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Onde Fixar a Sonda Vesical em Pacientes do Sexo Masculino: Abdômen versus Raiz da Coxa

fixação de sonda vesical

Será esta uma polêmcia ja resolvida ou a indicação depende da experiência da enfermagem e condições do paciente?

OBS: para melhor visualização da tabela, sugerimos a leitura deste artigo na formato paisagem do celular ou em computadore ou tabletes.

FAQ — Fixação de sonda vesical no homem: abdômen ou raiz da coxa?

1) Qual é a pergunta do artigo — e a resposta honesta?
A pergunta é: onde fixar a CVD no homem — abdome ou raiz da coxa? O artigo conclui que ambos são aceitáveis, desde que a fixação elimine tração e angulações na uretra. A escolha deve ser individualizada (anatomia, mobilidade, indicação e técnica de quem fixa). → Ler o artigo
Referências: CCIH+ (síntese e recomendações). (CCIH Cursos) • EAUN 2024 (segurar em abdome nos homens; perna nas mulheres). (nurses.uroweb.org) • SUNA (fixar em coxa superior ou abdome sem tensão). (suna.org)

2) Existe consenso entre diretrizes?
Não completo. EAUN 2024 sugere abdome nos homens e perna nas mulheres; já SUNA e materiais práticos aceitam coxa ou abdome se sem tração e com pênis orientado cefálico. O CDC exige estabilização como parte do pacote CAUTI, mas não fixa um lado (foco é evitar tração e manter sistema fechado). → Ler o artigo
Referências: EAUN 2024. (nurses.uroweb.org) • SUNA (técnica masculina; coxa ou abdome). (suna.org) • CDC CAUTI (resumo/guia). (CDC)

3) O que diz a evidência comparativa direta?
No estudo de Zhu et al. 2020, em homens acamados no pós-operatório urológico, fixar na coxa teve menos dor uretral, secreção e hiperemia/edema de meato do que fixar no abdome; ambas foram melhores que não fixar. Ou seja: técnica e tempo superam “tradição”. → Ler o artigo
Referências: CCIH+ (análise dos achados). (CCIH Cursos) • Zhu 2020 (comparativo dos sítios). (PMC)

4) Quais complicações a fixação correta previne?
CAUTI, trauma/erosão uretral (incluindo CAMPI), espasmos, migração e até auto-remoção acidental. O risco sobe quando há movimento/tração do conjunto. → Ler o artigo
Referências: CCIH+ (cascata de eventos com má fixação). (CCIH Cursos) • CDC CAUTI (prevenção & complicações). (CDC)

5) Quando tender ao abdome?

  • Acamados com pouca mobilidade (menor risco de tração por movimentos dos MMII).
  • Pós-op de hipospádia (evidência de menor deiscência se pênis/cateter fixados ao hipogástrio).
    Se usar abdome, garanta curva suave e sem tensão — “levanta” o pênis, evitando ângulo peno-escrotal. → Ler o artigo
    Referências: CCIH+ (racional anatômico + hipospádia). (CCIH Cursos) • Atan 2020 (hipospádia: fixação abdominal reduz deiscência). (CCIH Cursos)

6) Quando tender à raiz da coxa?

  • Pacientes móveis/ambulatoriais (melhor conforto e discrição).
  • Quando há histórico de dor meatal/uretral com fixação abdominal.
  • Cenários com risco de erosão meatal: diretrizes pediátricas/gerais sugerem coxa (ou abdome) com curva suave ao fêmur para evitar pressão no meato. → Ler o artigo
    Referências: CCIH+ (vantagens da coxa e conforto). (CCIH Cursos) • RCH Melbourne (macho: coxa ou abdome, evitar erosão meatal). (Royal Children’s Hospital)

7) Técnica: como posicionar pênis e cateter para coxa sem “quebrar” a uretra?
Direcione o pênis cefálico (ou ao longo da coxa, curva ampla), fixe sem tensão e deixe folga para marcha/transferências. O objetivo é não acentuar o ângulo peno-escrotal. → Ler o artigo
Referências: CCIH+ (técnica e “curva suave”). (CCIH Cursos) • SUNA (pênis voltado à cabeça; fixar em coxa superior ou abdome). (suna.org)

8) Fita, “strap” ou estabilizador adesivo — o que funciona e é seguro?
Evite fita comum (MARSI, instabilidade). Prefira estabilizadores projetados para CVD (adesivos ou tiras não constritivas), sempre checando pele/aderência. O pior método é o que gera tração. → Ler o artigo
Referências: CCIH+ (dispositivos e riscos). (CCIH Cursos) • Revisão prática (fixation minimiza tração; coxa ou abdome). (UCC Today)

9) E CAUTI? Fixar ajuda mesmo ou é só “capricho”?
Ajuda, porque reduz micromovimentos/tração, queda de auto-remoções e quebras do sistema — pré-requisito para o bundle. Pense: fixação boa = sistema fechado estável. → Ler o artigo
Referências: CDC CAUTI (práticas-núcleo e manutenção do sistema). (CDC) • Material de implementação (CA). (cdph.ca.gov)

10) KPI de realidade (para evitar autoengano)

  • % de fixações sem tração (checagem observacional).
  • Eventos de auto-remoção/tração acidental por 1.000 cateter-dias.
  • Lesão meatal/uretral (CAMPI) por 1.000 cateter-dias.
  • Taxa CAUTI (NHSN) e tempo até retirada.
    Meta: reduzir tração; zerar erosão meatal evitável. → Ler o artigo
    Referências: CCIH+ (complicações & foco em tração). (CCIH Cursos) • CDC NHSN CAUTI (métricas/definições 2025). (CDC)

11) Domicílio e reabilitação: muda algo?
Sim: mobilidade e conforto social pesam mais — a fixação na coxa com bolsa de perna costuma ser melhor aceita, desde que sem tração e com educação (higiene, troca de bolsa, posicionamento). → Ler o artigo
Referências: CCIH+ (conforto/mobilidade). (CCIH Cursos) • SUNA (estabilização; dispositivos e educação). (suna.org)

12) Regra de bolso, sem firula:

