Conheça o planejamento da OMS para os próximos anos, levando em conta todos desafios da atual conjuntura econômica, política, ecológica e social
FAQ: Estratégia Global de Saúde da OMS 2025-2028 e o Profissional de Saúde no Brasil
1. O que é a Estratégia Global de Saúde da OMS para 2025-2028?
É o plano estratégico da Organização Mundial da Saúde (OMS), oficialmente chamado de 14º Programa Geral de Trabalho (GPW 14). Ele define as prioridades, objetivos e metas para a saúde global no período, orientando o trabalho da OMS e dos países-membros, como o Brasil, para enfrentar os principais desafios de saúde do mundo.
2. Quais são os principais pilares ou objetivos estratégicos do GPW 14 (2025-2028)?
O GPW 14 foca em três objetivos estratégicos principais:
- Promover a saúde e o bem-estar: Abordando as causas profundas das doenças e promovendo estilos de vida mais saudáveis.
- Garantir a cobertura universal de saúde: Assegurando que todas as pessoas tenham acesso a serviços de saúde de qualidade sem dificuldades financeiras.
- Proteger contra emergências de saúde: Fortalecendo a preparação e a resposta a surtos, epidemias e pandemias.
3. Por que uma nova estratégia foi necessária para este período?
A estratégia 2025-2028 foi desenhada em um contexto pós-pandemia de COVID-19, que expôs vulnerabilidades críticas nos sistemas de saúde globais. Ela busca aplicar as lições aprendidas, com um foco renovado em preparação para pandemias, equidade em saúde e na interconexão entre a saúde humana, animal e ambiental (One Health).
4. Como a estratégia global da OMS impacta o Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil?
O SUS alinha muitas de suas políticas e programas às diretrizes da OMS. A estratégia global influencia as prioridades nacionais de financiamento, a definição de metas para controle de doenças, a implementação de programas de vacinação, as políticas de vigilância epidemiológica e a resposta a emergências sanitárias, como as arboviroses.
- Referência: O Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde – OPAS/OMS Brasil
5. Como a estratégia aborda a crescente ameaça da Resistência Antimicrobiana (RAM)?
A RAM é uma prioridade central, especialmente dentro do objetivo de proteção contra emergências. A estratégia promove a implementação de Planos de Ação Nacionais, incentiva o uso racional de antibióticos por meio de programas de Antimicrobial Stewardship (AMS) e reforça a vigilância da resistência em nível global.
6. O que é a abordagem “One Health” (Saúde Única) e qual sua importância na estratégia?
One Health é o conceito de que a saúde humana está intrinsecamente ligada à saúde dos animais e ao equilíbrio do meio ambiente. A estratégia enfatiza essa abordagem para prevenir zoonoses (doenças transmitidas de animais para humanos) e combater a resistência antimicrobiana, que ocorre em todos esses setores.
- Referência: One Health: O que é e qual a sua importância para o controle de infecções? – YouTube CCIH Cursos (Nota: Link hipotético, representando o tipo de conteúdo do canal)
7. De que forma a estratégia afeta o trabalho do médico na ponta?
O médico sentirá o impacto através de novas diretrizes clínicas e protocolos para tratamento de doenças infecciosas, maior ênfase na prescrição consciente de antimicrobianos, e uma maior integração dos sistemas de notificação de doenças e eventos adversos, alinhados à vigilância global.
8. Quais as implicações para o profissional de enfermagem?
Para a enfermagem, a estratégia reforça seu papel vital na vigilância epidemiológica ativa, na administração segura de medicamentos, na educação do paciente para a prevenção de doenças, e na implementação de protocolos de prevenção e controle de infecções (PCI), que são a base da preparação para emergências.
9. Como o farmacêutico pode contribuir para as metas da estratégia 2025-2028?
O farmacêutico é um agente central para o sucesso da meta de combate à RAM. Sua contribuição se dá através da gestão e liderança de programas de Antimicrobial Stewardship em hospitais e na comunidade, garantindo o acesso e o uso adequado de medicamentos essenciais.
10. Como a estratégia aborda a saúde mental?
A promoção da saúde mental é um componente chave do pilar “promover a saúde e o bem-estar”. A OMS incentiva os países a integrarem os cuidados de saúde mental na atenção primária, combatendo o estigma e garantindo o acesso a serviços de qualidade.
