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O Elo Frágil da Prevenção: O Que Está Faltando no Controle de Infecções em Instituições de Longa Permanência?

O que está faltando para tornar robusto o controle de infecções em instituições de longa permanência.

📍 Estudo na Flórida mostra que faltam profissionais qualificados e políticas mais rígidas de prevenção em ILPIs! Entre os dados preocupantes:

✅ Apenas 11% exigem vacina da gripe!

✅ 30% relatam falta de enfermeiros.

✅ Poucos sabem como funciona o sistema de ventilação!

FAQ: Controle de Infecções em Instituições de Longa Permanência (ILPIs)

1. Por que os residentes de ILPIs são mais suscetíveis a infecções?

Os residentes são mais vulneráveis devido a fatores como o envelhecimento do sistema imunológico (imunossenescência), a presença de múltiplas comorbidades, fragilidade, desnutrição, uso de dispositivos invasivos (como sondas e cateteres) e o ambiente coletivo que facilita a disseminação de patógenos.

2. Quais são as infecções mais comuns em Instituições de Longa Permanência?

As infecções mais frequentes são as do trato urinário (ITU), infecções respiratórias (como pneumonia e influenza), infecções de pele e partes moles (incluindo lesões por pressão infectadas) e gastroenterites.

3. Qual a importância de um Programa de Controle de Infecção (PCI) específico para ILPIs?

Um PCI estruturado é fundamental para padronizar práticas, monitorar a ocorrência de infecções, identificar surtos precocemente, promover o uso racional de antimicrobianos e capacitar a equipe, reduzindo a morbimortalidade e os custos associados às infecções.

4. Quais são os componentes essenciais de um Programa de Controle de Infecção em uma ILPI?

Os componentes essenciais incluem: vigilância epidemiológica das infecções, um programa de higiene das mãos, precauções padrão e baseadas na transmissão, programa de vacinação para residentes e profissionais, uso racional de antimicrobianos (stewardship), educação e treinamento contínuo da equipe e rotinas de limpeza e desinfecção de ambientes e superfícies.

5. Qual o papel do médico no controle de infecções em ILPIs?

O médico é peça-chave no diagnóstico preciso das infecções, na prescrição criteriosa de antimicrobianos para evitar a resistência bacteriana, na indicação adequada de vacinas e na comunicação com a equipe sobre as medidas de precaução necessárias para cada residente.

6. Como o farmacêutico pode contribuir para o controle de infecções?

O farmacêutico atua no programa de antimicrobial stewardship, revisando prescrições, ajustando doses, identificando interações, monitorando o consumo de antimicrobianos e orientando a equipe sobre o armazenamento e administração correta dos medicamentos. Também pode auxiliar na gestão de vacinas.

7. Qual a responsabilidade da equipe de enfermagem na prevenção de infecções?

A equipe de enfermagem está na linha de frente, sendo responsável pela aplicação das precauções padrão, higiene correta das mãos, cuidados com dispositivos invasivos, administração segura de medicamentos, identificação precoce de sinais de infecção e educação dos residentes e familiares.

8. Por que a higiene das mãos é considerada o “elo frágil” na prevenção de infecções?

Apesar de ser a medida mais simples e eficaz, a adesão à higiene das mãos ainda é um desafio. Falhas nesse processo, seja por esquecimento, técnica incorreta ou falta de insumos, quebram a principal barreira contra a disseminação de microrganismos entre os residentes e profissionais.

9. O que são as precauções padrão e quando devem ser aplicadas?

São um conjunto de medidas que devem ser aplicadas no cuidado de todos os residentes, independentemente do seu status infeccioso. Incluem a higiene das mãos, o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) conforme o risco da atividade, e cuidados com artigos e superfícies.

10. Como manejar um surto de gastroenterite em uma ILPI?

O manejo exige ação rápida: identificar e isolar os casos suspeitos (precauções de contato), reforçar a higiene das mãos, intensificar a limpeza e desinfecção de superfícies (especialmente banheiros e áreas de alimentação), notificar a vigilância epidemiológica local e investigar a fonte do surto.