  • Sem tração, nunca.
  • Acamado/pós-hipospádia? Tende a abdome (hipogástrio) — técnica impecável.
  • Móvel/doendo no meato? Tende à coxa com curva suave e pênis cefálico.
  • Dispositivo de fixação dedicado > fita comum.
  • Reavalie ao longo da internação: o melhor sítio pode mudar com a condição do paciente. → Ler o artigo
    Referências: CCIH+ (recomendações práticas). (CCIH Cursos) • EAUN 2024; SUNA; RCH (opções válidas e técnica). (nurses.uroweb.org, suna.org, Royal Children’s Hospital)

1. Introdução

A cateterização vesical de demora (CVD) em pacientes do sexo masculino é um procedimento frequentemente realizado em diversos contextos clínicos. Apesar de sua utilidade, a CVD é um procedimento invasivo que acarreta riscos significativos, incluindo infecções do trato urinário associadas ao cateter (ITU-AC), trauma uretral, dor e desconforto.1 Nesse cenário, a técnica de fixação do cateter emerge como um componente crucial do cuidado, visando minimizar o movimento do cateter, a tração sobre a uretra e a bexiga, e, consequentemente, reduzir a incidência de complicações.2 A não estabilização adequada do cateter pode levar a uma cascata de eventos adversos, como migração do cateter, contrações involuntárias do detrusor, espasmos vesicais dolorosos, extravasamento de urina, dor significativa, e até mesmo a autoexpulsão do cateter com o balão ainda insuflado, resultando em trauma uretral e do colo vesical, podendo evoluir para necrose tecidual e um risco substancialmente aumentado de ITU-AC.2

Historicamente, a prática clínica tem divergido quanto ao local ideal para a fixação da sonda vesical em homens. A fixação na região abdominal, especificamente no hipogástrio, tem sido a recomendação tradicional para o sexo masculino.5 Em contraste, para pacientes do sexo feminino, a fixação na face interna da raiz da coxa é a prática mais comum e frequentemente recomendada.7 Contudo, diretrizes mais recentes e estudos contemporâneos começam a apresentar uma visão mais flexível, sugerindo que ambos os locais – abdômen ou coxa – podem ser considerados para pacientes masculinos, contanto que a fixação seja realizada de maneira a minimizar a tensão sobre o cateter e a uretra.3

Esta aparente evolução nas recomendações e a persistência de práticas variadas indicam que a questão do local de fixação ideal transcende uma simples escolha geográfica. Reflete, na verdade, uma busca contínua pela otimização do cuidado ao paciente e pela minimização da iatrogenia associada a um procedimento tão disseminado. A variabilidade observada nas diretrizes, que por vezes oferecem recomendações genéricas como “coxa ou abdômen” ou apresentam justificativas diversas, sugere uma ausência de consenso científico robusto, impulsionando a necessidade de análises aprofundadas como a proposta nesta sinopse. A “tradição” da fixação abdominal em homens, frequentemente justificada por considerações anatômicas específicas, como a proteção do ângulo peno-escrotal, pode estar sendo desafiada por novas evidências que ponderam outros fatores cruciais, incluindo o conforto do paciente e a incidência de diferentes tipos de complicações uretrais, não se limitando àquelas estritamente relacionadas ao ângulo peno-escrotal.

O presente relatório tem como objetivo principal analisar criticamente as evidências científicas disponíveis sobre os prós e contras da fixação da sonda vesical no abdômen versus na raiz da coxa em pacientes do sexo masculino. Busca-se, com isso, fomentar um debate científico informado, considerando aspectos como conforto do paciente, mobilidade, risco de complicações (incluindo trauma uretral, infecção, lesão cutânea, acotovelamento do cateter, deslocamento e, potencialmente, trombose venosa profunda) e a facilidade de cuidado, com base nas informações disponíveis.

2. Fixação Abdominal da Sonda Vesical em Pacientes Masculinos

A fixação da sonda vesical na região abdominal em pacientes do sexo masculino é uma prática tradicionalmente recomendada, ancorada em racionalidades anatômicas e clínicas específicas.

Fundamentação

A principal justificativa para a fixação abdominal reside na anatomia masculina. Recomenda-se a fixação no hipogástrio para prevenir a pressão excessiva do cateter e seu sistema de drenagem sobre o ângulo peno-escrotal, uma curvatura natural que pode ser vulnerável a lesões por pressão se o cateter for tracionado inferiormente.6 A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Brasil, por exemplo, orienta a fixação correta do cateter no hipogástrio em homens com o intuito de evitar traumas uretrais.5 Essa abordagem visa também prevenir a necrose na junção uretro-peniana-escrotal, que pode ser causada pela pressão prolongada do cateter nessa área sensível.4

Em contextos clínicos particulares, como o período pós-operatório de cirurgias de hipospádia, a fixação da glande do pênis e do cateter uretral à pele da região inferior do abdômen é uma técnica empregada para reduzir significativamente o risco de deiscência da ferida cirúrgica. Essa imobilização diminui a pressão sobre a linha de anastomose e estabiliza o local operado, promovendo melhores condições de cicatrização.14 Alguns autores também advogam a fixação na parede abdominal inferior para minimizar a pressão exercida sobre a uretra posterior.15 Igawa et al., citados por Wilson 16, sugerem a fixação abdominal em homens como medida preventiva contra danos por pressão uretral e o desenvolvimento de hipospádia iatrogênica, embora observem que tal método seria mais apropriado para pacientes acamados.

Vantagens

A fixação abdominal oferece vantagens teóricas e observadas em contextos específicos:

  • Redução de Complicações Uretrais Específicas: Ao direcionar o pênis cefalicamente, a fixação abdominal pode proteger o ângulo peno-escrotal e a uretra pendular de pressões e trações inadequadas que poderiam ocorrer com outros métodos de fixação, caso o posicionamento peniano não seja cuidadosamente mantido.
  • Estabilidade em Pacientes Acamados: Para pacientes com mobilidade restrita, a fixação abdominal pode oferecer um ponto de ancoragem mais estável, minimizando o risco de tração acidental durante movimentações no leito.16 No entanto, é importante notar que um estudo de Zhu et al. 4 encontrou que, para pacientes acamados no pós-operatório urológico, a fixação adicional na coxa foi preferível à fixação na parede abdominal para a redução de sintomas do trato urinário inferior associados ao cateter (CALUTS).
  • Benefícios Pós-Cirúrgicos Comprovados: No cenário da cirurgia de correção de hipospádia, a fixação abdominal demonstrou um benefício claro na redução da deiscência da ferida operatória.14
  • Redução de Alguns sintomas do trato urinário inferior associados à cataterização (CALUTS) (Comparado à Ausência de Fixação): O estudo comparativo de Zhu et al. 4 demonstrou que a fixação abdominal, quando comparada a um grupo controle sem fixação específica, reduziu significativamente a incidência de urgência miccional, secreção uretral, episódios de tração do cateter e o desconforto geral associado ao cateter.

