Américas notificam aumento de infecções resistentes a medicamentos devido ao uso indevido de antimicrobianos durante pandemia
Países das Américas estão notificando surtos de infecções resistentes a medicamentos, provavelmente devido ao uso indevido sem precedentes de medicamentos antimicrobianos no tratamento da COVID-19, alertou nesta quarta-feira (17) a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, durante coletiva de imprensa.
“Em toda esta pandemia, consideramos o poder dos antimicrobianos como certo”, afirmou a diretora na véspera da Semana Mundial de Conscientização sobre Antimicrobianos. “Embora possa levar meses ou mesmo anos até que vejamos o impacto total de seu uso indevido e excessivo, não podemos esperar para agir.”
Os dados mostram que mais de 90% dos pacientes hospitalizados com COVID-19 nas Américas receberam um antimicrobiano, enquanto apenas 7% deles necessitaram desses medicamentos para tratar uma infecção secundária. Drogas como ivermectina, azitromicina e cloroquina também foram amplamente utilizadas, apesar das fortes evidências de que não apresentam benefícios contra a COVID-19.
Vários países, incluindo Argentina, Uruguai, Equador, Guatemala e Paraguai, relataram aumentos nas infecções resistentes aos medicamentos. Um alerta epidemiológico recente da OPAS também mostra um aumento no surgimento de bactérias resistentes a antimicrobianos na região.
“Os profissionais de saúde em todos os lugares devem praticar o uso responsável de antimicrobianos e prescrever antimicrobianos somente quando necessário”, ressaltou Etienne. “O uso indevido dessas drogas é prejudicial aos pacientes e à saúde pública.”
Editado por Laura Czekster Antochevis
Contatos: [email protected] ou http://linkedin.com/in/laura-czekster-antochevis-457603104
Ficou interessado? Conheça nossos cursos MBA's e Express