucesso.12 Contudo, essa busca superficial gera vazio.12 Há uma “corpolatria” e exibicionismo, com foco no aprimoramento contínuo da imagem, recorrendo a cirurgias e dietas.12 A fragmentação do corpo em partes isoláveis o posiciona como mercadoria, e a ideia de um “corpo perfeito” é uma invenção estética que banaliza o corpo como objeto a ser modificado.12 A virtualidade das relações transforma o corpo imperfeito em perfeito no mundo virtual.12

5.2. Prevenção e Tratamento de Doenças: O Papel da Medicalização

A medicalização é um Sintoma Social Dominante (SSD) na pós-modernidade, transformando questões não médicas em problemas médicos, individualizando problemas coletivos e culpabilizando o indivíduo.41 Pessoas classificadas como “doentes” tornam-se “consumidoras” de tratamentos e medicamentos.41 A indústria farmacêutica impulsiona o consumo excessivo, e o uso de drogas lícitas para fins comportamentais gera efeitos colaterais e “patologiza” sentimentos.41 Para enfrentar a medicalização, o Paradigma Psicossocial (PPS) propõe a Gestão Autônoma da Medicação (GAM), empoderando usuários na decisão sobre o tratamento.42 O PPS defende uma concepção de saúde integral, humanizada e em rede.42

5.3. O Corpo como Protagonista e Suas Implicações para a Saúde

Na pós-modernidade, o corpo é protagonista da sociedade de consumo e cultura da imagem, visto como o mais desejado dos objetos.46 A biotecnologia questiona a dimensão do corpo humano, com a fusão corpo-máquina.46 A “estetização da realidade” mistura arte com consumo, transformando sentimentos em mercadorias.31 O corpo está onipresente na publicidade, moda e cultura de massas, substituindo a função ideológica da alma.46 O culto da imagem impulsiona uma indústria que leva à busca incessante pela “fonte da juventude” e uma beleza pautada pela magreza.46 Sob a capa da perfeição, ideais de beleza geram violência e repressão, materializando-se em doenças como anorexia e bulimia.12 A busca incessante pela perfeição física leva à insatisfação e ao investimento contínuo em modificações, exigindo disciplina e provocando ansiedade.47

5.4. Saúde Mental na Pós-Modernidade

Os desafios da vida moderna impactam a saúde mental na pós-modernidade. A demanda por respostas imediatas e a urgência dos processos moldam “sujeitos de urgência”, dificultando a reflexão.20 O uso excessivo de telas de TV, computador ou celular contribui para pensamento acelerado, estresse e excesso de informação, propagando notícias falsas.20 As sequelas da pandemia de Covid-19 (isolamento, falta de vínculos, incerteza) desencadearam uma crise de saúde mental global, com aumento de ansiedade generalizada e estresse pós-traumático.20 A ansiedade é considerada doença crônica da modernidade, com o Brasil liderando em número de pessoas ansiosas.19 A relação psicossomática e contemporaneidade é marcada por mudanças nas manifestações psicofisiológicas, resultantes da competitividade e exigência de alto desempenho, levando a padrões complexos de sintomas psicossomáticos.21

6. Impactos da Pós-Modernidade na Gestão de Políticas de Saúde Pública

A gestão de políticas de saúde pública é reconfigurada, enfrentando desafios de legitimidade e governança.

6.1. A Crise das Metanarrativas e o Relativismo na Formulação de Políticas de Saúde

A perda de credibilidade nas metanarrativas e o relativismo 2 questionam a universalidade da razão e da verdade, dificultando a formulação de políticas de saúde baseadas em consenso. O colapso das utopias modernas gerou um “vazio de sentido” e um “revival” do religioso focado na experiência individual, criticando instituições.29 O pensamento pós-moderno, ao negar causalidade e história, pode levar a pessimismo político e dificultar a compreensão das opressões.25 Se as metanarrativas são questionadas, a capacidade de construir consensos e implementar programas de saúde em larga escala é dificultada, levando a políticas fragmentadas e desengajamento da população. A fragmentação das lutas sociais 1 pode desviar o foco de abordagens universalistas, enfraquecendo a solidariedade para a saúde coletiva.