Desvantagens e Riscos

Apesar das vantagens, a fixação abdominal não está isenta de desvantagens e riscos potenciais:

  • Impacto na Mobilidade e Conforto: Este método pode ser menos confortável para pacientes móveis e ambulatoriais. A presença do cateter fixado no abdômen pode restringir certos movimentos ou ser mais perceptível e incômoda sob as vestimentas. A observação de que seria mais apropriado para pacientes acamados 16 reforça essa percepção.
  • Complicações Uretrais e Meatais: Paradoxalmente, apesar de visar proteger certas porções da uretra, a fixação abdominal foi associada, no estudo de Zhu et al. 4, a uma incidência significativamente maior de odinúria (dor ao urinar), dor uretral referida, secreção uretral e hiperemia e edema do meato uretral externo, quando comparada à fixação na coxa.
  • Lesões Cutâneas: Como qualquer método que utilize adesivos para fixação, existe o risco de irritação da pele, dermatite de contato ou lesões cutâneas relacionadas a adesivos médicos (MARSI) no local de aplicação.3
  • Desconforto com Bolsas Abdominais: Embora existam sistemas de coleta com bolsas de drenagem que podem ser fixadas ao abdômen (conhecidas como belly bags) 19, estes podem não ser adequados, disponíveis ou confortáveis para todos os pacientes.

A tradição da fixação abdominal, embora fundamentada em princípios anatômicos para proteger o ângulo peno-escrotal, pode ser mais vantajosa em cenários de imobilidade prolongada ou em necessidades cirúrgicas muito específicas, como na recuperação de cirurgias de hipospádia. No entanto, sua aplicação universal em todos os pacientes masculinos portadores de sonda vesical pode não representar a estratégia ótima, especialmente quando se consideram as evidências emergentes sobre CALUTS. Se a fixação abdominal, mesmo protegendo o ângulo peno-escrotal, resulta em maior dor uretral e problemas meatais em comparação com a fixação na coxa, como sugerido por Zhu et al. 4 em um contexto pós-operatório, isso levanta a questão de que o trauma evitado em um ponto da uretra pode ser, inadvertidamente, substituído por outro tipo de desconforto ou lesão em um segmento diferente.

Ademais, a eficácia e segurança da fixação abdominal podem ser altamente dependentes não apenas do local anatômico escolhido, mas da técnica precisa de aplicação e do tipo de dispositivo de fixação utilizado. A simples recomendação de “fixar corretamente” 5 é inerentemente vaga. A ausência de tensão no cateter é um princípio fundamental.3 Se a fixação abdominal for realizada de forma a criar uma angulação desfavorável do cateter na uretra proximal ou exercer pressão excessiva sobre o meato, isso poderia explicar os achados de Zhu et al. 4 referentes ao aumento da dor uretral e outras complicações meatais. É notável que a literatura sobre fixação em cirurgia de hipospádia 14 descreve uma técnica muito particular de tração e fixação da glande, que difere substancialmente da fixação rotineira de um cateter de demora. Isso sugere que o termo “fixação abdominal” não descreve um procedimento monolítico, mas um espectro de técnicas com potenciais variações e desfechos.

Embora não diretamente abordado nos materiais consultados para este local específico, é plausível inferir que a fixação abdominal, ao potencialmente restringir a mobilidade de forma mais significativa ou ser mais visível sob as roupas, possa ter implicações psicossociais para o paciente. Comentários gerais sobre o desconforto e a interferência de cateteres nas atividades diárias 20 suportam a ideia de que qualquer aspecto da cateterização que afete negativamente a autoimagem ou a liberdade de movimento pode ter um impacto mais amplo no bem-estar do paciente.

Implicações para o Conforto e Cuidados de Enfermagem

A escolha pela fixação abdominal implica considerações específicas para a equipe de enfermagem e para o paciente. É essencial uma avaliação criteriosa e contínua da pele no local de fixação para detectar precocemente sinais de irritação, maceração ou lesão.3 O paciente deve ser orientado a reconhecer e reportar tais sinais, bem como qualquer desconforto persistente. A mobilidade do paciente é um fator determinante; em pacientes ativos, a fixação abdominal pode necessitar de ajustes frequentes ou de dispositivos de fixação mais robustos e flexíveis. Acima de tudo, a técnica de fixação deve assegurar que não haja tensão excessiva no cateter, prevenindo a tração sobre a uretra ou o colo vesical, o que poderia anular os benefícios pretendidos.3

3. Fixação na Raiz da Coxa da Sonda Vesical em Pacientes Masculinos

A fixação da sonda vesical na raiz da coxa em pacientes do sexo masculino, embora tradicionalmente associada ao cateterismo feminino, tem ganhado aceitação e é contemplada em diversas diretrizes atuais como uma alternativa viável.

Fundamentação

As racionalidades para a fixação na coxa em homens incluem a possibilidade de permitir um alinhamento mais retilíneo da uretra, especialmente em pacientes móveis, desde que o pênis seja adequadamente posicionado sobre a coxa e o cateter fixado sem tensão indevida. Uma justificativa importante é a prevenção da erosão do meato uretral, que pode ser causada pela pressão prolongada da sonda contra esta estrutura sensível.10 Guias de prática clínica, como a do Royal Children’s Hospital (RCH) de Melbourne, recomendam que, em pacientes masculinos, a sonda pode ser fixada tanto na parte superior da coxa quanto no abdômen, devendo ser posicionada descrevendo uma curva suave em direção ao fêmur, justamente para evitar a erosão meatal.10 Esta opção é considerada válida em múltiplas diretrizes, frequentemente apresentada em conjunto com a fixação abdominal como uma escolha clínica aceitável.3 A American Urological Association (AUA), em seu currículo para estudantes de medicina, recomenda a fixação do cateter na face inferior e interna da coxa, argumentando que esta posição ajuda a manter o cateter fora da vista do paciente e dificulta a tração intencional ou acidental.21

