Infecções por fungos resistentes também são um desafio à saúde global.

Os fungos podem desenvolver resistência aos antifúngicos da mesma forma que as bactérias podem desenvolver resistência aos antibióticos.

Atualmente, existe apoucas opções de antifúngicos, e, portanto, a resistência pode limitar gravemente as opções de tratamento.

Além disso, a Candida auris, emergiu como uma importante ameaça à saúde pública global, pois:

produz biofilmes tolerantes a antifúngicos;
apresenta resistência aos medicamentos comumente utilizados para tratar infecções por Candida. Estudos apontam que até 90% dos isolados de Candida auris são resistentes ao fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas,
pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas, podendo ser fatal, principalmente em pacientes imunodeprimidos ou com comorbidades;
pode permanecer viável por longos períodos no ambiente.

Saiba mais sobre Mecanismo de Resistência aos Antifúngicos:

Assim como com as bactérias, também podemos encontrar resistência intrínseca nos fungos.

Exemplo: o fluconazol é ineficaz nas infecções causadas pelo fungo Aspergillus.

A resistência também pode se desenvolver ao longo do tempo, após exposição dos fungos a esses medicamentos, e especialmente se o uso for inadequado (por exemplo, em subdoses ou cursos muito curtos).

A utilização de fungicidas na agricultura para prevenir e tratar doenças fúngicas nas culturas também pode contribuir para doenças resistentes nas pessoas.

E como as lideranças da instituição e a equipe da CCIH podem atuar?

Avaliando o uso de antifúngicos como parte dos seus programas de gestão antimicrobiana.
Garantindo a adesão às diretrizes de prevenção e controle de infecções, incluindo protocolos adequados de higiene e desinfecção das mãos.

E os prescritores e demais profissionais de saúde, como podem ajudar a combater essa ameaça?

Prescrevendo antifúngicos de forma adequada e documentando a dose, duração e indicação de cada prescrição.
Realizando testes diagnósticos para identificação de fungos e seu perfil de sensibilidade aos antifúngicos.
Estndo ciente dos padrões de resistência, incluindo fungos resistentes, nas suas instalações e comunidade.

Pacientes também podem ser envolvidos em seu cuidado?

Sim!

Higienizando suas mãos.
Certificando-se de que todos limpem as mãos antes de entrar na sala.
Perguntando se é necessário um cateter, se o paciente tiver um.
Conversando com seu médico sobre o risco de certas infecções, especialmente se o paciente tiver um sistema imunológico enfraquecido.
Tomando os antifúngicos somente quando necessário e exatamente como prescrito.
Conversando com seu médico se sentir efeitos colaterais ou se não notar melhora dos sintomas ao tomar medicamentos antifúngicos.

Nota técnica ANVISA 02/2022, você lembra?

E você lembra da Nota Técnica 02/2022 da Anvisa, que orienta sobre a identificação, prevenção e controle de infecções por Candida auris em serviços de saúde?

Em relação à limpeza e desinfecção de superfícies, a NT 02/2022 traz que:

“Num trabalho comparando a eficácia de uma variedade de desinfetante contra espécies de Candida e S. aureus, hipoclorito de sódio e peróxido de hidrogênio resultaram na maior redução de Unidades Formadoras de Colônias – UFC de C. auris. Ácido acético, álcool etílico e quaternário de amônio, em contraste, apresentaram menor redução nas UFC.

Como saber qual produto usar?

Existe uma lista dinâmica de produtos de grau hospitalar registrado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) americana, com indicação de comprovação de eficácia frente à C. auris.

Nesta Lista P, você encontra os produtos com princípio ativo a base de quaternário de amônio associados a outros princípios ativos, disponibilizados no mercado, e pode ser consultada no link https://www.epa.gov/pesticide-registration/list-p-antimicrobial-productsregistered-epa-claims-against-candida-auris#products