Nesta live o psiquiatra Thiago Rodrigues fala sobre sintomas, diagnóstico e tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
Na próxima terça-feira, 21/01, às 20h, daremos início à nossa programação de 2025 com uma live dedicada a um dos transtornos do neurodesenvolvimento mais discutidos atualmente: o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O evento contará com a participação do renomado psiquiatra Thiago Rodrigues, especialista no tema, para discutir pontos-chave sobre o transtorno. Durante o encontro, serão abordadas as principais características do TDAH, como diferenciá-lo de outras condições com sintomas semelhantes, os desafios do diagnóstico precoce e o papel da medicação no tratamento. Além disso, exploraremos o impacto do TDAH no ambiente profissional, com estratégias práticas para superar essas dificuldades. A moderação será feita por Beatriz Grion, Filipe Prohaska e Tadeu Fernandes. Não perca essa oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre o TDAH e seus impactos! #TDAH #SaúdeMental #Superação #Psiquiatria #live
FAQ: Entendendo o TDAH no Contexto da Saúde Profissional e do Cuidado ao Paciente
Esta seção de Perguntas Frequentes (FAQ) foi desenvolvida para orientar gestores hospitalares, membros da CCIH, médicos, farmacêuticos e enfermeiros sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O foco é duplo: apoiar os profissionais de saúde que vivem com o transtorno e aprimorar o cuidado prestado aos pacientes com TDAH, reconhecendo o impacto do transtorno na segurança do paciente e na adesão ao tratamento.
Seção 1: Entendendo o TDAH no Contexto da Saúde
1. O que é o TDAH e por que é relevante para o ambiente de saúde?
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico de causa genética, caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. É relevante no ambiente de saúde por duas razões principais: 1) Profissionais de saúde com TDAH podem enfrentar desafios únicos em um ambiente de alta pressão, e 2) Pacientes com TDAH podem ter dificuldades na adesão a tratamentos e orientações, o que impacta diretamente os resultados clínicos e a segurança.
- Referências:
2. Quais são os principais sintomas do TDAH em adultos, que podem ser vistos em colegas ou pacientes?
Em adultos, os sintomas podem ser mais sutis. A desatenção manifesta-se como dificuldade de organização, procrastinação, perda de objetos, dificuldade em seguir longas instruções e esquecimento de compromissos. A hiperatividade pode aparecer como inquietação interna, necessidade de estar sempre ocupado ou falar excessivamente. A impulsividade pode levar a decisões precipitadas e dificuldade em esperar sua vez.
3. O TDAH é apenas “falta de atenção”? Quais outros domínios são afetados?
Não. O TDAH afeta principalmente as funções executivas do cérebro, que são responsáveis pelo planejamento, organização, gerenciamento do tempo, memória de trabalho, autocontrole e regulação emocional. Por isso, as dificuldades vão muito além da simples desatenção.
4. Como é feito o diagnóstico de TDAH em adultos?
O diagnóstico é clínico, realizado por um médico especialista (geralmente psiquiatra ou neurologista). Baseia-se em uma entrevista detalhada sobre o histórico de sintomas desde a infância, o impacto funcional em diferentes áreas da vida (trabalho, estudos, relações) e a exclusão de outras condições que poderiam causar os mesmos sintomas. Questionários e avaliações neuropsicológicas podem ser usados como ferramentas de apoio.
- Referência:
- CCIH Brasil (YouTube) – Diagnóstico e Tratamento de TDAH em Adultos (Link ilustrativo para o conceito)
Seção 2: O Profissional de Saúde com TDAH
5. Quais os principais desafios que um profissional de saúde com TDAH enfrenta no ambiente hospitalar?
Os desafios incluem a gestão do tempo em um ambiente caótico, a manutenção do foco durante tarefas repetitivas (ex: checagem de prescrições), a priorização de múltiplas demandas simultâneas, a documentação precisa em prontuários e o risco de burnout devido ao esforço mental extra para compensar os sintomas.
6. Que estratégias podem ajudar um profissional de saúde com TDAH a gerenciar suas tarefas?
Estratégias eficazes incluem o uso intensivo de ferramentas de organização (apps, checklists, alarmes), a técnica de “dividir para conquistar” (quebrar grandes tarefas em passos menores), o uso de fones de ouvido com cancelamento de ruído para tarefas que exigem foco, a padronização de rotinas e a prática de pausas estratégicas para recarregar a atenção.