Vantagens

A fixação na coxa pode oferecer diversas vantagens, particularmente em populações específicas de pacientes:

  • Potencial Maior Mobilidade e Conforto: Frequentemente, este método de fixação é percebido como mais discreto sob as roupas e pode permitir uma maior liberdade de movimento, o que é especialmente benéfico para pacientes ambulatoriais e ativos.19 A Society of Urologic Nurses and Associates (SUNA) menciona que as bolsas de perna, comumente fixadas na coxa ou panturrilha, são particularmente úteis para pacientes móveis ou em processo de reabilitação.19
  • Menor Incidência de Certos CALUTS: O estudo comparativo conduzido por Zhu et al. 4 revelou achados significativos a esse respeito. A fixação na coxa resultou em uma menor incidência de odinúria, dor uretral referida, secreção uretral e hiperemia/edema do orifício uretral externo quando comparada à fixação abdominal. Além disso, quando comparada ao grupo controle (sem fixação específica), a fixação na coxa demonstrou uma redução significativa na frequência miccional, urgência, odinúria, secreção uretral, episódios de tração do cateter e desconforto geral associado ao cateter.
  • Preferência em Pacientes Acamados (Estudo Específico): Notavelmente, o mesmo estudo de Zhu et al. 4 concluiu que, para pacientes acamados que necessitavam de um local de fixação adicional (além da fixação primária, cuja natureza não é detalhada como sendo coxa ou abdômen para este subgrupo específico na conclusão), a coxa era preferível à parede abdominal para uma redução adicional dos CALUTS.
  • Facilidade de Autocuidado: Para alguns pacientes, o acesso para a realização da higiene perineal e o manejo da bolsa de perna podem ser facilitados quando o cateter está fixado na coxa.

Desvantagens e Riscos

Apesar de suas vantagens, a fixação na coxa também apresenta desvantagens e riscos que necessitam de consideração cuidadosa:

  • Risco de Tração Uretral e Lesão do Colo Vesical: Se o cateter não for fixado corretamente, com folga suficiente, o movimento da perna pode exercer tração sobre a sonda. Essa tração pode levar a trauma uretral, irritação, dor, espasmos vesicais e incontinência urinária de escape.3 Adicionalmente, o peso da bolsa de drenagem, se não for adequadamente suportado por dispositivos próprios, pode tracionar o cateter e, potencialmente, danificar o colo vesical.4
  • Irritação Cutânea e Lesões por Fricção/Pressão: O uso de fitas adesivas, especialmente se não hipoalergênicas, ou de tiras constritivas para fixar o cateter à coxa pode causar irritação da pele, maceração, dermatite ou até mesmo necrose tecidual se a tira estiver excessivamente apertada.3 Tiras de velcro, se aplicadas com muita tensão, podem inadvertidamente atuar como torniquetes.26
  • Acotovelamento do Cateter: A movimentação da perna ou o posicionamento inadequado do paciente podem levar ao acotovelamento (dobra) do tubo do cateter, resultando na obstrução do fluxo urinário.27 Recomenda-se a fixação alta na coxa para ajudar a prevenir tanto a tração quanto o acotovelamento.27
  • Deslocamento do Cateter: Movimentos vigorosos, especialmente da perna onde o cateter está fixado, ou uma fixação inadequada podem levar ao deslocamento parcial ou completo do cateter, ou mesmo à sua remoção acidental com o balão ainda insuflado.3
  • Potencial Compressão Vascular (Risco de Trombose Venosa Profunda – TVP): Embora não seja um risco direto da fixação do cateter em si, o uso de dispositivos de fixação tipo “strap” (tiras) aplicados com tensão excessiva na coxa, particularmente em pacientes com circulação periférica já comprometida (como em casos de diabetes, doença vascular periférica ou linfedema), poderia, teoricamente, aumentar o risco de compressão venosa e, consequentemente, de TVP.3 Os documentos 35 e 36 discutem a TVP, mas o fazem primariamente no contexto de cateteres intravenosos ou coágulos preexistentes, não diretamente como uma complicação da fixação de sonda vesical na coxa. No entanto, o documento 26 menciona especificamente que tiras de velcro podem restringir o fluxo venoso e linfático, elevando o risco de TVP em indivíduos com circulação comprometida, e que dispositivos tipo manguito usados para suportar bolsas de perna), se muito pequenos, também podem causar restrição circulatória. Esta é uma consideração importante, pois destaca que a escolha do dispositivo de fixação e a técnica de aplicação são cruciais, transcendendo o mero local de fixação.
  • Problemas com Bolsas de Perna: Desafios comuns associados às bolsas de perna incluem o deslizamento da bolsa ao longo da perna, o aperto excessivo das tiras de fixação da bolsa (diferentes das tiras de fixação do cateter em si) e o contato prolongado do material plástico da bolsa com a pele, que pode levar a transpiração excessiva e irritação cutânea.19

A aparente vantagem da fixação na coxa em termos de redução de certos CALUTS, conforme observado por Zhu et al. 4, pode estar relacionada a um menor potencial de irritação direta do meato uretral ou da uretra distal, caso a fixação abdominal não seja otimizada para evitar tal irritação. No entanto, essa abordagem introduz outros riscos mecânicos, como tração e acotovelamento, se a fixação na coxa não for realizada com meticulosidade e com a provisão de folga adequada. Se a fixação abdominal, como praticada no estudo de Zhu et al., resultou em maior dor uretral e problemas meatais, isso pode ser devido a uma angulação desfavorável do cateter ao emergir do meato em direção ao abdômen, ou a uma pressão direta do corpo do cateter contra o meato. A fixação na coxa, ao permitir que o cateter siga um trajeto mais alinhado com o pênis (se este estiver corretamente posicionado sobre a coxa), pode aliviar essa pressão específica. Contudo, a mobilidade inerente da coxa permanece um fator de risco para tração, caso não haja folga suficiente no sistema ou se o dispositivo de fixação deslizar.3

A preocupação com a TVP 26 associada ao uso de tiras na coxa, embora não fortemente evidenciada como uma complicação frequente da fixação de sonda vesical nos materiais consultados, sublinha a importância crítica de selecionar o dispositivo de fixação correto e de aplicá-lo com a tensão apropriada, especialmente em pacientes com fatores de risco para eventos tromboembólicos. A menção de que tiras de velcro podem funcionar como torniquetes 26 serve como um alerta importante. Embora o foco primário da fixação da sonda seja urológico, as potenciais implicações sistêmicas, como o comprometimento vascular decorrente de uma técnica de fixação inadequada, não podem ser ignoradas. Isso reforça a necessidade de uma avaliação holística do paciente ao se decidir sobre o método de fixação.