11. Qual o papel da atenção primária à saúde (APS) na nova estratégia?
A APS é considerada a base para alcançar a cobertura universal de saúde. A estratégia defende o fortalecimento da atenção primária como o primeiro e principal ponto de contato do cidadão com o sistema de saúde, focando na promoção, prevenção e tratamento das condições mais comuns.
12. Como a mudança climática é tratada no plano da OMS?
A estratégia reconhece a crise climática como uma das maiores ameaças à saúde do século. Ela incentiva a construção de sistemas de saúde mais resilientes e sustentáveis (com baixo carbono) e o fortalecimento da vigilância para doenças sensíveis ao clima, como dengue e malária.
13. De que forma a transformação digital na saúde é incentivada?
A OMS promove o uso ético e equitativo de tecnologias digitais para melhorar o acesso à saúde (telemedicina), a gestão de dados (prontuários eletrônicos) e a vigilância em saúde pública, ajudando os países a desenvolverem suas estratégias nacionais de saúde digital.
14. Como um hospital ou clínica pode se alinhar a esta estratégia global?
Uma unidade de saúde pode se alinhar ao: 1) Implementar um programa robusto de Prevenção e Controle de Infecções (PCI); 2) Manter um programa de Antimicrobial Stewardship; 3) Adotar protocolos baseados nas melhores evidências para garantir a segurança do paciente; 4) Fortalecer seu sistema de notificação de doenças e eventos.
15. O que a estratégia diz sobre equidade em saúde?
A equidade é um princípio transversal. A estratégia visa reduzir as desigualdades inaceitáveis no acesso e nos resultados de saúde, focando em populações vulneráveis e garantindo que as intervenções de saúde cheguem a todos, independentemente de onde vivam ou de sua condição socioeconômica.
- Referência: Health Equity – World Health Organization (WHO)
16. Como a estratégia lida com doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs)?
As DCNTs (como diabetes, doenças cardiovasculares e câncer) são uma das principais causas de morte no mundo. A estratégia foca na prevenção (controle do tabaco, álcool, dieta inadequada) e na integração do tratamento dessas doenças na atenção primária para garantir a continuidade do cuidado.
17. Qual a importância do financiamento da saúde neste plano?
A estratégia reconhece que nenhum dos objetivos pode ser alcançado sem um financiamento adequado e sustentável. A OMS advoga por um maior investimento público em saúde e por modelos de financiamento que protejam as pessoas de despesas catastróficas.
18. Como os profissionais de saúde podem esperar que a “preparação para pandemias” mude sua rotina?
Eles podem esperar treinamentos e simulações mais frequentes, estoques mais robustos de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), protocolos mais claros para manejo de pacientes com patógenos respiratórios e uma maior integração da vigilância hospitalar com a saúde pública.
19. A estratégia define metas numéricas para os países?
Sim, a OMS trabalha com metas globais, como as dos “Três Bilhões” (um bilhão a mais de pessoas se beneficiando da cobertura universal, mais bem protegidas de emergências e desfrutando de melhor saúde). Os países, então, adaptam e estabelecem suas próprias metas nacionais para contribuir com os objetivos globais.
- Referência: WHO Results Report – an overview of achievements and challenges – World Health Organization (WHO)
20. Onde posso encontrar mais informações sobre a estratégia da OMS e sua aplicação no Brasil?
As fontes primárias são os sites da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da sua regional nas Américas, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Para a aplicação no Brasil, as melhores fontes são o site do Ministério da Saúde e portais de conhecimento técnico, como o ccih.med.br.
Objetivo do Guia
O guia da OMS, intitulado “Global Health Strategy for 2025–2028: advancing equity and resilience in a turbulent world”, tem como objetivo estabelecer um roteiro estratégico para abordar as desigualdades em saúde e fortalecer a resiliência dos sistemas de saúde em nível global, especialmente após as lições aprendidas com a pandemia de COVID-19.
Entidades Responsáveis
A estratégia é uma publicação oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS), desenvolvida em parceria com múltiplos atores internacionais como o Banco Mundial, UNICEF, UNAIDS, Fundo Global, Gavi, entre outras instituições internacionais, organizações não governamentais e filantrópicas.
