👩🏫 Professora convidada: Dra. Elenara Ribas
🎙️ Moderadores: Coordenadora Cassiana Prates, Professora Tadeu Fernandes e Enf. Karine Oliveira
📚 O que teremos nessa live:
Apresentação da Campanha OMS 2025 e suas estratégias práticas para mitigação de riscos e redução de danos evitáveis em serviços de neonatologia e pediatria.
Introdução:
Todos os anos, milhões de mortes de crianças com menos de cinco anos são atribuídas a falhas na qualidade da assistência. Para gestores hospitalares e líderes de controle de infecção, esse dado alarmante transcende a estatística e se manifesta como um desafio diário dentro das unidades pediátricas e neonatais. Crianças não são adultos em miniatura; sua vulnerabilidade a eventos adversos é drasticamente maior, com erros de medicação ocorrendo em uma frequência três vezes superior. Este artigo vai além do diagnóstico do problema, explorando como a falha na comunicação com os cuidadores e a subestimação dos riscos específicos — de asfixia a erros diagnósticos — representam pontos cegos que exigem uma intervenção estratégica e uma cultura de segurança robusta, liderada ativamente pela gestão.
FAQ: Segurança do Paciente em Pediatria e Neonatologia
Um guia de consulta com as principais dúvidas sobre os desafios e as estratégias para garantir um cuidado seguro para recém-nascidos e crianças no ambiente de saúde.
- Por que a segurança do paciente pediátrico é uma prioridade global?
A segurança do paciente pediátrico é uma prioridade global devido à alta incidência de danos evitáveis nesta população. Em 2019, por exemplo, ocorreram 5,2 milhões de mortes de crianças com menos de cinco anos, muitas delas causadas por falhas na qualidade da assistência. Para conscientizar sobre essa questão, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece o Dia Mundial da Segurança do Paciente (17 de setembro), dedicando temas específicos, como o “Cuidado Materno e Neonatal Seguro”, para mobilizar profissionais e instituições.
- Fonte(s):
- O que torna recém-nascidos e crianças tão vulneráveis a eventos adversos na saúde?
A vulnerabilidade de recém-nascidos e crianças é multifatorial. Eles estão em constante desenvolvimento físico e fisiológico, o que impacta como respondem a tratamentos e medicamentos. Além disso, sua capacidade de comunicação é limitada, dificultando a expressão de sintomas, dor ou reações adversas. Eles dependem inteiramente de seus cuidadores e da equipe de saúde para garantir que suas necessidades sejam compreendidas e atendidas com segurança.
- Fonte(s):
- Por que os erros de medicação são três vezes mais frequentes em crianças?
Os erros de medicação são mais comuns na população pediátrica por diversas razões complexas, incluindo:
- Cálculo de Dose: A maioria das doses pediátricas é baseada no peso corporal, exigindo cálculos matemáticos que aumentam a chance de erro.
- Falta de Formulações Pediátricas: Muitas medicações não estão disponíveis em apresentações próprias para crianças, forçando a manipulação de doses (dividir comprimidos, diluir formulações adultas), o que eleva o risco de imprecisão.
- Variações Metabólicas: A capacidade de metabolizar e excretar medicamentos muda rapidamente com a idade, desde o neonato até o adolescente, tornando a dosagem um desafio.
- Fonte(s):
- Além da medicação, quais são outros riscos de segurança comuns no cuidado pediátrico?
Além dos erros de medicação, outros incidentes de segurança prevalentes no cuidado de crianças incluem asfixia, quedas (do leito, berço ou colo), e erros de diagnóstico. A falha de comunicação entre a equipe de saúde e os familiares também é um fator contribuinte significativo para a ocorrência de eventos adversos.
- Fonte(s):
- Qual é o papel dos pais e cuidadores na promoção de um cuidado mais seguro?
Os pais e cuidadores são peças fundamentais e devem ser tratados como parceiros ativos no cuidado. Sua participação é crucial para a segurança, e eles devem ser encorajados a:
- Fazer perguntas sobre o tratamento, medicamentos e procedimentos.
- Fornecer informações detalhadas sobre o histórico de saúde da criança.
- Estar atentos a mudanças no estado clínico do seu filho e comunicá-las à equipe.
- Confirmar informações para garantir que o cuidado planejado está sendo executado corretamente.
A comunicação aberta e o envolvimento da família são estratégias comprovadas para reduzir eventos adversos.
- Fonte(s):
Minutagem:
10:27 Início da apresentação
10:42 Objetivos da campanha
12:37 Mortalidade de crianças menores de 5 anos- 1000 nascidos vivos
14:56 O que é um problema de segurança?
18:28 Eventos adversos com crianças hospitalizadas
20:05 Distribuição dos óbitos neonatais precoces e tardio segundo grupo de causas evitáveis por intervenções no SUS
22:16 Causas mais comuns de danos em crianças
22:48 Quais são os problemas reconhecidos nesses danos
24:42 As crianças não são adultos pequenos
25:39 Cuidado materno
28:38 Metas de Segurança do Paciente
30:08 Tecnologias novas
34:04 Administração de medicação
36:55 Um atendimento mais seguro depende da segurança dos sistemas de trabalhos e do trabalho em equipe
38:48 O ambiente que esse paciente está
40:11 Falha de comunicação
41:48 Equipes de alto desempenho para segurança
42:49 Time
43:42 O problema de comunicação
49:16 A importância de reconhecer as quase falhas
49:49 Consciência situacional
51:05 Ensinar paciente e família
51:10 Ensinar de volta (teach-back)
53:21 Educação de paciente e família
55:06 Ciência da melhoria contínua
56:44 Programa Hora Dourada- SOBRASP
1:08:22 Como aprender com os próprios erros
1:13:40 Envolvimento da alta gestão / Segurança do Profissional
1:22:07 Como estão as organizações em relação a cultura punitiva.
Conclusão:
A construção de um ambiente de cuidado verdadeiramente seguro para recém-nascidos e crianças não se resume à implementação de protocolos isolados. Ela se consolida na criação de uma aliança indispensável com os pais e cuidadores, transformando-os de espectadores passivos em parceiros ativos na vigilância e no cuidado. A responsabilidade final recai sobre a liderança hospitalar: fomentar uma cultura onde a comunicação é incentivada, os riscos são proativamente gerenciados e cada profissional de saúde se sente capacitado para proteger seus pacientes mais frágeis. Garantir a segurança de cada criança é o reflexo mais fiel da qualidade e do compromisso de uma instituição de saúde.