É fundamental reconhecer que a lógica da fixação na coxa em mulheres – uretra mais curta e reta, menor preocupação com o ângulo peno-escrotal – não se traduz diretamente para a anatomia masculina sem adaptações e considerações específicas.8 Em homens, a uretra é consideravelmente mais longa e apresenta curvaturas fisiológicas, como a curva em “S”.15 Simplesmente fixar o cateter na coxa sem um direcionamento adequado do pênis (por exemplo, posicionando-o para cima em direção ao abdômen ou ao longo da coxa de forma a suavizar as curvas uretrais) poderia, paradoxalmente, criar tensão no ângulo peno-escrotal ou na uretra bulbar – precisamente os problemas que a fixação abdominal tradicional visa evitar. Portanto, a “fixação na coxa” em homens exige uma técnica mais matizada e uma compreensão apurada da anatomia e biomecânica envolvidas.

Implicações para o Conforto e Cuidados de Enfermagem

A opção pela fixação na coxa demanda uma orientação rigorosa ao paciente e à equipe de enfermagem sobre o posicionamento correto do pênis – que deve repousar sobre a coxa, direcionado cefalicamente ou lateralmente de forma a evitar a acentuação do ângulo peno-escrotal – e sobre a técnica de fixação em si, que deve sempre evitar qualquer tensão no cateter. A inspeção regular da pele sob o dispositivo de fixação é mandatória para identificar precocemente sinais de irritação, compressão ou lesão.3 Recomenda-se, quando possível, alternar a perna de fixação para reduzir o risco de trauma cutâneo por pressão ou fricção contínua no mesmo local.7 O paciente deve ser educado sobre como evitar o acotovelamento do cateter e a reconhecer os sinais de obstrução do fluxo urinário ou de tração excessiva. A seleção do dispositivo de fixação é igualmente crítica, devendo-se priorizar fitas hipoalergênicas, estabilizadores adesivos projetados especificamente para cateteres, ou tiras não constritivas que distribuam a pressão de forma uniforme.3

4. Análise Comparativa e Discussão Crítica

A decisão sobre o local ideal para a fixação da sonda vesical em pacientes masculinos – abdômen ou raiz da coxa – envolve uma ponderação cuidadosa de múltiplos fatores, incluindo considerações anatômicas, riscos de complicações específicas, impacto no conforto e mobilidade do paciente, e as evidências científicas disponíveis.

Confronto Direto dos Prós e Contras

Para facilitar a visualização das vantagens e desvantagens de cada local de fixação, a tabela a seguir resume os principais pontos de comparação:

Tabela 1: Comparação dos Locais de Fixação da Sonda Vesical de Demora em Pacientes Masculinos: Abdômen vs. Raiz da Coxa

Característica Avaliada Fixação Abdominal Fixação na Raiz da Coxa Considerações/Evidências Chave
Prevenção de Trauma no Ângulo Peno-escrotal/Uretra Posterior Considerada tradicionalmente protetora, direcionando o pênis cefalicamente.4 Requer posicionamento cuidadoso do pênis sobre a coxa para evitar tensão nesta área. A fixação abdominal visa retificar o ângulo peno-escrotal.
Risco de Erosão Meatal/Lesão Uretral Distal Pode ocorrer se a fixação criar tensão ou pressão no meato; associada a maior incidência de problemas meatais em um estudo.4 Pode prevenir erosão meatal se o cateter for posicionado em curva suave 10; menor incidência de problemas meatais em um estudo.4 A tensão e o “efeito de corda de arco” no meato são prejudiciais.1
Incidência de CALUTS (dor, urgência, etc.) Menor urgência, secreção uretral, tração e desconforto vs. sem fixação. Maior odinúria, dor uretral, secreção, meato vermelho/inchado vs. coxa.4 Menor frequência, urgência, odinúria, secreção, tração e desconforto vs. sem fixação. Menor odinúria, dor uretral, secreção, meato vermelho/inchado vs. abdômen.4 O estudo de Zhu et al. é a principal fonte comparativa direta.
Conforto do Paciente (percebido/relatado) Pode ser menos confortável para pacientes móveis.16 Geralmente considerada mais confortável e discreta para pacientes móveis.19 Faltam dados robustos sobre preferência do paciente masculino.
Mobilidade do Paciente Pode restringir mais a mobilidade, especialmente em pacientes ambulatoriais.16 Permite maior liberdade de movimento.19 A escolha do local deve considerar o nível de atividade do paciente.
Risco de Tração Acidental Menor risco em pacientes acamados se bem fixado.16 Risco aumentado se não houver folga suficiente e com movimento da perna.3 A técnica de fixação e a folga são cruciais em ambos os locais.
Risco de Acotovelamento (Kinking) Menor risco se o trajeto do tubo for direto. Risco potencial com a movimentação da perna se não houver folga ou se o tubo passar por ângulos agudos.27 A fixação alta na coxa pode mitigar esse risco.27
Risco de Lesão Cutânea no Local da Fixação Presente com adesivos ou dispositivos inadequados.3 Presente com adesivos ou tiras constritivas.3 A escolha do material de fixação e a inspeção da pele são vitais.
Risco de ITU-AC A estabilidade previne migração bacteriana. A estabilidade previne migração bacteriana. Não há evidência de superioridade de um local sobre o outro se a fixação for estável.2
Risco de Deslocamento Risco se a fixação for inadequada. Risco aumentado com movimentos vigorosos ou fixação inadequada.3 A segurança da fixação é primordial.
Potencial Risco de TVP Não diretamente associado. Risco teórico com tiras constritivas em pacientes vulneráveis.3 Requer seleção cuidadosa do dispositivo de fixação e tensão adequada.
Facilidade de Higiene e Cuidados Acesso pode ser direto. Acesso pode ser mais fácil para alguns pacientes para autogerenciamento da bolsa de perna. Depende da destreza e condição do paciente.
Adequação para Pacientes Acamados Tradicionalmente preferido 16, mas um estudo sugere que coxa pode ser melhor para CALUTS.4 Pode ser preferível para reduzir certos CALUTS em acamados, conforme Zhu et al..4 A “melhor” opção pode depender do desfecho priorizado.
Adequação para Pacientes Móveis Menos ideal devido à potencial restrição e visibilidade. Geralmente mais adequado devido à discrição e liberdade de movimento.19 Considerar o estilo de vida do paciente.
Considerações em Pós-operatório Específico Benéfico em cirurgia de hipospádia para reduzir deiscência.14 Menos evidências em contextos cirúrgicos específicos, mas Zhu et al. estudaram pós-operatório urológico geral. A natureza da cirurgia pode ditar o local.