11. Qual a importância da vacinação para residentes e profissionais de saúde em ILPIs?

A vacinação é crucial para a prevenção primária de doenças infecciosas como influenza, pneumonia pneumocócica, COVID-19 e herpes zoster. Manter o calendário vacinal de residentes e profissionais em dia cria uma barreira de proteção coletiva (imunidade de rebanho) no ambiente da ILPI.

12. Como o ambiente e as superfícies contribuem para a disseminação de infecções?

Superfícies de alto toque (maçanetas, corrimãos, interruptores) e equipamentos de cuidado (termômetros, estetoscópios) podem ser contaminados com patógenos e servir como reservatórios, transferindo-os para as mãos dos profissionais e residentes.

13. O que é Antimicrobial Stewardship (AMS) e como aplicá-lo em uma ILPI?

É um conjunto de ações para promover o uso responsável de antimicrobianos. Em ILPIs, pode ser aplicado através da criação de protocolos de tratamento para infecções comuns, reavaliação da prescrição em 48-72 horas (stop dates), e educação da equipe para evitar o uso de antibióticos em colonizações ou bacteriúrias assintomáticas.

14. Como diferenciar colonização de infecção em um residente de ILPI?

Colonização é a presença de um microrganismo em um sítio corporal sem causar resposta inflamatória ou sinais clínicos. Infecção ocorre quando o microrganismo invade os tecidos e provoca sinais e sintomas (febre, leucocitose, alterações funcionais). Tratar colonização com antibióticos é um erro comum que aumenta a resistência.

15. Qual o protocolo para prevenção de Infecção do Trato Urinário (ITU) associada a cateter?

As principais medidas são: inserir o cateter apenas quando estritamente necessário e removê-lo assim que possível, utilizar técnica asséptica na inserção, manter o sistema de drenagem fechado e garantir o fluxo de urina desobstruído e abaixo do nível da bexiga.

16. Como a saúde bucal pode impactar no risco de pneumonia em idosos?

A má higiene bucal leva ao acúmulo de placa bacteriana, que pode ser aspirada para os pulmões, causando pneumonia aspirativa. A promoção da higiene bucal diária é uma medida simples e eficaz na prevenção de infecções respiratórias em residentes de ILPIs.

17. Qual a importância da educação continuada da equipe de saúde em ILPIs?

O treinamento contínuo é vital para garantir que toda a equipe (incluindo cuidadores) conheça e aplique corretamente as práticas de prevenção, como a técnica de higiene das mãos, o uso de EPIs e as precauções específicas. Isso reforça a cultura de segurança e a qualidade do cuidado.

18. Como as visitas podem impactar no controle de infecções e o que orientar?

Visitantes podem introduzir patógenos no ambiente da ILPI. É fundamental orientá-los a higienizar as mãos na entrada e na saída, a não realizar visitas se estiverem com sintomas infecciosos (gripe, diarreia) e a seguir as orientações da instituição, especialmente durante surtos.

19. Quais microrganismos multirresistentes são mais preocupantes em ILPIs?

Bactérias como Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), Enterococcus resistente à vancomicina (VRE) e bacilos gram-negativos produtores de betalactamases de espectro estendido (ESBL) são uma grande preocupação, pois limitam as opções terapêuticas e exigem medidas de controle rigorosas.

20. Como realizar a vigilância de infecções em uma ILPI com recursos limitados?

A vigilância pode ser simplificada e focada nos principais problemas. Utilize definições de caso claras (como os critérios de McGeer), monitore as principais síndromes (respiratória, urinária, gastrointestinal) e foque em indicadores de processo, como a adesão à higiene das mãos e o consumo de antimicrobianos, que são mais fáceis de mensurar.

Com a crescente demanda por cuidados a idosos nos Estados Unidos, especialmente na Flórida — que abriga a quarta maior quantidade de instituições de longa permanência (ILPIs) do país — a avaliação das práticas de prevenção e controle de infecções (PCI) se torna fundamental. O artigo publicado na American Journal of Infection Control apresenta os resultados de uma ampla pesquisa realizada em 2022, traçando o panorama das práticas de PCI em ILPIs do estado da Flórida e apontando lacunas críticas.

