A dosagem de antibióticos em pacientes obesos requer atenção especial. A obesidade altera diversas características farmacocinéticas que podem impactar a eficácia e a toxicidade dos medicamentos. Este breve relatório explora os cuidados e doses de antibióticos a considerar em pacientes obesos.
1. Introdução
O corpo humano apresenta variações na distribuição e eliminação de medicamentos dependendo de vários fatores, incluindo idade, sexo, genética e composição corporal. Em pacientes obesos, as alterações fisiológicas e farmacocinéticas podem influenciar a resposta ao tratamento antibiótico.
2. Farmacocinética em Pacientes Obesos
Volume de Distribuição (Vd):
A obesidade pode aumentar o Vd para fármacos lipofílicos devido ao aumento do tecido adiposo. Antibióticos como a vancomicina são afetados por este fenômeno.
Clearance (CL):
A função renal pode ser afetada pela obesidade, impactando a taxa de eliminação de medicamentos renais como aminoglicosídeos.
3. Considerações de Dosagem
Dose Baseada no Peso Ideal:
Alguns antibióticos, especialmente aqueles com estreita margem terapêutica, podem necessitar de ajuste baseado no peso ideal ao invés do peso total.
Dose Baseada no Peso Total:
Para antibióticos lipofílicos com amplo Vd, o ajuste de dose baseado no peso total pode ser apropriado.
4. Cuidados
Monitorização Terapêutica:
Devido à variabilidade na resposta, é crucial monitorizar as concentrações plasmáticas, quando disponível, para ajustar a dose adequadamente.
Efeitos Adversos:
A toxicidade pode ser aumentada em pacientes obesos devido às alterações farmacocinéticas.
Reavaliação Regular:
A condição clínica e os parâmetros laboratoriais do paciente devem ser revisados regularmente para assegurar a eficácia e minimizar a toxicidade.
5. Conclusão
O manejo de antibióticos em pacientes obesos requer uma abordagem individualizada. Uma compreensão clara das alterações farmacocinéticas na obesidade e uma monitorização cuidadosa são essenciais para otimizar os resultados terapêuticos.
6. Saiba mais:
Assista o vídeo no qual o infectologista, nosso professor, Felipe Tuon dá mais detalhes sobre esta questão: