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P.R.I.D.E. — prevenção de exposições a doenças infecciosas respiratórias

A prevenção de exposições a doenças infecciosas respiratórias (Preventing Respiratory Infectious Disease Exposures – P.R.I.D.E) é uma estratégia para redução da incidência de exposições ocupacional entre trabalhadores de saúde por meio da preparação de enfermeiros para identificar e isolar pacientes potencialmente infecciosos. Este projeto encorajou enfermeiras a identificar e isolar rapidamente pacientes potencialmente infecciosos na sala de emergência, para prevenir exposições a doenças transmissíveis pelo ar e por gotículas, incluindo influenza, coqueluche, meningite, tuberculose e sarampo.

Qual a justificativa do estudo?
A recente e crescente quantidade de pessoas – entre as quais pais e profissionais de saúde – que negam a vacinação e/ou dose de reforço tornou mais uma vez relevantes doenças consideradas erradicadas. Pacientes potencialmente infectados no pronto-socorro (ER) são um risco a saúde dos profissionais de saúde, pacientes e visitantes. A prevenção de exposições a doenças infecciosas respiratórias (Preventing Respiratory Infectious Disease Exposures – P.R.I.D.E) é uma estratégia para redução da incidência de exposições ocupacional entre trabalhadores de saúde por meio da preparação de enfermeiros para identificar e isolar pacientes potencialmente infecciosos.

Qual o objetivo do estudo?
Este projeto encorajou enfermeiras a identificar e isolar rapidamente pacientes potencialmente infecciosos na sala de emergência, para prevenir exposições a doenças transmissíveis pelo ar e por gotículas, incluindo influenza, coqueluche, meningite, tuberculose e sarampo.

Qual metodologia foi empregada?
O estudo teve design quasi-experimental com modelo pré e pós-intervenção, e uma abordagem quantitativa, para avaliar a prevenção de exposição ocupacional relacionada a doenças transmitidas pelo ar ou por gotículas (e.g. tuberculose, coqueluche, gripe e sarampo). Foram implementadas as precauções de isolamento empírico do CDC – guidelines de 3 páginas para rápida identificação de sintomas e determinação de medidas preventivas a serem adotadas – para reduzir o risco de exposição ocupacional a essas doenças.
O estudo foi realizado no departamento de emergência de um hospital de cuidados agudos de 300 leitos no norte da Califórnia e que atende a populações pobres e vulneráveis na região. No hospital em questão o primeiro ponto de contato do paciente com o sistema de saúde são enfermeiros, parte de um programa chamado “First Nurse”, e que foi implementado inicialmente com o objetivo de identificar e transferir imediatamente paciente com dor no peito a unidade especializada. Oitenta enfermeiros receberam treinamento sobre a nova intervenção e tornaram-se responsáveis pela identificação e isolamento precoce de pacientes com sinais e sintomas de doenças transmitidas pelo ar ou por gotículas

Quais os principais resultados?
Foram utilizadas as recomendações do Expo Stop para calcular as taxas de exposição, ou seja, a taxa de exposição foi calculada considerando o número de exposições dividida pelo número de funcionários de tempo integral e multiplicado por cem. Oito enfermeiras do ER relataram uma exposição à saúde ocupacional, pré-intervenção no trimestre 2 de 2019, em comparação com zero exposições à saúde ocupacional, pós-intervenção no trimestre 3 de 2019. Foram realizadas análises estatísticas comparativas nos diferentes trimestres do período de estudo.

Quais as conclusões e recomendações finais?​
O projeto de prevenção de exposições a doenças infecciosas respiratórias reduziu as exposições ocupacionais no pronto-socorro. Os resultados são encorajantes para os responsáveis por prevenção de infecção a adaptar as precauções de isolamento de transmissão empírica do CDC em salas de emergência e prevenir exposições a doenças transmitidas pelo ar e por gotículas. O estudo elucida também que um aspecto fundamental para a intervenção é a educação e suporte contínuo aos profissionais.

Quais as limitações do estudo?
Os autores ressaltam que a generalização dos achados para outros hospitais deve ser realizada com caução já que cada hospital tem um nível particular de risco e de preparação para conter doenças aéreas e transmitidas por gotículas. Outra potencial limitação foi a escassez de documentação e de observação direta para determinar a competência no isolamento e das técnicas de quarentena. Além disso foi utilizada amostragem por conveniência e o estudo perdurou por um tempo relativamente curto.

Que críticas e observações finais?
O estudo parte de premissas interessantes e apresentou resultados positivos; contudo, assim como ressaltado pelos próprios autores, o tempo de análise foi curto e pouca documentação foi produzida. Vemos a partir desse artigo a importância de elaborar um estudo bem estruturado, com metodologia adequada e que assim permita resultados sólidos. Aqui, os resultados apresentados são ainda relevantes, mas outros estudos devem ser realizados para considerar a P.R.I.D.E. como uma estratégia eficaz com base em evidências.

Fonte: Cole J, Gambone J, Bernard E. P.R.I.D.E. – preventing respiratory infectious disease exposures: An improvement project in a North Californian emergency room. Am J Infect Control. 2021 Feb; 49(2):174-178.
Sinopse por: Maria Julia Ricci

Contato: [email protected]

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