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Melhorando as habilidades para o processamento de produtos para saúde – treinamento em inspeção de endoscópios 

A educação contínua de profissionais de saúde é um constante desafio, principalmente considerando o ritmo de atualizações de práticas e de introdução de novas tecnologias. O processamento estéril de materiais é uma área que requer profissionais capacitados para garantir a segurança nos cuidados de saúde. Esse estudo avalia um novo método de treinamento em inspeção de endoscópios.  

 

Processamento estéril de produtos para saúde (PPS) 

O processamento estéril eficaz é um aspecto crítico da prevenção de infecções e fundamental para garantir a limpeza adequada de dispositivos médicos e cirúrgicos. Acompanhando o desenvolvimento de instrumentos cada dia mais complexos, as técnicas de processamento se tornam cada vez mais sofisticadas, sendo necessários novos recursos educacionais para garantir que os profissionais de processamento de materiais adquiram e retenham novas competências essenciais. Nesse contexto, a Healthcare Sterile Processing Association (HSPA) financiou o desenvolvimento e avaliação de um novo modelo de treinamento, incorporando diversas abordagens teóricas e práticas, para melhorar o aprendizado de novas habilidades.  

Este estudo teve como objetivo desenvolver e avaliar um novo modelo de treinamento para auxiliar no domínio e na retenção de habilidades-chave complexas para profissionais que atuam no processamento estéril de materiais hospitalares. 

 

Como foi organizado o treinamento de inspeção visual? 

Esse estudo foi realizado com participantes que eram técnicos certificados em processamento de materiais e que possuíam pelo menos 400 horas de experiência prática em inspeção de endoscópios flexíveis, mas nenhum treinamento formal específico em inspeção visual e processamento de endoscópios.  O método de treinamento foi elaborado por uma equipe de epidemiologistas e especialistas em processamento estéril, utilizando evidências publicadas e experiencias anteriores para desenvolver um workshop de um dia e meio de duração abrangendo inspeção visual, avaliação de riscos e comunicações de segurança. O workshop elaborado incluiu testes, aulas, demonstrações, práticas, e uma sessão “booster” posterior.  

Antes do início das atividades os participantes responderam a uma pesquisa de satisfação (com 25 itens) sobre a satisfação com o próprio conhecimento e confiança em relação a inspeção visual e análise de riscos; eles também responderam a um teste de 78 questões de múltipla escolha para avaliar os conhecimentos nessas áreas (nota de suficiência ≥70%).  

O workshop teve 10 horas de duração. Após as aulas foram realizadas atividades práticas com endoscópios de diferentes fabricantes, sistemas de ampliação, e tamanhos de boroscópios (1.06 – 1.9 mm). Todos os participantes realizaram inspeções práticas de pelo menos 2 endoscópios (incluindo uma apresentação de resultados e recomendações) e opinaram durante as atividades.  Após o workshop presencial, foi requerido que os participantes inspecionassem 10 endoscópios em suas instalações, documentassem as descobertas e enviassem fotografias de 3 dos endoscópios para verificação da capacidade de inspeção e identificação de defeitos. Após 2 meses foi realizada uma sessão “booster” de 3 horas via Zoom, com revisão de pontos-chave e ênfase em pontos de erro/insegurança. Ao final da sessão online, a pesquisa e o teste de conhecimentos foram reaplicados. 

 

O treinamento foi efetivo para otimizar as habilidades dos profissionais? 

O workshop foi realizado com 10 técnicos de diferentes instituições, sendo que 9 completaram todo o percurso proposto.  

A pontuação média nos testes aumentou significativamente após o workshop, passando da pontuação média inicial de 41% de acertos para 84% após o workshop. De volta as instituições de trabalho, todos os participantes foram capazes de identificar defeitos visíveis acionáveis; além disso as pontuações nos testes permaneceram altas após 2 meses de treinamento (média de 90% de acertos) e foram relatados níveis mais altos de confiança técnica e satisfação após o percurso formativo.  

Apesar da percepção majoritariamente positiva do curso, os participantes indicaram que teriam preferido mais tempo para prática durante o workshop e maio ênfase na aprendizagem sobre avaliação de riscos.  

 

Eficácia de um novo modelo de treinamento 

Os autores concluem que esse estudo demonstra a eficácia e relevância clínica de um novo modelo de treinamento baseado em evidências. Ressaltam que essa abordagem – que incorporou testes, aulas, práticas e reforços – foi capaz de aprimorar significativamente o aprendizado e retenção do conhecimento desses profissionais, passando de uma situação de insuficiência generalizada a uma média final de 90% de acertos.  

Eles ressaltam que os aumentos no conhecimento e na confiança dos profissionais ocorreram em conjunto. Uma hipótese é que a possibilidade de reconhecer a incerteza – selecionando a opção “não tenho certeza” quando não sabiam a resposta – possa ter diminuído a ocorrência de adivinhações e despertado a consciência sobre pontos que necessitavam mais estudo. 

Destacam também que além das habilidades técnicas, o programa compreendeu também a avaliação de riscos, documentação de descobertas e comunicação com outras partes interessadas, o que capacitou os participantes a tomar medidas que resultem em reduções clinicamente significativas de risco – com o devido apoio administrativo. Os autores sugerem que esse modelo pode ser aplicável também a outras competências complexas importantes para a prevenção de infecções e segurança do paciente.  

 

Quais as limitações do estudo? 

Esse estudo avaliou o uso de uma abordagem piloto em um pequeno grupo de profissionais de processamento estéril, com apoio dos gestores das instituições, e possui diversas limitações. A principal foi o número limitado de participantes; além disso esses participantes tinham apoio dos gestores e exerciam uma função especifica, sendo que esses fatores podem limitar a possibilidade de generalização dos resultados. 

 

Fonte: Ofstead, C. L., Smart, A. G., Hopkins, K. M., Lamb, L. A., Daniels, F. E., & Berg, D. S. (2023). Improving mastery and retention of knowledge and complex skills among sterile processing professionals: A pilot study on borescope training and competency testing. American journal of infection control, 51(6), 624–632. https://doi.org/10.1016/j.ajic.2023.03.002 

Link: https://doi.org/10.1016/j.ajic.2023.03.002  

 

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Sinopse por: Maria Julia Ricci 

E-mail: [email protected] 

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TAGs/palavras-chave: endoscópio, estéril, processamento de materiais, desinfecção, boroscópio, aprendizado, treinamento, prevenção, riscos 

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