6.2. Individualismo, Consumismo e a Medicalização da Vida: Desafios para a Saúde Coletiva

O individualismo radicalizado na pós-modernidade torna a convivência coletiva quase impossível, com laços humanos efêmeros.10 O consumo emerge como escape para insatisfações, tornando-se a principal força propulsora da sociedade.10 A medicalização da vida, um Sintoma Social Dominante, transforma questões não médicas em problemas médicos, culpabilizando o indivíduo e impulsionando o consumo excessivo de medicamentos.41 O consumismo, “combustível” da pós-modernidade, é ávido e nunca satisfatório.26 A Internet das Coisas (IoT) intensifica impulsos consumistas, ditando necessidades.40 Essa lógica destrói a convivência e a empatia.27 O individualismo e consumismo geram vazio e angústia 12, e a medicalização oferece soluções simplistas, desviando a atenção de responsabilidades coletivas. O hiperconsumo tem impactos ecológicos devastadores, ameaçando a saúde coletiva.27

6.3. A Crise de Legitimidade do Estado e da Democracia: Implicações para a Governança em Saúde

A pós-modernidade é caracterizada pela erosão da capacidade de regulação nacional do mercado e pela fuga dos monopólios transnacionais ao controle estatal.1 O Estado nacional perde capacidade e vontade política para regular as esferas sociais.1 Há uma crise de legitimidade da democracia, com o surgimento de uma “oligarquia tecnocrática” e distanciamento entre sociedade e política.50 Partidos políticos perdem peso, ideologias se tornam fluidas, e o cidadão vira mero consumidor, impotente diante do mercado global.50 A globalização, “fábrica de perversidades” 10, intensifica exclusão social. O constitucionalismo liberal está em crise, com a constituição comprometida em sua essência.44 A perda de capacidade do Estado para regular o mercado 1 é um obstáculo crítico para a saúde pública, podendo levar a desfinanciamento e privatização. A redução da liberdade ao consumo e o esvaziamento da cidadania 44 dificultam a participação social em saúde e o controle social.

6.4. Desafios Éticos e a Politização da Saúde Pública

A pós-modernidade, com seu relativismo, pode levar à impotência para afirmar a verdade e à negação do óbvio.11 Ao questionar a razão moderna e a causalidade, pode naturalizar a sociabilidade capitalista e dificultar a crítica radical.8 A saúde pública pode ser desafiada a se redefinir como “escola de justiça”, buscando redistribuir a saúde pela riqueza, o que pode levar à politização excessiva e atribuição de diferenças de doenças a causas ideológicas.45 Críticas apontam risco de desviar o foco da responsabilidade pessoal e diluir recursos.45 O relativismo moral pode minar princípios universais como direitos humanos.52 A crise de paradigmas 3 e o relativismo 3 criam tensão ética, dificultando o equilíbrio entre evidências científicas e respeito a crenças culturais.45 A fragmentação dos movimentos sociais 1 e o pessimismo político 25 podem enfraquecer a mobilização pela equidade em saúde.

Tabela 3: Comparativo entre Paradigmas da Modernidade e Pós-Modernidade na Saúde Pública

Dimensão Modernidade Pós-Modernidade
Base Epistemológica Racionalismo, Universalismo, Metanarrativas Relativismo, Fragmentação, Mini-racionalidades
Conceito de Verdade Única, Absoluta, Objetiva Múltipla, Relativa, Subjetiva, Construída
Relação Estado-Sociedade Estado Forte, Regulador, Soberano Estado Fragilizado, Tecnocrático, Colonizado
Foco da Intervenção Controle e Cura, Doença, População Promoção, Prevenção, Bem-estar, Indivíduo e Coletivo
Relação Profissional-Paciente Paternalismo, Médico Detentor do Saber Autonomia, Tomada de Decisão Compartilhada, Diálogo
Papel da Ciência Autoridade Inquestionável, Progresso, Solução Questionada, Ceticismo, Pluralidade, Narrativa
Abordagem à Saúde Mental Biologização, Patologização, Individual Social, Subjetiva, Contextual, Desmedicalização
Responsabilidade pela Saúde Individual (doença), Estado (regulação) Coletiva e Individual (escolhas), Mercado
Visão do Corpo Máquina, Força de Trabalho Mercadoria, Imagem, Performance, Estética
Mobilização Social Classes Sociais, Grandes Ideologias Identidades Fragmentadas, Movimentos Específicos

7. Transformações nos Serviços de Saúde, com Foco em Hospitais

A pós-modernidade reconfigura a dinâmica dos serviços de saúde, alterando a relação profissional-paciente, as demandas de cuidado e a governança.

7.1. A Relação Profissional-Paciente na Era Pós-Moderna: Autonomia, Confiança e Tomada de Decisão Compartilhada

Na pós-modernidade, a medicina se torna mais compartilhada nas decisões com o paciente, relativizando o lugar do médico.53 A autonomia do paciente é central, e a tomada de decisão compartilhada envolve participação ativa e conjunta.54 Os princípios morais (autonomia, justiça, beneficência, respeito, dignidade) continuam a justificar a medicina.53 A relação médico-paciente é um espaço dialógico, onde “dois iguais em situações distintas” constroem o cuidado corresponsavelmente.53 A tecnologia e o acesso à informação pelo paciente 56 contribuem para a perda do monopólio da informação do médico e a diminuição da credibilidade.56 O paciente pós-moderno, com identidade fragmentada, torna-se mais informado e exigente.57 Ao questionar a autoridade 1, a pós-modernidade reconfigura a dinâmica de poder, promovendo autonomia e corresponsabilidade, mas podendo gerar tensões. A valorização da subjetividade 12 contrasta com a medicina objetiva, exigindo que profissionais desenvolvam empatia e comunicação para uma prática humanizada.53

7.2. O Corpo como Mercadoria e a Medicalização da Estética: Demandas e Pressões nos Serviços de Saúde

Na pós-modernidade, o corpo é objeto de modelação e consumo estético, uma “ferramenta” para reconhecimento.12 Há uma “corpolatria” e exibicionismo, com busca incessante pela aparência saudável, recorrendo a cirurgias e dietas.12 A busca por um ideal de beleza e juventude, impulsionada pela indústria e mídia, leva a consumo frenético de produtos estéticos.46 Essa dinâmica gera insatisfação e busca incessante por perfeição.47 A medicalização da estética transforma a beleza em aspiração de saúde, com avanços biomédicos legitimando essa busca.58 Isso impulsiona o crescimento de profissionais e serviços estéticos.49 O mercado oferece soluções estéticas para problemas existenciais, tornando-se instrumento de despolitização.49 A produção capitalista vende um ideal inalcançável de beleza para impulsionar o consumo.49 Ao transformar o corpo em consumo 12, a pós-modernidade desnaturaliza a experiência corporal. A busca por um ideal inatingível leva à patologização do normal e ao surgimento de transtornos psicológicos e alimentares.12 A demanda por serviços estéticos e a medicalização da beleza 49 pressionam os sistemas de saúde, desviando recursos e desafiando a equidade.

7.3. Fragmentação da Governança e da Prestação de Cuidados em Hospitais

A pós-modernidade, com ênfase na flexibilidade e ausência de certezas 34, reflete um social mutável onde normas e controle não se aplicam ao adoecimento e cuidado.34 Essa fluidez se manifesta na fragmentação da governança da saúde, focando nas partes sem apreciar o todo, resultando em ineficiência, ineficácia, desigualdade e comoditização.61 O sistema de saúde dos EUA é exemplo de fragmentação e custo.61 A medicalização da estética contribui para a fragmentação e instrumentalização do corpo.49 A perda da “grande metanarrativa” leva a uma visão da medicina como emprego, com imposição de protocolos por gerentes.62 DRGs e “clinical pathways”, embora visem eficiência, podem focar na doença em detrimento da individualidade do paciente.63 A busca por eficiência e a fragmentação da governança 61 desumanizam o cuidado, transformando o médico em técnico e o paciente em número.57 A superespecialização, exacerbada na pós-modernidade, dificulta uma “concepção mais unitária e integral da medicina”.56

7.4. A Saúde Baseada em Evidências e o Ceticismo Pós-Moderno

A pós-modernidade questiona a autoridade da ciência e da razão, gerando dúvidas sobre certezas científicas.3 O conhecimento científico é visto como falível e provisório.7 A “pós-verdade” é consequência do relativismo científico, onde fatos objetivos têm menos influência que emoção ou crença, levando à perda de credibilidade do conhecimento científico.9 A Medicina Baseada em Evidências (MBE), que valoriza o “conhecimento atual” e a objetividade, é vista como conceito modernista.63 O ceticismo pós-moderno questiona se a ciência e a tecnologia podem fornecer a “evidência” vital para a MBE.63 Há preocupações com viés na pesquisa e publicação, motivadas por alto perfil ou vendas farmacêuticas, não pela “melhor evidência”.63 O ceticismo pós-moderno 3 desafia a legitimidade da MBE. Se a “verdade” é relativa, a capacidade de convencer pacientes e formuladores de políticas a seguir diretrizes baseadas em evidências é comprometida, levando à desconfiança em tratamentos comprovados. As críticas sobre viés na pesquisa 63 exacerbam o ceticismo, exigindo transparência e integridade da comunidade científica.

8. Segurança do Paciente e Prevenção e Controle de Infecções no Ambiente Hospitalar e na Sociedade

A segurança do paciente e o controle de infecções são afetados pela informação, percepção de risco e desafios emergentes.

8.1. Desinformação em Saúde e seus Efeitos na Segurança do Paciente e Confiança nas Autoridades de Saúde

A desinformação em saúde, disseminada por mídias sociais, causa confusão, erode a confiança em fontes confiáveis, leva à não conformidade com diretrizes e incentiva comportamentos de risco.64 Exemplos incluem desinformação sobre vacinas, que aumentou a hesitação vacinal e recusa de tratamento.9 A desconfiança nos profissionais e no sistema de saúde é crescente, alimentada por escândalos e alto custo de medicamentos.65 Grupos marginalizados, com histórico de cuidados inferiores, desenvolvem uma “paranoia cultural saudável”.68 A medicalização da vida, ao “patologizar” sentimentos e individualizar problemas, contribui para a crença de que problemas são inerentes ao indivíduo e resolvidos por pílulas.41 A ansiedade, doença crônica da modernidade, é exacerbada pelo uso excessivo de telas, levando a estresse e busca por soluções medicalizadas.19 A “infodemia” compromete a segurança do paciente, pois a erosão da confiança na ciência 64 diminui a adesão a medidas preventivas, resultando em aumento de doenças evitáveis. A desconfiança, especialmente entre grupos marginalizados 68, exacerba iniquidades em saúde, exigindo que a saúde pública reconheça sua ligação com a justiça social.

Tabela 4: Impactos da Desinformação na Segurança do Paciente e na Confiança em Saúde

Dimensão Detalhes do Impacto
Causa da Desinformação Mídias sociais e plataformas não monitoradas, algoritmos que reforçam vieses, interesses econômicos.64
Consequências para o Paciente Confusão, não conformidade com diretrizes, comportamentos de risco (rejeição de vacinas, uso de remédios não comprovados).64
Consequências para a Saúde Pública Aumento de doenças evitáveis, complicações e mortes; enfraquecimento de estratégias de prevenção e tratamento.64
Impacto na Confiança Erosão da confiança em fontes de informação confiáveis e autoridades de saúde; aumento do ceticismo e desconfiança em profissionais médicos.64
Exemplos Hesitação vacinal (COVID-19, HPV), teorias da conspiração, falsas curas, desinformação sobre tratamentos.9

8.2. A Percepção de Riscos e a Adesão a Medidas Preventivas na Sociedade Pós-Moderna

A pós-modernidade, com seu relativismo e ceticismo, desafia a visão tradicional de risco como objetivo, argumentando que riscos são socialmente construídos e influenciados por tipologias culturais.70 A “sociedade de risco” gera “insegurança ontológica”, onde as pessoas perdem a certeza da continuidade da autoidentidade.31 Apesar dos “excessivos cuidados com a saúde”, há indisposição para vivenciar as dores da condição humana e urgência para evitar sofrimento.34 A adesão a medidas preventivas é influenciada pela percepção de risco, crença na imunidade natural e confiança nas autoridades.67 Se o risco é construção social 70, campanhas de saúde baseadas apenas em “fatos” podem ser ineficazes. A adesão é influenciada por crenças subjetivas e valores culturais 67, exigindo estratégias que abordem a complexidade da percepção de risco. A ênfase na autonomia individual 13 pode conflitar com a adesão coletiva a medidas preventivas, exigindo redefinição da cidadania em saúde.

8.3. Desafios no Controle de Infecções Hospitalares: Novos Patógenos e Resistência Antimicrobiana

Infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) continuam ameaça à segurança do paciente, aumentando morbidade, mortalidade e custos.71 Desafios incluem novos patógenos e resistência antimicrobiana, que tornam infecções difíceis de controlar.72 A resistência antimicrobiana é preocupação global crescente, com milhões de mortes anuais projetadas.72 Escassez de pessoal e burnout levam à negligência de práticas de higiene, resultando em taxas de infecção mais altas.72 Protocolos desatualizados também são obstáculo.72 A pesquisa qualitativa é crucial para entender questões comportamentais que afetam o controle de infecção, como adesão à higiene das mãos, e as motivações dos profissionais.73 A resistência antimicrobiana 72 reflete desconfiança na ciência 7, fragilidade da regulação global 1 e medicalização da vida.41 A persistência das infecções hospitalares 71 indica que o problema vai além de protocolos, exigindo abordagem holística que integre conhecimento técnico com subjetividade e mudança cultural.

8.4. O Papel da Subjetividade e da Pesquisa Qualitativa na Prevenção de Doenças e Cuidados em saúde

A subjetividade é um valor de poder criativo e produção de sentidos, manifestando-se na “movimentação de afetos” nas relações de cuidado.34 Os profissionais de saúde devem compreender os modos de subjetivação do sujeito contemporâneo, inserido em uma trama de modernidade, pós-modernidade e individualismo.34 A crise paradigmática leva à negação do paradigma da ordem e quantificação, substituindo-o pelo “do sentido e da compreensão”.34 A pesquisa qualitativa é fundamental para explicar questões comportamentais que afetam o controle de infecção, buscando entender o significado que as pessoas construíram e suas motivações.73 As perspectivas pós-modernas sobre doença mental desafiam a visão puramente médica, enfatizando a construção social das categorias, o papel do discurso e a influência da experiência vivida.74 A valorização da subjetividade e da experiência vivida 34 é crucial para um cuidado eficaz e humanizado, permitindo que profissionais compreendam motivações e percepções dos pacientes. As perspectivas pós-modernas revelam que categorias de doença mental são socialmente construídas, e o discurso dominante pode marginalizar vozes, exigindo reflexão crítica sobre poder e linguagem na prática da saúde mental.

9. Perspectivas e Impactos Sociais, Econômicos, Políticos e Ecológicos

9.1. Impactos Sociais: Consumo, Globalização e Fragmentação

A pós-modernidade e o consumismo afetam a sociedade globalizada, gerando fragilidade pessoal e dependência do mercado.10 A globalização, que interliga o mundo, busca uniformização e massificação, conflitando com o ego individual, e o consumo surge como escape.10 O relativismo e a perda de valores tradicionais são marcantes, com a figura divina relegada e tudo se tornando relativo e passageiro.10 O individualismo exacerbado leva à falta de solidariedade, com princípios morais substituídos por leis de mercado.10 A vida familiar se fragmenta, e o consumismo leva à “materialização do amor”.10 A globalização é acusada de intensificar a exclusão social, desemprego e pobreza, impondo-se como “fábrica de perversidades” 10, negligenciando valores culturais e sociais.

9.2. Impactos Econômicos: Mercado, Trabalho e Desigualdade

A pós-modernidade é caracterizada por um mercado de trabalho fluido e instável, onde a incerteza é instrumento de dominação pela precarização das garantias.26 Pessoas são pressionadas a renovar conhecimentos para não serem “deixadas para trás”.26 A individualidade é privilégio caro, determinado pelo poder de consumo, levando a uma sociedade onde a “exclusão” é estruturada.26 Há uma elite global em contraste com a miséria dos que não escapam da condição local.26 A Internet das Coisas (IoT) intensifica impulsos consumistas, fornecendo dados para o mercado ditar necessidades.40 A ansiedade dos consumidores é estímulo para o mercado, que explora essa fragilidade com promessas de reduzir a sensação.40 A aquisição de produtos incita novos desejos, e a “vida líquida” leva ao descarte rápido de bens.40

9.3. Impactos Políticos: Crise do Estado e da Democracia

A transição para a pós-modernidade é percebida por uma sociedade que reduz seu universo político a um discurso de eficiência e individualismo, gerando crise para a cidadania.44 O formato do Estado Moderno e a constituição são questionados.44 A globalização diluiu os sentidos de luta de classes, fragilizando a sociedade civil e incorporando-a como gestora de uma sociedade caótica.44 O papel capitalista do Estado foi desfeito com sua desmoralização e privatização.44 A democracia pós-moderna é marcada por crise de legitimidade e crescente desigualdade social.50 Há um distanciamento entre sociedade e esfera política, afetando partidos e levando à apatia das massas e personalização do cenário político.50

9.4. Impactos Ecológicos: Hiperconsumo e Desafios Ambientais

A sociedade pós-moderna, com ritmo acelerado de mudança e liberdade individual, cria o consumidor sem limites, para quem “o consumo é a medida de uma vida bem-sucedida”.27 Esse ímpeto de consumo, impulsionado pela globalização e publicidade, destrói habilidades de convivência e entendimento mútuo.27 A insustentabilidade da sociedade tornou-se evidente na segunda metade do século XX, devido à industrialização descontrolada que poluiu ar e água.27 A pegada ecológica da humanidade ultrapassa a biocapacidade do planeta desde 1971, e projeções para 2050 indicam necessidade de dois planetas se o consumo atual for mantido.27 Os ricos são os que mais poluem, e suas multinacionais ditam padrões de hiperconsumo.27 A desigualdade social, amplificada pela pandemia, contribui para mortes diárias por falta de acesso à saúde, fome e crise climática.27 Para alterar esse sistema, é crucial um tratado internacional para gerir ecossistemas e revisitar o hiperconsumo, adequando-o ao bem-viver.27 A economia solidária pode reduzir o déficit de solidariedade.27

10. Recomendações e Estratégias para a Saúde Pública na Pós-Modernidade

A complexidade da pós-modernidade exige estratégias inovadoras para a saúde pública, focando em humanização, participação social e equidade.

10.1. Fortalecimento da Gestão Autônoma da Medicação e Promoção de Práticas Desmedicalizantes

A medicalização da vida é um Sintoma Social Dominante na pós-modernidade, impulsionado pela indústria farmacêutica e patologização de questões não médicas.41 É crucial fortalecer a Gestão Autônoma da Medicação (GAM), empoderando usuários nas decisões sobre tratamento.42 Estratégias incluem: diretrizes de desprescrição de psicofármacos; articulações intersetoriais para desmedicalizar o cuidado; fortalecimento das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) no SUS; e campanhas de comunicação sobre riscos do uso abusivo de psicofármacos.76 A desmedicalização é um imperativo ético e social, resistindo à lógica capitalista que transforma sofrimento em consumo.

10.2. Promoção da Alfabetização em Saúde e Combate à Desinformação

A desinformação em saúde, exacerbada por mídias sociais, causa confusão, erode a confiança e leva a comportamentos de risco.64 Para combater, é fundamental promover a alfabetização em saúde e restaurar a confiança. Estratégias incluem: programas para aumentar a alfabetização digital e em saúde; campanhas de comunicação massivas e baseadas em evidências; regulamentação de mídias sociais para abordar conteúdo prejudicial; treinamento de profissionais de saúde para guiar pacientes; e fomento à educação sobre autovalorização e pensamento crítico em currículos escolares.37 A alfabetização em saúde empodera o indivíduo para filtrar informações e tomar decisões informadas, combatendo a desinformação e reafirmando a agência individual.

10.3. Integração de Abordagens Holísticas e Humanizadas nos Cuidados de Saúde

A pós-modernidade exige uma visão holística e integral do sujeito, com o cuidado contextual, relacional e existencial.35 É fundamental promover a integração de abordagens holísticas e humanizadas que considerem o ser humano em seus elementos biopsicossociais e espirituais.53 Estratégias incluem: protocolos de tomada de decisão compartilhada; aumento do acesso dos pacientes a seus dados de saúde; treinamento de profissionais em empatia e comunicação; desenvolvimento de políticas que apoiem práticas centradas no paciente; reconhecimento da subjetividade do paciente; integração de humanidades em medicina; abordagem da medicalização da estética com foco no bem-estar geral; e promoção de ambientes de cura em hospitais através da estética e do design.34 A integração de abordagens holísticas e humanizadas é uma resposta à despersonalização do cuidado, restaurando a dimensão relacional e afetiva da medicina.

10.4. Estratégias Inovadoras para o Controle de Infecções em um Cenário de Desafios Emergentes

Os desafios no controle de infecções hospitalares incluem novos patógenos, resistência antimicrobiana, escassez de pessoal e protocolos desatualizados.72 É crucial adotar estratégias inovadoras e multifacetadas. Recomendações incluem: investimento em EPI de alta qualidade e treinamento da equipe; atualização de protocolos de prevenção; implementação de tecnologias inovadoras (UV-C, revestimentos antimicrobianos); utilização da pesquisa qualitativa para entender questões comportamentais; promoção de educação e treinamento contínuo em higiene das mãos; e consideração da economia solidária para reduzir impactos ecológicos que afetam a saúde global.27 A persistência dos desafios de controle de infecções indica que a solução vai além de avanços tecnológicos, exigindo uma abordagem que integre a dimensão socio-comportamental e promova uma cultura de segurança.

10.5. Desafios e Oportunidades para a Saúde Coletiva na Pós-Modernidade

A pós-modernidade apresenta desafios para a saúde coletiva, como fragmentação social, individualismo radical, crise de legitimidade do Estado e medicalização da vida.1 O individualismo desafia o foco populacional, priorizando interesses individuais.81 Para transformar desafios em oportunidades, a saúde coletiva deve buscar abordagem inclusiva e equitativa. Estratégias incluem: reafirmar a saúde como direito universal; fortalecer o SUS e a atenção primária; promover humanização e participação comunitária; abordar determinantes sociais da saúde; incentivar intersetorialidade e colaboração; construir unidade entre movimentos sociais; promover ética ambiental e consumo sustentável; e valorizar a pesquisa qualitativa.25 A saúde coletiva emerge como campo de resistência, defendendo a saúde como direito universal e promovendo solidariedade para um futuro mais justo.

Conclusões

A pós-modernidade reconfigura profundamente a saúde, desafiando certezas e pilares da modernidade. A crise das metanarrativas e o relativismo desestabilizam a ciência e a verdade, gerando desinformação e erosão da confiança. O individualismo e o consumismo impulsionam a medicalização, transformando problemas sociais em médicos e sobrecarregando sistemas. A fragilização do Estado e da democracia dificulta a governança em saúde, enquanto a desinformação mina a segurança do paciente. Nos serviços, a relação profissional-paciente se reconfigura, o corpo vira objeto de culto, e a fragmentação desumaniza o cuidado. Infecções hospitalares e resistência antimicrobiana persistem, exigindo abordagens holísticas.

A compreensão crítica da pós-modernidade é essencial para identificar mecanismos de fragmentação e desigualdade. É imperativo buscar novas formas de coesão social, resgatar a coletividade e desenvolver abordagens holísticas para a saúde. A superação dos desafios reside na capacidade de construir um futuro que, embora reconheça a complexidade e a pluralidade, não abra mão de valores éticos, justiça social e responsabilidade coletiva. A saúde pública, nesse contexto, é um campo de resistência e reinvenção, buscando o bem-estar e a equidade para todos.

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Autoria:

Antonio Tadeu Fernandes:

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