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Como prevenir e controlar infecções da corrente sanguínea em terapia infusional domiciliar?

Com o aumento de pacientes em assistência domiciliar, muitos recebendo terapia infusional, abre-se mais um campo de atuação para os controladores de infecção. Veja as conclusões deste estudo que avaliou a vigilância de infecções primárias da correnta sanguínea em assistência domiciliar.

Tópicos discutidos:

  • É comum a utilização de terapia infusional em assistência domiciliar?
  • É frequente a ocorrência de complicações infecciosas nesses casos?
  • Quais as principais dificuldades relatadas para fazer vigilância de infecção nesses pacientes?
  • Como pode ser realizada a notificação dessas infecções?
  • O que os autores pretenderam estudar?
  • Como foi realizado este estudo sobre infecção relacionada a terapia infusional domiciliar?
  • Quais foram as principais conclusões obtidas no estudo?

É comum a utilização de terapia infusional em assistência domiciliar?

Mais de 3 milhões de pacientes recebem anualmente serviços domiciliares especializados em terapia infusional, geralmente, realizados com a finalidade de manutenção dos cateteres venosos centrais para infusão de medicamentos quimioterápicos, nutrição parenteral e terapia antimicrobiana parenteral.  Esse mercado de terapia infusional domiciliar cresce 8% ao ano.

É frequente a ocorrência de complicações infecciosas nesses casos?

Esses pacientes são semelhantes a pacientes com cateteres venosos centrais em cuidados agudos ou em ambientes de cuidados prolongado, que correm o mesmo risco de infeções da corrente sanguínea associadas à linha central. Com base na definição de vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central, estas taxas de infecção variaram de 0,22 a 1,18 por 1.000 cateteres venosos centrais dia nos domicílios. No entanto, relativamente poucos recursos foram dedicados à vigilância destas infeções na terapia de infusão domiciliar.

Quais as principais dificuldades relatadas para fazer vigilância de infecção nesses pacientes?

Os profissionais que atuam nas agências de terapia infusional domiciliar e que realizam a vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central enfrentam diversas barreiras. Em uma pesquisa nacional, muitas equipes de terapia infusional domiciliar declararam desconhecer quando os pacientes precisam de admissão hospitalar por desenvolverem infeção da corrente sanguínea associada à linha central. Poucas agências de infusão domiciliar contratam ou têm profissionais especializados em Controle de infecção devidamente treinados para realizar vigilância. Os centros de tratamento intensivos hospitalares são obrigados a notificar as infecções associadas aos cuidados de saúde na plataforma da National Health Care Safety Network (NHSN); o que não acontece com as infeções da corrente sanguínea associadas à linha central que são diagnosticadas no domicílio.

Como pode ser realizada a notificação dessas infecções?

Para entender quais recursos são necessários para realizar a vigilância das infeções da corrente sanguínea associada à linha central na terapia infusional domiciliar, é essencial entender as tarefas que são necessárias para realizar esta vigilância e como notificar suas métricas.

A análise de tarefas trata-se de um método que permite a enumeração de atividades necessárias para um determinado processo acontecer (por exemplo, a vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central), além da identificação de quaisquer barreiras e facilitadores associados a estas atividades.

Os autores escolheram um método baseado na análise de tarefas direcionadas por objetivos (Goal-directed task analysis (GDTA)) por adotar uma finalidade centrada na pessoa, focando nas tarefas desenvolvidas pelos indivíduos que trabalham em um determinado sistema (neste estudo, focou-se no membro da equipe de vigilância que trabalha na agência de infusão domiciliar) e nas atividades que são necessárias para atingir/executar estas tarefas, e descreve melhor os processos altamente complexos e cognitivamente intensos necessários para vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central, ao invés da análise de tarefas tradicionais que normalmente se concentram em uma atividade de cada vez. 

O que os autores pretenderam estudar?

Os objetivos deste estudo são (1) realizar um Goal-directed task analysis GDTA do processo de vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central e (2) descrever as barreiras, os facilitadores e as estratégias para o desempenho bem-sucedido da vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central.

Como foi realizado este estudo sobre infecção relacionada a terapia infusional domiciliar?