Esta tabela ilustra a complexidade da decisão, onde nenhuma opção é universalmente superior. A escolha ótima parece ser altamente contextual, dependendo das características do paciente, do cenário clínico e da priorização dos desfechos.

Avaliação de Estudos Comparativos

Dois estudos principais fornecem dados comparativos ou relevantes para esta discussão:

  • Estudo de Zhu et al. (2020/2021) 4: Este estudo randomizado controlado, embora focado em um grupo específico de pacientes no pós-operatório de remoção de cálculos urinários superiores e com um acompanhamento de curto prazo (24 horas), é de grande importância por ser um dos poucos a comparar diretamente a fixação abdominal versus na coxa em homens. Seus achados de que a fixação na coxa resultou em menor incidência de odinúria, dor uretral e problemas meatais em comparação com a fixação abdominal são clinicamente relevantes. A conclusão de que, para pacientes acamados necessitando de fixação adicional, a coxa foi preferível à parede abdominal para reduzir CALUTS, desafia algumas noções tradicionais. No entanto, a generalização desses achados para pacientes com CVD de longa duração ou em diferentes contextos clínicos deve ser feita com cautela. Uma limitação potencial é que a técnica exata de fixação e a angulação do cateter em cada grupo não são exaustivamente detalhadas nos materiais disponíveis, o que poderia influenciar os resultados observados.
  • Estudo CAMPI (Catheter-Associated Meatal Pressure Injuries) (2024) 1: Este estudo transversal investigou a prevalência de lesões meatais por pressão associadas ao cateter em pacientes com CVD de longa duração (>4 semanas), uma população predominantemente de homens idosos. Embora não tenha comparado diretamente a fixação abdominal versus na coxa em termos de risco de CAMPI, ele definiu “fixação adequada” como sendo na coxa superior ou no abdômen, desde que realizada sem tensão ou “efeito de corda de arco” no meato. O estudo não encontrou uma associação estatisticamente significativa entre a fixação inadequada (avaliada em um único momento) e as taxas de CAMPI em sua coorte, mas os autores reconheceram limitações metodológicas importantes, como a avaliação pontual da fixação e a falta de dados sobre o manejo do cateter na comunidade pelos pacientes. Apesar de seus achados não significativos para essa variável específica, o estudo reforça a recomendação de fixação adequada com tensão mínima, citando outros estudos que demonstraram uma correlação entre a falta de fixação e CAMPI em contextos agudos. Este estudo é valioso por destacar a cronicidade do problema das CAMPI, a dificuldade em assegurar a conformidade da fixação ao longo do tempo e a importância de evitar o “efeito de corda de arco” no meato.

A recomendação tradicional de fixação abdominal para proteger o ângulo peno-escrotal 4 parece, à primeira vista, contradizer os achados de Zhu et al. 4 sobre o aumento da dor uretral com a fixação abdominal. Uma possível reconciliação para essa aparente contradição pode residir na técnica específica de fixação abdominal empregada. Uma fixação que direcione o pênis cefalicamente, aliviando a pressão no ângulo peno-escrotal, sem, contudo, criar tensão excessiva no meato ou na uretra distal, poderia ser a ideal. No entanto, se a fixação abdominal tracionar o cateter de forma inadequada ou criar um novo ângulo agudo na saída do meato, ela poderia, de fato, causar os problemas de dor e irritação meatal observados por Zhu et al. O ângulo peno-escrotal é uma curva fisiológica que pode se tornar um ponto de pressão se o cateter for tracionado para baixo (como poderia ocorrer com uma fixação na coxa se o pênis não estiver adequadamente posicionado e suportado). A fixação abdominal visa, teoricamente, levantar o pênis, suavizando essa curva. A ausência de detalhes sobre a angulação exata do cateter na fixação abdominal no estudo de Zhu et al. é uma limitação que impede conclusões mais definitivas sobre esse mecanismo.

Um princípio que emerge consistentemente da literatura é a necessidade crítica de “folga” suficiente no cateter, independentemente do local de fixação, para acomodar os movimentos do paciente e evitar tração.3 Documentos enfatizam a importância de “tensão mínima” e “folga suficiente”. A falha em garantir essa folga é, provavelmente, uma causa primária de muitas complicações relacionadas à fixação, pois qualquer movimento (da perna na fixação da coxa, ou do tronco na fixação abdominal) será transmitido diretamente ao cateter, causando tração na uretra e no colo vesical. Este é um fator causal direto para dor, trauma e, possivelmente, deslocamento do cateter.

O estudo CAMPI 1, embora não conclusivo sobre o impacto da fixação em sua coorte específica de longa permanência, desempenha um papel importante ao elevar a conscientização sobre as lesões meatais como uma complicação frequentemente subestimada da CVD. A própria definição de “fixação adequada” utilizada no estudo – seja na coxa ou no abdômen, mas crucialmente sem tensão ou “efeito de corda de arco” no meato – é, em si, uma diretriz valiosa para a prática clínica. A representação visual do “efeito de corda de arco” é particularmente útil para ilustrar o tipo de tensão que deve ser evitado no meato. A dificuldade metodológica em capturar a conformidade da fixação ao longo do tempo, como reconhecido pelos autores, sugere que a educação do paciente e o reforço contínuo das orientações pela equipe de saúde são componentes cruciais do cuidado.