🧪 Qual o principal achado?

Apesar de algumas boas práticas estarem em vigor — como treinamentos regulares, segurança com perfurocortantes e disponibilidade de EPIs —, foi constatada significativa escassez de profissionais experientes e desconhecimento técnico sobre infraestrutura essencial, como sistemas de ventilação. Além disso, menos de 12% das instituições exigem vacinação contra influenza para profissionais de saúde, mesmo em ambientes de alto risco.

❗ Importância do tema

O envelhecimento populacional e a alta carga de doenças crônicas tornam os residentes dessas instituições altamente vulneráveis. A efetividade das práticas de PCI impacta diretamente na segurança do paciente, na prevenção de surtos e no controle de organismos multirresistentes.

🔍 O que já se sabia sobre o tema?

Estudos anteriores já indicavam que ILPIs enfrentam desafios na implementação de políticas eficazes de controle de infecção. No entanto, esta é a primeira avaliação pós-pandemia com foco específico na Flórida, estado com projeções crescentes de população idosa.

🧭 Metodologia

Foi conduzida uma pesquisa online, com 90 questões baseadas em ferramentas do CDC, enviada a 3.690 instituições de longa permanência. A amostra analisada incluiu 304 respostas completas, abrangendo aspectos como políticas institucionais, treinamentos, disponibilidade de EPIs, práticas de higiene das mãos, infraestrutura e qualificação da equipe de IPC.

📊 Principais resultados com significância estatística

  • Escassez de profissionais: 30% relataram falta de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem — especialmente em instituições de maior complexidade.
  • Baixa exigência de vacinação: apenas 11,2% das ILPIs exigem vacinação contra gripe.
  • EPIs e logística: 97% das instituições possuem EPIs suficientes, mas muitas não os disponibilizam próximo aos quartos, dificultando a adesão às precauções padrão.
  • Higiene das mãos: menos de 47% possuem álcool em gel fora de todos os quartos; A enfermagem especializada em lares de idosos demonstraram mais ações proativas do que a enfermagem em residenciais de vida assistida para idosos.
  • Desconhecimento sobre sistemas de ventilação: poucos profissionais sabiam especificar os sistemas de ventilação utilizados, apesar de sua importância na contenção de infecções.

📌 Conclusões dos autores

Embora existam áreas com boa adesão às práticas recomendadas, os dados indicam uma necessidade urgente de educação continuada, fortalecimento das equipes de PCI e melhorias na infraestrutura e políticas institucionais.

⚠️ Limitações do estudo

  • Taxa de resposta baixa (9,1%);
  • Possível viés de seleção;
  • Dados não generalizáveis para todas as ILPIs da Flórida;
  • Possível tendência à resposta socialmente desejável.

📚 Referência

PRINS, Cindy et al. Infection prevention and control in long-term care facilities in Florida: A needs assessment survey. American Journal of Infection Control, v. 53, p. 210–221, 2025. DOI: 10.1016/j.ajic.2024.10.008.

✅ Recomendações dos autores

  • Desenvolvimento de programas educativos e mentorias para profissionais de PCI;
  • Fortalecimento de políticas de vacinação e uso de EPIs;
  • Maior integração entre práticas assistenciais e infraestrutura hospitalar (HVAC);
  • Apoio gerencial para reter e capacitar equipes em tempo integral nas ILPIs.

💬 Comentário adicional

Este estudo oferece insights relevantes não só para gestores da Flórida, mas para instituições brasileiras que enfrentam desafios similares. A ausência de profissionais dedicados à PCI e o déficit de conhecimento técnico em áreas críticas, como ventilação e isolamento, também são realidade em muitas ILPIs no Brasil, evidenciando a importância de diagnósticos locais e capacitações específicas.