- Referência:
- CCIH.med.br – Metodologia Lean aplicada ao SCIH (A aplicação de princípios Lean, como checklists e padronização, pode ser extremamente útil)
7. Para gestores hospitalares: como liderar e apoiar um membro da equipe com TDAH?
O apoio eficaz envolve a criação de um ambiente psicologicamente seguro. Gestores podem ajudar fornecendo instruções claras e por escrito, auxiliando na priorização de tarefas, permitindo o uso de ferramentas de apoio (como as mencionadas acima), oferecendo feedback regular e focando nos pontos fortes do profissional, que frequentemente incluem criatividade, raciocínio rápido em crises e hiperfoco em áreas de interesse.
Seção 3: O Cuidado ao Paciente com TDAH
8. Como o TDAH pode afetar a adesão de um paciente ao tratamento e às medidas de prevenção de infecção?
A desatenção e a impulsividade podem levar o paciente a:
- Esquecer de tomar medicamentos nos horários corretos.
- Ter dificuldade em seguir regimes terapêuticos complexos.
- Não realizar cuidados de higiene recomendados (ex: limpeza de um sítio de cateter).
- Perder consultas de acompanhamento.
Isso representa um risco direto para a segurança do paciente e o sucesso do tratamento, sendo um ponto de atenção para a CCIH.
- Referência:
9. Que estratégias de comunicação são mais eficazes ao orientar um paciente adulto com TDAH?
- Seja direto e conciso: Evite longas explanações.
- Use múltiplos formatos: Forneça instruções verbais e escritas, com recursos visuais (desenhos, listas).
- Foque no mais importante: Destaque 2 ou 3 pontos cruciais.
- Use a técnica “Teach-Back”: Peça ao paciente para explicar com suas próprias palavras o que ele entendeu.
- Mostre empatia: Reconheça que a dificuldade não é por falta de vontade.
- Referência:
- IHI – Always Use Teach-Back (Institute for Healthcare Improvement)
10. Como a equipe de enfermagem pode adaptar o plano de cuidados para um paciente com TDAH internado?
A enfermagem pode ajudar criando uma rotina visual no leito do paciente (com horários de medicação e procedimentos), utilizando alarmes para lembretes, envolvendo o paciente no planejamento do seu dia, e providenciando formas de canalizar a inquietação (se houver), como permitir pequenas caminhadas no corredor, se clinicamente apropriado.
- Referência:
Seção 4: Para CCIH, Farmácia e Segurança do Paciente
11. Qual a relação entre TDAH, fatores humanos e a segurança do paciente?
O TDAH é um exemplo de fator humano que impacta o desempenho. A neurodiversidade no ambiente de trabalho é uma realidade. Lapsos de atenção ou impulsividade podem aumentar o risco de erros, como uma quebra na técnica estéril ou o esquecimento de um dos 5 momentos da higiene das mãos. Reconhecer isso não é sobre culpar, mas sobre criar sistemas mais seguros (ex: checklists, processos à prova de erro) que protejam todos, independentemente do estado atencional.
12. Como a CCIH pode abordar o “fator humano” em seus treinamentos, considerando a neurodiversidade?
Os treinamentos da CCIH podem ser mais eficazes para todos ao incorporar princípios amigáveis à neurodiversidade:
- Sessões mais curtas e interativas.
- Uso de múltiplos estímulos (vídeos, simulações, discussões).
- Fornecimento de materiais de consulta claros e concisos (ex: guias de bolso, infográficos).
- Foco em criar hábitos e padronizar processos, reduzindo a carga sobre a memória de trabalho.
- Referência:
13. Qual o papel do farmacêutico no manejo da medicação para TDAH em pacientes internados?
O farmacêutico é crucial na conciliação medicamentosa para garantir que o tratamento para TDAH do paciente não seja interrompido indevidamente na internação. Ele também monitora interações medicamentosas entre os psicoestimulantes e outros fármacos prescritos, e orienta a equipe sobre o manejo e horários de administração.
14. Quais os principais medicamentos usados para tratar o TDAH e seus efeitos mais comuns?
As duas principais classes são:
- Psicoestimulantes: Metilfenidato e Lisdexanfetamina. São a primeira linha de tratamento. Efeitos comuns incluem redução do apetite, insônia e aumento da frequência cardíaca/pressão arterial.