É notável a ausência, nos materiais consultados, de dados robustos sobre a preferência do paciente masculino entre a fixação abdominal e na coxa, ou sobre como o conforto percebido se correlaciona com desfechos clínicos em estudos comparativos. Alguns estudos 20 relatam experiências gerais negativas com cateteres, mas não detalham o local de fixação como um fator contribuinte. Outro documento 23 menciona a “preferência do paciente” como um fator na escolha de dispositivos de drenagem em geral, mas não especificamente para o local de fixação do cateter uretral. O conforto do paciente é um resultado importante 2, e se um local de fixação for clinicamente equivalente em termos de segurança, mas consistentemente mais confortável, isso representaria um forte argumento a seu favor. A carência desses dados nos materiais fornecidos constitui uma lacuna significativa no conhecimento atual.

Impacto Diferencial nas Complicações

  • ITU-AC: A fixação adequada, independentemente do local, é fundamental para manter a integridade do sistema de drenagem fechado e prevenir a migração bacteriana ascendente pela uretra.2 Não há evidências claras nos documentos analisados que sugiram que um local de fixação seja inerentemente superior ao outro na prevenção de ITU-AC, desde que a estabilidade do cateter e a ausência de tração sejam rigorosamente mantidas. A não estabilização, por outro lado, é um fator de risco conhecido para ITU-AC.2
  • Lesões Uretrais (Trauma, Erosão, Estenose, Hipospádia Iatrogênica):
    • Fixação Abdominal: Pode, teoricamente, prevenir lesões no ângulo peno-escrotal 4 e, em certas circunstâncias, hipospádia iatrogênica.13 Contudo, se mal aplicada, pode estar associada a dor uretral e problemas no meato, como sugerido por Zhu et al..4
    • Fixação na Coxa: Pode ajudar a prevenir a erosão do meato 10, mas se houver tração devido à movimentação da perna ou fixação inadequada, pode causar trauma uretral significativo.3 A longo prazo, qualquer forma de fixação inadequada, independentemente do local, pode contribuir para o desenvolvimento de estenoses uretrais.13 A chave para a prevenção dessas lesões reside em evitar tensão e pressão excessiva sobre qualquer parte da uretra.1
  • Lesões de Pele: O risco de lesões cutâneas existe com ambos os métodos de fixação, especialmente se forem utilizados adesivos irritantes ou tiras excessivamente constritivas.3 A alternância do local de fixação (por exemplo, entre as pernas, no caso da fixação na coxa) é uma medida recomendada para minimizar esse risco.7
  • Deslocamentos e Acotovelamento: Ambos os locais de fixação são suscetíveis a essas complicações se a fixação for inadequada ou se houver tensão excessiva no sistema. A fixação na coxa pode apresentar um risco teoricamente maior de acotovelamento devido à maior amplitude de movimento da perna, caso não seja garantida uma folga suficiente no tubo do cateter.27

Considerações para Subpopulações

A escolha do local de fixação pode precisar ser adaptada para diferentes subpopulações de pacientes:

  • Pacientes Acamados: Igawa et al. 16 sugerem a fixação abdominal para esta população. Em contraste, Zhu et al. 4 indicam que, em pacientes acamados no pós-operatório urológico, a fixação adicional na coxa pode ser preferível à abdominal para a redução de CALUTS. Esta aparente divergência sugere que a “melhor” opção pode depender do desfecho específico que se pretende otimizar e, possivelmente, da técnica precisa empregada.
  • Pacientes Móveis: A fixação na coxa é geralmente considerada mais adequada para pacientes móveis, pois tende a permitir maior liberdade de movimento e a ser mais discreta sob as roupas.19
  • Pós-operatório de Hipospádia: Neste cenário específico, a fixação abdominal é uma técnica com benefícios comprovados na prevenção de complicações da ferida cirúrgica.14
  • Cateterização de Longa Duração: Pacientes com CVD de longa duração apresentam um risco aumentado de desenvolver CAMPI 1 e hipospádia iatrogênica.13 Para esses pacientes, a escolha do local e do método de fixação deve priorizar a minimização da pressão e da tração crônicas sobre a uretra e o meato. A alternância de locais de fixação, quando viável, pode ser uma estratégia importante.

Influência do Tipo de Dispositivo de Fixação

O dispositivo utilizado para a fixação é tão importante quanto o local escolhido:

  • Fitas adesivas simples, embora baratas e amplamente disponíveis, são frequentemente associadas a danos à pele e ao próprio cateter, sendo consideradas menos eficazes na prevenção de movimento e tração.3 Um estudo comparou fita adesiva de silicone com fita de acrilato, sugerindo que a de silicone poderia ser melhor para pele frágil, mas outro estudo mostrou menor adesão da fita de silicone em comparação com a de acrilato em pacientes de UTI.4
  • Dispositivos estabilizadores comerciais, sejam eles adesivos ou não adesivos (como tiras de velcro ou dispositivos de ancoragem específicos), são geralmente preferíveis, pois são projetados para reduzir a tração e o movimento do cateter de forma mais eficaz e segura.2
  • Tiras (straps) devem ser utilizadas com extrema cautela para evitar constrição excessiva, que pode levar a comprometimento circulatório e lesão tecidual, especialmente em pacientes com comorbidades que afetam a integridade da pele ou a circulação.3

5. Recomendações e Perspectivas Futuras

A análise das evidências disponíveis sobre o local de fixação da sonda vesical em pacientes do sexo masculino revela uma complexidade que impede recomendações simplistas. A prática clínica e de enfermagem deve ser guiada por uma abordagem individualizada, fundamentada nos melhores dados atuais e com foco na minimização de complicações.

Síntese das Evidências e Implicações para a Prática Clínica e de Enfermagem

É indiscutível que a fixação segura do cateter vesical em homens é um componente imperativo do cuidado, essencial para prevenir uma miríade de complicações, desde ITU-AC até traumas uretrais severos.2 As diretrizes atuais, em sua maioria, citam tanto o abdômen quanto a coxa como locais aceitáveis para a fixação, contanto que a técnica empregada minimize a tensão e a pressão sobre as estruturas urogenitais.1

A escolha do local de fixação deve ser, portanto, individualizada, levando em consideração uma série de fatores: a condição clínica específica do paciente (por exemplo, um pós-operatório de cirurgia de hipospádia favorece claramente a fixação abdominal 14), seu nível de mobilidade (a fixação na coxa pode ser mais vantajosa para pacientes móveis 19), sua anatomia particular, a duração prevista da cateterização e o tipo de dispositivo de fixação disponível. O estudo de Zhu et al. 4 introduz uma nuance importante ao sugerir que, em pacientes acamados no contexto pós-operatório urológico, a fixação na coxa pode ser preferível à abdominal para a redução de certos CALUTS, embora a fixação abdominal tenha se mostrado superior à ausência de fixação para outros sintomas. Esta observação sublinha que a “melhor” opção pode variar dependendo do desfecho que se pretende otimizar.