🔎 Artigos relacionados no site www.ccih.med.br

🔎 Artigos relacionados em outras fontes de pesquisa:

Resistência microbiana a medicamentos em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos

  • Link: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1364223
  • Referência : SILVA, João Luis Almeida da et al. Resistência microbiana a medicamentos em uma Instituição de Longa Permanência
  • Resumo: Aborda as recomendações da OMS para triagem, isolamento e manejo clínico de pacientes com suspeita ou confirmação de COVID-19, incluindo cuidados em instituições de longa permanência.

Programa de controle de infecção em lares de idosos

  • HERZIG, C. T. A. et al. Infection prevention and control programs in US nursing homes: Results of a national survey. Journal of the American Medical Directors Association, v. 17, n. 1, p. 85–88, 2016. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jamda.2015.09.002.
  • Resumo: Este estudo nacional analisou 990 lares de idosos nos EUA e destacou que muitos programas de PCI operam com infraestrutura limitada. A média semanal de tempo dedicada à PCI era de apenas 12 horas, e apenas 39% dos profissionais tinham treinamento específico na área, indicando vulnerabilidades estruturais persistentes.

Programa de controle de infecção em insituições para pacientes não agudos

  • CERVANTES, D. et al. State of infection prevention and control in nonacute care US settings: 2020 APIC MegaSurvey. American Journal of Infection Control, v. 50, n. 11, p. 1193–1199, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.ajic.2022.04.015.
  • Resumo: A pesquisa da APIC apontou que a maioria dos profissionais de PCI em ambientes não agudos possui menos de 5 anos de experiência. Houve carência de capacitação contínua, especialmente em vigilância epidemiológica e em práticas de isolamento. O estudo defende o investimento em competências técnicas e políticas institucionais claras.

Prevalência de bactérias multirresistentes em pacientes admitidos em casas de repouso

  • MODY, L. et al. Longitudinal assessment of multidrug-resistant organisms in newly admitted nursing facility patients: Implications for an evolving population. Clinical Infectious Diseases, v. 67, n. 6, p. 837–844, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.1093/cid/ciy204.
  • Resumo: O estudo acompanhou residentes recém-admitidos em casas de repouso e revelou taxas altas de colonização por microrganismos multirresistentes. O trabalho alerta para a importância da triagem precoce e da aplicação rigorosa de precauções baseadas na transmissão, ressaltando o papel da vigilância ativa.

Desafios da prevenção e controle de infecções em instituições de cuidados prolongados na Escócia

  • SMITH, P. W. et al. Challenges of infection prevention and control in Scottish long-term care facilities. Infection Control & Hospital Epidemiology, v. 40, n. 5, p. 500–505, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1017/ice.2018.308.
  • Resumo: Este artigo aborda os desafios enfrentados pelas instituições de cuidados prolongados na Escócia em relação à prevenção e controle de infecções. As características operacionais e culturais únicas dessas instituições, juntamente com os modelos de prestação de cuidados em evolução, criam obstáculos significativos para a implementação eficaz de medidas de PCI. O estudo sugere a necessidade de abordagens adaptadas ao contexto específico dessas instituições para melhorar a segurança dos residentes.

Gestão de recursos humanos para atuar em instituições de longa permanência

  • KATZ, M. J.; GURSES, A. P. Infection prevention in long-term care: re-evaluating the system using a human factors engineering approach. Infection Control & Hospital Epidemiology, v. 40, n. 1, p. 95–99, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.1017/ice.2018.308.
  • Resumo: Este artigo propõe o uso de abordagens e métodos de gestão de recursos humanos para melhorar a prevenção de infecções em ambientes de cuidados prolongados. A aplicação desses princípios pode levar a melhorias nos processos, como a conformidade com as diretrizes de PCI, e nos resultados, como a redução das taxas de infecção. O estudo enfatiza a importância de considerar fatores humanos no desenvolvimento de intervenções eficazes para a prevenção de infecções.

Sinopse por:

Karine Oliveira:

https://www.linkedin.com/in/karine-oliveira-789815b4/

https://www.instagram.com/karine_oliveiraoficial/

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