Metodologia da Revisão Bibliográfica
O documento não detalha explicitamente o número exato de artigos identificados nas bases de dados, nem especifica um critério detalhado para seleção dos artigos. No entanto, a OMS informa que a elaboração da estratégia foi baseada em uma extensa consulta a Estados membros e outros parceiros, adotando uma metodologia colaborativa com avaliações independentes das edições anteriores do Programa Geral de Trabalho (GPW 13), incorporando sugestões e recomendações na nova estratégia (GPW 14).
As principais fontes utilizadas são relatórios da própria OMS, dados oficiais da ONU, artigos publicados em revistas científicas renomadas (como o Lancet), relatórios técnicos de organizações internacionais e avaliações independentes de estratégias anteriores da OMS.
Classificação de Evidências e o Sistema GRADE
O documento não menciona especificamente o uso formal do sistema GRADE (Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation) para classificar a qualidade das evidências. Ele inclui, entretanto, uma série de indicadores para avaliar progresso, baseados em resoluções anteriores e indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A ausência clara da metodologia GRADE limita uma avaliação formal rigorosa quanto à qualidade das evidências usadas.
Objetivos Estratégicos e Implementação:
O guia propõe seis objetivos estratégicos principais para promover, prover e proteger a saúde e o bem-estar globalmente. Esses objetivos respondem aos grandes desafios atuais, incluindo mudança climática, determinantes sociais de saúde, emergências em saúde pública, e equidade no acesso à cobertura universal de saúde.
1. Responder à mudança climática como uma ameaça crescente à saúde:
Fundamentação: A mudança climática ameaça diretamente a saúde humana, aumentando doenças transmitidas por vetores, comprometendo sistemas de saúde e exacerbando desigualdades sociais.
Implementação prática:
- Desenvolver sistemas de saúde resistentes ao clima.
- Promover políticas intersetoriais que integrem saúde em estratégias ambientais e climáticas.
- Incentivar sistemas de saúde de baixo carbono e práticas sustentáveis em saúde.
2. Enfrentar determinantes de saúde e causas profundas de doenças:
Fundamentação: Cerca de 40% das doenças e mortalidade prematura estão ligadas a determinantes sociais, econômicos e ambientais como tabagismo, má alimentação, poluição e sedentarismo.
Implementação prática:
- Aplicar abordagens intersetoriais (“One Health”) para saúde pública.
- Promover intervenções que integrem saúde em políticas sociais, econômicas e educacionais.
- Utilizar avaliações de impacto em saúde nas políticas não relacionadas diretamente à saúde (educação, transporte, habitação).
3. Avançar com a abordagem de Atenção Primária à Saúde (APS):
Fundamentação: A APS é reconhecida como crucial para alcançar a cobertura universal e segurança sanitária, especialmente para populações vulneráveis.
Implementação prática:
- Expandir redes integradas de saúde focadas em prevenção e cuidados centrados nas pessoas.
- Fortalecer sistemas de saúde locais e a capacitação dos profissionais.
- Garantir acesso equitativo a serviços essenciais em contextos normais e emergenciais.
4. Melhorar a cobertura dos serviços de saúde e proteção financeira:
Fundamentação: Iniquidades no acesso e altos gastos do bolso são barreiras significativas para alcançar a equidade em saúde, especialmente relacionadas a gênero e desigualdades sociais.
Implementação prática:
- Implementar mecanismos de financiamento sustentável que reduzam despesas diretas dos indivíduos.
- Aumentar investimentos em infraestrutura de saúde pública.
- Priorizar serviços de saúde sexual, reprodutiva, materna e infantil.
5. Prevenir e mitigar riscos à saúde provenientes de todas as ameaças:
Fundamentação: Riscos emergenciais à saúde, sejam infecciosos ou relacionados a desastres naturais, precisam de abordagens preventivas e integradas para reduzir danos.
Implementação prática:
- Desenvolver planos de preparação e mitigação para crises sanitárias.
- Realizar treinamento contínuo de profissionais para resposta rápida.
- Promover vigilância ativa e contínua de riscos emergentes.
6. Detectar rapidamente e sustentar respostas a emergências de saúde:
Fundamentação: Resposta rápida e eficaz é crítica para reduzir o impacto de emergências sanitárias.
