A Comunicação assertiva na saúde dando dicas para aprimorar a comunicação dos profissionais de saúde entre si e com pacientes e familiares.
Recebemos o médico e Professor Marcius Prestes para uma conversa sobre estratégias eficazes para desenvolver uma comunicação assertiva nos ambientes de saúde. Além de fortalecer o trabalho em equipe e otimizar o relacionamento entre profissionais, a assertividade tem um papel fundamental na promoção da segurança do paciente. Uma comunicação clara e objetiva reduz erros, facilita a tomada de decisões assertivas e garante que as informações cruciais sejam transmitidas com precisão. Participe dessa discussão e descubra como aprimorar suas habilidades comunicativas para criar um ambiente de trabalho mais colaborativo, seguro e eficaz. Moderação com Beatriz Grion, Tadeu Fernandes e Filipe Prohaska.
Principais tópicos (minutagem):
7:05 Introdução ao tema – Desafios da comunicação com a equipe, pacientes e família. Impactos na eficiência hospitalar e desfechos clínicos.
13:03 Desafios de comunicar os problemas de forma assertiva: agressivo x passivo.
15:01 Importância da gestão da mudança.
17:55 Reflexões da comunicação no contexto das infecções hospitalares.
21:08 Teoria da mente. Como a linguagem verbal, a comunicação emocional, social e a escrita evoluíram ao longo da história?
23:29 Importância da comunicação não-verbal.
26:14 Comunicação como mecanismo adaptativo para a evolução humana em sociedade.
27:49 Impacto das tecnologias e do meio digital na comunicação.
30:30 A comunicação nasce nos relacionamentos.
39:06 Resultados favoráveis de treinamentos experenciais. Importância da ludicidade para treinar a comunicação.
43:49 Comunicação como meta de segurança do paciente e desafios da comunicação no ambiente digital.
48:48 Whatsapp e outras tecnologias – impacto na comunicação.
52:44 Entender a necessidade de quem ouve para escolher o melhor canal de comunicação – correlação com a meta 1 (Identificação).
55:48 Questões de gênero no contexto da comunicação.
1:01:00 Ferramentas para comunicar o plano terapêutico entre a equipe multidisciplinar.
1:03:31 Sinais de uma comunicação disfuncional.
1:07:06 Como comunicar o plano terapêutico de forma assertiva ao paciente?
1:10:43 Como lidar com o Feedback negativo e conflitos de forma assertiva?
1:15:55 Formação deficitária em softs skills no ambiente acadêmico. Importância do investimento em treinamentos e consultorias para desenvolver habilidades comportamentais.
1:18:58 Processo de adaptação à incorporação de tecnologias com Inteligência Artificial no ambiente de saúde.
1:33:51 Mensagens finais. Dicas para melhorar a comunicação nos ambientes de saúde.
Comunicação Assertiva: A Base para uma Assistência em Saúde Eficiente e Humanizada
A comunicação é o alicerce das relações humanas, especialmente em contextos de saúde, onde as interações entre profissionais e pacientes têm um impacto direto no bem-estar físico, emocional e psicológico. A comunicação assertiva se destaca como uma abordagem crucial para promover clareza, respeito e eficiência nessas interações. Mas o que, afinal, é comunicação assertiva, e como ela pode transformar o ambiente de um serviço de saúde?
O que é a Comunicação Assertiva?
A comunicação assertiva é um estilo de comunicação que envolve a expressão clara e direta dos pensamentos, sentimentos e necessidades, sem ser agressivo ou passivo. Ela equilibra a defesa dos próprios direitos e a consideração pelos direitos e sentimentos dos outros. Em vez de impor ou submeter-se, o comunicador assertivo busca um terreno comum, baseado no respeito mútuo.
Princípios da Comunicação Assertiva
Os princípios da comunicação assertiva podem ser resumidos em cinco pontos fundamentais:
Clareza e Objetividade: A mensagem deve ser transmitida de maneira direta e sem rodeios. Isso evita mal-entendidos e ambiguidades, essenciais em ambientes de saúde onde a informação necessita ser precisa.
Respeito e Empatia: A assertividade não é sinônimo de imposição. Respeitar a opinião e os sentimentos do outro, ao mesmo tempo que se expõe o próprio ponto de vista, é um pilar da assertividade.
Controle Emocional: O profissional assertivo consegue gerenciar suas emoções, mantendo a calma e a racionalidade, mesmo em situações de pressão.