As evidências sugerem que a “melhor” estratégia de fixação pode não ser estática ao longo do tempo de cateterização de um mesmo paciente. Pode haver necessidade de adaptar o local de fixação conforme a evolução da condição clínica do paciente – por exemplo, transicionando de uma fixação abdominal no período pós-operatório imediato, quando o paciente está acamado, para uma fixação na coxa quando ele inicia a mobilização. Tal abordagem dinâmica requer uma reavaliação contínua das necessidades do paciente, em vez de uma decisão única e imutável tomada no momento da inserção do cateter. Os protocolos de cuidados devem, idealmente, refletir essa potencial necessidade de flexibilidade.

Recomendações Baseadas nas Melhores Evidências

Com base na análise crítica dos dados disponíveis, as seguintes recomendações podem ser formuladas:

  1. Avaliação Individualizada: A decisão sobre o local de fixação deve ser precedida por uma avaliação individualizada do paciente, considerando os fatores supracitados (condição clínica, mobilidade, anatomia, duração da CVD).
  2. Técnica Correta e Minimização da Tensão: Independentemente do local escolhido (abdômen ou coxa), é crucial garantir que o cateter seja fixado de forma segura, mas sem tensão. Deve haver folga suficiente para acomodar os movimentos do paciente e evitar qualquer tração sobre a uretra ou o colo vesical.1 O “efeito de corda de arco” no meato deve ser evitado a todo custo. Para a fixação na coxa em homens, o pênis deve ser posicionado de maneira a evitar a acentuação do ângulo peno-escrotal (geralmente direcionado cefalicamente ou lateralmente ao longo da coxa).
  3. Utilização de Dispositivos Adequados: Sempre que possível, devem ser utilizados dispositivos de fixação projetados especificamente para cateteres (estabilizadores adesivos, tiras não constritivas) em detrimento de fitas adesivas comuns, que podem causar lesões cutâneas e não oferecer a mesma estabilidade.3
  4. Monitoramento Contínuo e Cuidados com a Pele: É essencial a inspeção regular e frequente do local de fixação, da pele circundante e do meato uretral para detectar precocemente quaisquer sinais de irritação, maceração, lesão por pressão ou infecção.3 A alternância do local de fixação (por exemplo, entre as pernas) deve ser considerada para minimizar o trauma cutâneo.
  5. Educação do Paciente e Cuidadores: Pacientes e seus cuidadores devem ser exaustivamente orientados sobre a importância da fixação correta do cateter, os cuidados de higiene necessários, como evitar tração e acotovelamento, e os sinais de alerta de complicações que requerem atenção profissional.29

A equipe de enfermagem desempenha um papel central e insubstituível na implementação dessas recomendações, no monitoramento contínuo do paciente e na educação. A capacitação e a atualização constante das equipes de enfermagem sobre as melhores práticas de manejo de CVD, incluindo as técnicas de fixação, são fundamentais para a redução de complicações e para a melhoria da qualidade do cuidado prestado. A menção em um estudo 17 de que uma “enfermeira altamente treinada” foi responsável pela fixação do cateter ressalta a importância da expertise e do treinamento especializado.

Identificação de Lacunas de Conhecimento e Direcionamentos para Pesquisas Futuras

A presente análise também evidencia diversas lacunas no conhecimento atual, que apontam para necessidades de pesquisa futura:

  • Estudos Comparativos Robustos: Há uma necessidade premente de mais estudos randomizados controlados, bem desenhados e com amostras maiores, que comparem diretamente a fixação abdominal versus na coxa em diferentes populações de pacientes masculinos (por exemplo, pacientes com cateterização de longa duração, diferentes níveis de mobilidade, diversas comorbidades). Esses estudos devem avaliar uma gama mais ampla de desfechos, incluindo, mas não se limitando a, incidência de ITU-AC, trauma uretral, CAMPI, dor, conforto do paciente, satisfação, impacto na qualidade de vida e análise de custo-efetividade.
  • Análise Biomecânica: Pesquisas que investiguem o impacto biomecânico dos diferentes locais e técnicas de fixação na uretra masculina, utilizando modelos ou simulações, poderiam fornecer insights valiosos sobre os mecanismos de lesão e otimização da fixação.
  • Desenvolvimento e Avaliação de Dispositivos: O desenvolvimento e a avaliação rigorosa de novos dispositivos de fixação que combinem segurança, eficácia na estabilização, conforto para o paciente e facilidade de uso são áreas promissoras para inovação.
  • Experiência do Paciente: Estudos qualitativos são necessários para entender melhor a experiência vivida e as preferências dos pacientes masculinos em relação aos diferentes métodos e locais de fixação do cateter.
  • Conscientização e Diagnóstico de Complicações: Complicações como as CAMPI podem ser frequentemente subnotificadas ou mal diagnosticadas, sendo referidas com termos inespecíficos como “uretra quebrada” ou “fenda no pênis”.1 É crucial aumentar a conscientização entre os profissionais de saúde sobre o espectro completo de lesões associadas à má fixação do cateter e padronizar a nomenclatura e os sistemas de graduação para essas lesões.

Estímulo à Continuidade do Debate Científico e à Atualização de Protocolos

Este relatório visa não apenas apresentar o estado da arte, mas também estimular a continuidade do debate científico sobre este tema relevante. A discussão multidisciplinar, envolvendo urologistas, enfermeiros urológicos, enfermeiros de cuidados intensivos e outros profissionais de saúde, é essencial para o desenvolvimento e a implementação de protocolos de fixação de cateteres que sejam baseados nas melhores evidências disponíveis e adaptados às realidades e recursos locais. A prática clínica é dinâmica e deve evoluir à medida que novas evidências científicas emergem, sempre com o objetivo primordial de otimizar a segurança e o bem-estar dos pacientes submetidos à cateterização vesical.

6. Referências bibliográficas

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Sinopse por:

Antonio Tadeu Fernandes:

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