Abordagem geral da pesquisaGuiados pelo modelo de Engenharia de Sistemas na Segurança do Paciente (SEIPS) 2.0 que descreve os sistemas de trabalho na atenção à saúde, desenvolvemos questões de entrevista e abordagens analíticas para explorar o sistema de trabalho de vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central em infusão domiciliar. Esse modelo em paralelo ao modelo Donabedian (estrutura e/ou sistema de trabalho−processo−resultado) de atenção à saúde, que inclui componentes interativos de tarefas, ferramentas, tecnologias, organização, ambiente físico e o trabalhador, tudo dentro de um ambiente externo. Foi Conduzido entrevistas semiestruturadas com os membros da equipe envolvidos na vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central (por exemplo, equipe de qualidade, administração, etc) em 5 grandes agências de infusão domiciliar que participam da colaboração para prevenção das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Johns Hopkins. RecrutamentoO recrutamento dos participantes do estudo usou uma combinação de amostragem intencional e de bola de neve. Iniciou-se com o convite para participação dos membros da equipe que estavam engajados ativamente na vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central para participarem do estudo, e questionou-se se mais algum indivíduo de sua agência poderia ser elegível. O número de funcionários especificamente envolvidos na vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central em cada agência foi baixo, portanto, tentou-se entrevistar todos os indivíduos integrantes da vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central com um mínimo de 2 de cada uma, das 5 agências. O tamanho total da amostra elegível foi de 23. Acreditamos que essa abordagem forneceria uma visão mais completa do fluxo de trabalho, das barreiras e estratégias associadas a vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central.Entre 20 de novembro de 2020 e 29 de abril de 2021 foram realizados 21 entrevistas com a equipe de vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central.Os entrevistados eram principalmente do sexo feminino (N=17, 81%) e a maioria foram enfermeiros (N=18, 86%). Dois participantes elegíveis recusaram a participação, resultando em uma taxa de resposta de 91%.Foram identificadas 8 etapas principais (ou metas) na realização da vigilância e dos relatórios de infeção da corrente sanguínea associadas à linha central. Esses passos principais foram: (1) Conhecer quem será monitorado para infeção da corrente sanguínea associadas à linha central, (2) identificar a necessidade de investigar individualmente um paciente que possa ter uma complicação, (3) coletar informações sobre possíveis infeções da corrente sanguínea associadas à linha central, (4) determinar se os pacientes têm infeções da corrente sanguínea associadas à linha central, (5) Resumir e examinar os dados das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central, (6) Compartilhar os dados das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central com as partes interessadas, (7) Identificar um plano de ação e (8) Tomar medidas para evitar futuras infeções da corrente sanguínea associadas à linha central. Os entrevistados descreveram as atividades envolvidas em cada etapa. Além disso, descreveram as barreiras e os facilitadores (ou seja, aspectos dos componentes do sistema de trabalho ou interações que dificultam ou apoiam as pessoas no sistema de trabalho) para a realização da vigilância, bem como estratégias mitigadoras (definidas como ações tomadas para mitigar uma barreira) e sugestões (ações esperadas ou propostas pelos entrevistados para mitigar uma barreira) para melhorar a vigilância domiciliar das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central.

Quais foram as principais conclusões obtidas no estudo?

O presente estudo é um dos primeiros a descrever o trabalho de vigilância de uma infecção associada à assistência à saúde fora de unidade hospitalar de tratamento intensivo ou de tratamento de longo prazo. Foram identificadas 8 etapas principais na vigilância das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central no ambiente de atendimento domiciliar. De acordo, com as barreiras para executar as 8 etapas foram obtidas várias sugestões. Em primeiro lugar, a equipe de vigilância domiciliar de infusão deve receber os recursos necessários do sistema de saúde, como: receber suporte do departamento de tecnologia da informação, sobre como analisar os dados, como fazer relatórios automatizados e como obter acesso aos dados. Em segundo lugar, a liderança e o pessoal da linha de frente devem estar engajados na vigilância e prevenção das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central. Terceiro, a equipe de vigilância deve ter a oportunidade de receber treinamento formal em vigilância. Quarto, a equipe de vigilância deve ter tempo dedicado e pessoal para realizar seu trabalho. Recomendamos o desenvolvimento da força de trabalho de vigilância e prevenção das infeções da corrente sanguínea associadas à linha central de infusão domiciliar, em uma área de cuidados da saúde que está em franco crescimento. Fonte: Hannum SM, Oladapo-Shittu O, Salinas AB, Weems K, Marsteller J, Gurses AP, Cosgrove SE, Keller SC. A task analysis of central line-associated bloodstream infection (CLABSI) surveillance in home infusion therapy. Am J Infect Control. 2022. May;50(5):555-562

Link: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0196655322000426

Links de interesse:https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23991509/

https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21511081/

https://www.ccih.med.br/controle-de-infeccao-em-assistencia-domiciliar/

https://www.ccih.med.br/como-e-por-que-controlar-as-infeccoes-hospitalares/

https://www.ccih.med.br/o-que-a-shea-esta-atualizando-nas-estrategias-para-prevenir-infeccao-primaria-da-corrente-sanguinea-em-pacientes-com-cateter-central/

https://www.ccih.med.br/prevencao-de-infeccoes-associadas-a-dispositivos-vasculares/

Sinopse por: Thalita Gomes do Carmohttps://www.instagram.com/profa.thalita_carmo/

TAGs: infecção primária da corrente sanguínea, cateter vascular central, assistência domiciliar, vigilância epidemiológica, facilitadores

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