Escuta Ativa: A comunicação eficaz não se trata apenas de falar, mas também de ouvir com atenção e empatia. Isso permite que o interlocutor se sinta valorizado e compreendido.
Autoconfiança: A confiança ao expressar opiniões e informações reforça a credibilidade do profissional e promove um ambiente de cooperação.
Principais Estratégias para Desenvolver a Comunicação Assertiva
Para implementar a comunicação assertiva, é preciso desenvolver algumas estratégias práticas:
Uso de “eu” em vez de “você”: Ao invés de acusar o outro com frases como “Você sempre está errado”, o uso de “eu” demonstra a perspectiva pessoal, sem culpar: “Eu me sinto desconfortável quando…”.
Postura corporal e tom de voz adequados: A comunicação assertiva também envolve o uso de uma postura firme, mas não agressiva, e um tom de voz moderado, que expressa segurança e tranquilidade.
Estabelecimento de limites: Saber dizer “não” de forma educada e justificada é uma habilidade essencial para garantir o respeito mútuo e a preservação da própria integridade emocional.
Feedback construtivo: Ao invés de criticar diretamente, o feedback assertivo deve ser focado em soluções e melhorias, e não em falhas pessoais.
Aplicação da Comunicação Assertiva em Serviços de Saúde
Em um ambiente de saúde, a comunicação assertiva é ainda mais vital, pois pode impactar diretamente a qualidade do atendimento, a relação entre equipe e pacientes, e até mesmo os resultados clínicos.
1. Entre Profissionais de Saúde:
A assertividade entre membros da equipe é essencial para garantir que todos os pontos de vista sejam ouvidos e considerados. Isso favorece a resolução de conflitos internos, promove a colaboração e reduz o estresse no ambiente de trabalho. Imagine uma situação em que um enfermeiro percebe uma inconsistência na prescrição médica. Um comportamento passivo poderia levá-lo a ignorar a questão, enquanto um comportamento agressivo poderia gerar atritos com o médico. A assertividade, por outro lado, permitiria que ele abordasse a questão com respeito, levantando suas preocupações de forma clara e objetiva, garantindo que o problema fosse resolvido sem desgastes desnecessários.
2. Na Relação Profissional de Saúde-Paciente:
Para os pacientes, especialmente em situações de vulnerabilidade, a comunicação assertiva pode proporcionar maior sensação de segurança. Quando um médico ou enfermeiro utiliza um estilo assertivo, o paciente se sente ouvido e compreendido, além de receber informações claras sobre seu diagnóstico e tratamento. Isso reduz a ansiedade, facilita o entendimento das orientações e fortalece a confiança na equipe.
3. Na Educação em Saúde:
A comunicação assertiva também é essencial em processos de educação em saúde. Ao orientar pacientes sobre hábitos saudáveis ou sobre a importância da adesão a tratamentos, o profissional de saúde precisa ser claro e direto, ao mesmo tempo em que demonstra empatia e compreensão das dificuldades enfrentadas pelo paciente. Dessa forma, ele se coloca como um parceiro no cuidado, e não como uma figura autoritária que impõe regras.
Conclusão: Um Caminho para a Excelência na Assistência
A comunicação assertiva é um componente essencial para melhorar as interações e os resultados em um ambiente de saúde. Ela cria um espaço onde todos podem expressar suas preocupações e necessidades de maneira aberta e respeitosa, garantindo que os pacientes recebam cuidados mais humanizados e que os profissionais de saúde trabalhem de forma mais colaborativa e eficaz.
Em um cenário em que o tempo é limitado e as demandas são altas, a assertividade surge como um antídoto para a desorganização, para a falta de clareza e para os conflitos desnecessários. Mais do que uma técnica, ela é uma filosofia de relacionamento, pautada no respeito, na empatia e na busca constante por um atendimento de excelência.
Ao adotar a comunicação assertiva, os serviços de saúde não apenas otimizam seus processos, mas também humanizam suas práticas, beneficiando todos os envolvidos.
Edição por:
Antonio Tadeu Fernandes:
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Beatriz Grion:
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Links relacionados:
Segurança do paciente por que implantar: https://www.ccih.med.br/seguranca-do-paciente-por-que-implantar/
MBA EQS – Epidemiologia Hospitalar, Qualidade e Segurança do Paciente: https://www.ccih.med.br/cursos-mba/mba-eqs-epidemiologia-hospitalar-qualidade-e-seguranca-do-paciente/