- Não estimulantes: Atomoxetina. São uma alternativa quando os estimulantes não são eficazes ou tolerados.
- Referência:
- Anvisa – Bulário Eletrônico (Para consulta de bulas específicas)
15. O tratamento para TDAH é apenas medicamentoso?
Não. O tratamento padrão-ouro é multimodal, combinando medicação (quando indicada) com terapia, principalmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que ajuda o paciente a desenvolver estratégias para lidar com os sintomas de desatenção, procrastinação e desorganização.
Seção 5: Mitos e Informações Adicionais
16. O TDAH está frequentemente associado a outras condições de saúde mental (comorbidades)?
Sim, a comorbidade é a regra, não a exceção. Em adultos, o TDAH está frequentemente associado a transtornos de ansiedade, depressão, transtorno bipolar, abuso de substâncias e transtornos do sono. É fundamental que o tratamento aborde tanto o TDAH quanto suas comorbidades.
17. Qual a relação entre TDAH e o risco de acidentes e lesões?
Devido à impulsividade e desatenção, indivíduos com TDAH, especialmente se não tratados, têm um risco estatisticamente maior de sofrer acidentes de trânsito, acidentes domésticos e lesões no trabalho. Este é um ponto relevante para a saúde ocupacional em hospitais.
- Referência:
18. Como diferenciar TDAH de Burnout em profissionais de saúde?
Embora os sintomas possam se sobrepor (dificuldade de concentração, exaustão mental), a principal diferença está na origem e no histórico. O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento, presente desde a infância. O Burnout é uma síndrome ocupacional, resultado do estresse crônico no trabalho. Um profissional pode ter ambos, e o TDAH não tratado é um fator de risco para o desenvolvimento de Burnout.
- Referência:
19. É possível desenvolver TDAH na vida adulta?
Não. O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento, o que significa que ele se inicia na infância. No entanto, muitas pessoas só recebem o diagnóstico na vida adulta, quando as demandas do trabalho e da vida familiar tornam os sintomas mais evidentes e problemáticos. É um diagnóstico tardio, não um início tardio.
20. Onde profissionais de saúde podem buscar mais informações confiáveis sobre TDAH?
Fontes confiáveis incluem a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o National Institute of Mental Health (NIMH), e artigos de revisão em periódicos científicos de psiquiatria e neurologia. É importante buscar informação baseada em evidências para combater a desinformação.
Minutagem:
5:30 – O que caracteriza o TDAH? Quais os subtipos conhecidos?
9:24 – Desafios para o diagnóstico precoce e diagnóstico na fase adulta.
12:34 – Existe alguma relação entre o TDAH e o aumento do risco para outras condições médicas ou psiquiátricas?
19:15 – Diagnóstico do TDAH por exclusão.
22:24 – Investigar sinais na infância e avaliar históricio de desempenho nos estudos.
24:18 – Existe uma base genética ou biológica clara para o TDAH? Quais fatores de risco estão associados ao desenvolvimento desse transtorno?
26:02 – Existe cura? Sequelas na fase adulta.
28:07 – Quais as indicações para uso de medicação e medidas não farmacológicas no tratamento do TDAH?
30:35 – Principais comorbidades associadas ao TDAH.
33:07 – Prejuízos associados ao atraso no diagnóstico.
35:36 – Qual profissional especializado autorizado para realizar o diagnóstico de TDAH?
36:12 – Prejuízos do TDAH no ambiente de trabalho, para profissionais de saúde. 4
2:28 – Altos e baixos durante o tratamento. Pacientes que não respondem ao tratamento medicamentoso.
44:42 – O tratamento medicamentoso deve ser contínuo ou pode ser pausado?
50:48 – Até que ponto um trauma de infância e adolescência pode levar ao desenvolvimento de TDAH?
53:06 – Muito tempo de tratamento farmacológico para depressão e ansiedade pdoeria desencadear TDAH?
54:58 – Importância do acompanhamento dos filhos no rendimento escolar e comunicação com professores.
56:10 Acessibilidade. Quem tem TDAH tem direito de realizar provas de concurso público em sala separada? 5
57:38 Mensagens finais.



