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Como medir o consumo de preparação alcoólica em ambulatório e hospital-dia?

Você sabia que medir o consumo de preparação alcoólica pode não estar dizendo o que realmente importa sobre a higiene das mãos em ambulatórios e hospitais-dia? Uma revisão recente revelou uma lacuna preocupante na literatura científica: estamos monitorando sem contexto. Com foco em ambientes de curta permanência, este artigo revela como indicadores mal ajustados podem comprometer a segurança do paciente — e o que precisa mudar urgentemente.

Você sabe qual deve ser o consumo ideal de preparação alcoólica para higienização das mãos em ambulatórios e hospitais-dia?

A resposta pode não ser tão simples quanto parece, e esse é exatamente o foco da revisão integrativa conduzida por Santos e Costa (2023), que analisou a literatura científica sobre o tema entre 2010 e 2021.

🧪 Principal achado

Apesar da importância do indicador de consumo de preparação alcoólica como medida indireta de adesão à higienização das mãos (HM), a revisão não encontrou estudos específicos voltados para ambulatórios e hospitais-dia. Identificou-se ainda que a mensuração do consumo muitas vezes desconsidera aspectos cruciais, como o volume mínimo por fricção e o número real de oportunidades para higiene.

💡 Importância do tema

A higiene das mãos é reconhecidamente uma das estratégias mais eficazes na prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS). No entanto, para que a vigilância seja efetiva, é necessário estabelecer parâmetros adequados à realidade de cada serviço de saúde — o que hoje é um desafio especialmente em serviços ambulatoriais e de curta permanência.

📚 O que já se sabia

A OMS recomenda o uso da preparação alcoólica como padrão para higiene das mãos desde 2009, com meta mínima de 20 ml/paciente/dia. No entanto, essa diretriz foi pensada para hospitais e setores de maior complexidade, como UTI, não sendo diretamente aplicável a todos os contextos assistenciais.

🔍 Metodologia

Trata-se de uma revisão integrativa baseada na estratégia PICo (Problema, Interesse, Contexto). A busca foi realizada em sete bases de dados, com inclusão de estudos publicados entre 2010 e 2021, que abordassem o consumo de preparação alcoólica em saúde.

📊 Principais resultados

  • Volume médio de 3 ml por higienização das mãos.
  • Variação do consumo por paciente/dia entre 2,76 ml (ambulância) e 137,4 ml (UTI).
  • Maior consumo está associado a maior complexidade da assistência.
  • Ambulatórios e hospitais-dia permanecem negligenciados na literatura.
  • Baixo consumo não significa obrigatoriamente baixa adesão, mas pode indicar subutilização do volume necessário por fricção.

Conclusões dos autores

O consumo de preparação alcoólica deve ser contextualizado de acordo com o perfil assistencial e as oportunidades reais de higiene. É urgente a produção de evidências específicas para ambientes ambulatoriais, de modo a embasar políticas institucionais eficazes.

⚠️ Fatores limitantes

  • Escassez de estudos voltados ao contexto ambulatorial.
  • Estratégia de busca com descritores restritos.
  • Heterogeneidade dos marcadores e metodologias dos estudos analisados.

📌 Recomendações dos autores

  • Estudos futuros devem considerar o tipo de unidade assistencial, o perfil dos pacientes e os “5 momentos para a higiene das mãos”.
  • Sugere-se mapear as oportunidades de HM para estimar com mais precisão o consumo esperado.
  • É fundamental associar esse indicador ao treinamento, infraestrutura e disponibilidade da preparação alcoólica no ponto de cuidado.

🧠 Comentário adicional

Este estudo chama a atenção para um ponto crítico na segurança do paciente: medir o que realmente importa. A simples mensuração volumétrica sem considerar o contexto assistencial e as oportunidades reais de higiene pode gerar conclusões equivocadas. Para ambulatórios e hospitais-dia, onde há rotatividade de pacientes e múltiplos procedimentos em curto tempo, essa discussão é ainda mais urgente.

📚 Fonte:

SANTOS, Thalita de Souza; COSTA, Roberta. Consumo de preparação alcoólica para higienização das mãos em ambulatórios e Hospitais-Dia: revisão integrativa. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecção, Santa Cruz do Sul, v. 13, n. 2, p. 101-110, abr./jun. 2023. Disponível em: https://doi.org/10.17058/reci.v13i2.18042.

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Kampf, G., Löffler, H., & Gastmeier, P. (2020). Physicians’ compliance for hand hygiene in medical outpatient clinics. American Journal of Infection Control, 48(5), 561–565.​

DOI: 10.1016/j.ajic.2019.11.017

Este estudo avaliou a adesão dos médicos à higiene das mãos em clínicas ambulatoriais. Utilizando sensores de pressão conectados aos dispensadores de preparação alcoólica, observou-se uma taxa geral de conformidade de apenas 6,48%. Após intervenções como cartazes e lembretes por e-mail, houve uma melhora modesta na adesão.​

Alcohol preparation consumption for hand hygiene in outpatient settings

Santos, C. M. M., & Costa, D. M. (2023). Alcohol preparation consumption for hand hygiene in outpatient settings. Revista Brasileira de Enfermagem, 76(1), e20220015.​

DOI: 10.1590/0034-7167-2022-0015

Esta revisão integrativa analisou o consumo de preparação alcoólica em ambientes ambulatoriais. Os autores destacam a escassez de estudos específicos para esses contextos e ressaltam a necessidade de parâmetros adequados que considerem o perfil assistencial e as oportunidades reais de higiene.​

Sustained High Level of Healthcare Worker Adherence With Hand Hygiene Practice Recommendations Using the Patient-as-Observer Approach in the Ambulatory Setting

Lee, R. A., Cutter, G. R., Pate, J. L., Boohaker, E., & Camins, B. C. (2016). Sustained high level of healthcare worker adherence with hand hygiene practice recommendations using the patient-as-observer approach in the ambulatory setting. Infection Control & Hospital Epidemiology, 37(12), 1496–1498.​

DOI: 10.1017/ice.2016.211​

Este estudo implementou uma iniciativa de melhoria da qualidade utilizando pacientes como observadores da adesão à higiene das mãos em ambientes ambulatoriais. Com mais de 600.000 observações, a adesão aumentou de 88% para 95% ou mais, correlacionando-se com o aumento na compra de preparação alcoólica.​

Sinopse por:

Karine Oliveira:

https://www.linkedin.com/in/karine-oliveira-789815b4/

https://www.instagram.com/karine_oliveiraoficial/

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