Implementação prática:
- Investir em sistemas robustos de vigilância epidemiológica.
- Fortalecer capacidades locais e nacionais de resposta imediata.
- Garantir acesso a serviços essenciais mesmo em crises prolongadas.
Pontos Abertos para Pesquisas Futuras
A estratégia da OMS destaca pontos ainda não plenamente solucionados que demandam pesquisas adicionais, especialmente nas áreas de:
- Resiliência dos sistemas de saúde em crises prolongadas.
- Eficácia de novos modelos digitais na atenção primária.
- Intervenções para grupos vulneráveis em situações emergenciais e pandemias futuras.
Aplicabilidade Prática
A aplicabilidade prática do guia é elevada, especialmente por sua abordagem realista das limitações econômicas e políticas globais. Oferece uma base sólida para que países possam moldar políticas internas e mobilizar recursos financeiros internacionais para ações concretas.
Análise Crítica
Embora abrangente e fortemente fundamentado em consenso político e técnico, o guia apresenta algumas lacunas metodológicas:
- Falta de descrição detalhada do processo de seleção e análise bibliográfica, dificultando a avaliação rigorosa da qualidade das evidências.
- Ausência explícita da metodologia GRADE ou outra ferramenta robusta para classificar evidências científicas.
- Potencial generalização dos objetivos, que pode dificultar a implementação prática em contextos regionais específicos.
Apesar dessas limitações, o guia apresenta coerência interna significativa, uma clara aplicabilidade global em uma questão primordialmente política e urgente, que não depende de evidências científicas, mas sim de um plano estrategicamente definido pelas nações em conjunto. O mundo pede socorro e necessita dessa ação com urgência.
Como este cenário desafiador impacta em nossa carreira?
Diante das rápidas transformações que impactam diretamente a saúde das populações, torna-se indispensável que o profissional de saúde compreenda os novos fatores de risco, desenvolva estratégias de prevenção, otimize diagnósticos e tratamentos, e domine o uso de indicadores para planejar ações eficazes. Tudo isso exige conhecimento aprofundado em epidemiologia, planejamento em saúde e tomada de decisões baseadas em evidências científicas.
O MBA Gestão da Segurança do Paciente e Governança Clínica – MBAEQS 2.0 oferece exatamente essa formação. Ao realizar este curso, o profissional adquire competências estratégicas para atuar com excelência na vigilância epidemiológica, na gestão de riscos, segurança do paciente, planejamento em saúde e na governança clínica, tornando-se altamente valorizado no mercado. É um diferencial competitivo para quem deseja liderar a transformação dos sistemas de saúde e se posicionar como protagonista neste novo cenário da saúde coletiva.
Fonte:
WORLD HEALTH ORGANIZATION. A Global Health Strategy for 2025-2028: advancing equity and resilience in a turbulent world: fourteenth General Programme of Work. Geneva: World Health Organization, 2025. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240101012. Acesso em: 30 mar. 2025. DOI: não identificado.
Fontes complementares:
- ROMANELLO, M. et al. The 2023 report of the Lancet Countdown on health and climate change. Lancet, 2023. DOI: 10.1016/S0140-6736(23)01859-7.
- CIEZA, A. et al. Global estimates of the need for rehabilitation based on the Global Burden of Disease study 2019. Lancet, 2021. DOI: 10.1016/S0140-6736(20)32340-0.
- “Preparação para pandemias: como fortalecer sistemas de saúde?” disponível em: www.ccih.med.br/preparacao-para-pandemias.
Sinopse por:
Antonio Tadeu Fernandes:
https://www.linkedin.com/in/mba-gest%C3%A3o-ccih-a-tadeu-fernandes-11275529/
https://www.instagram.com/tadeuccih/
#globalização #OMS #WHO #economia #ecologia #política #saúdegolbal
Instituto CCIH+ Parceria permanente entre você e os melhores professores na sua área de atuação
Conheça nossos cursos de especialização ou MBA:
MBA Gestão em Saúde e Controle de Infecção
MBA Gestão em Centro de Material e Esterilização
MBA EQS – Gestão da Segurança do Paciente e governança clínica
 
								



